Capítulo Trinta e Cinco

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Não esperei o sol nascer por atrás das montanhas ou as pessoas poderiam acabar desconfiando. Por isso eu peguei minha bicicleta na garagem e fui até a casa de Jason, naquela madrugada. Ele ainda podia estar bêbado ou até dormindo, mas eu sentia que precisava acabar com aquilo de uma vez. Enquanto não resolvesse, não ia conseguir assistir suas aulas.

Toquei o interfone incessantemente, sentindo uma coisa ruim no peito pela última vez que estive ali. Quando o portão se abriu, vi Jason parado no topo da escada. Ele estava sentado de forma desleixada, ainda com uma garrafa de bebida na mão. Suspirei e entrei, fechando o portão atrás de mim. Seus olhos se arregalaram levemente ao me ver e ele se levantou.

—Você veio. —Falou, passando as mãos nos cabelos.

—Você não me deu muita escolha, né.

Deixei a bicicleta ao lado da piscina e subi os degraus, entrando na casa sem esperar por ele.

—Amber...

—Como você pôde ser tão burro, Jason? —Gritei, quando ele estava atrás de mim —Ir na minha casa? Na casa da sua ex-namorada?

Ele abaixou a cabeça e jogou a garrafa de lado, que se estilhaçou. Então Jason enfiou as mãos nos bolsos e permaneceu nessa posição.

—Eu não consigo entender... eu... você não deve dar valor ao seu emprego, caramba!

Eu estava brava, apesar de magoada. Ele não tinha o direito de ter feito aquela cena toda e eu não conseguia me preocupar com outra coisa senão com ele.

Jason levantou a cabeça, seus olhos estavam desfocados e ele abriu um sorriso.

—Está preocupada comigo, Amber?

Passei a mãos nos cabelos, nervosa. Então respirei fundo e balancei a cabeça.

—Agora não tem como saber se vão descobrir sobre o que tivemos.

—Tivemos? —Seu tom era confuso.

Jason deu um passo para frente e eu recuei outro.

—Você realmente decidiu que o que tivemos acabou?

Senti meu coração contrair e pensei em várias respostas. O único jeito que encontrei de mantermos seguros, era me destruindo junto.

—Não tivemos nada, Jason. Foi sexo, você se lembra?

—Pode não ter sido importante enquanto estávamos fazendo, mas depois que eu percebi que você não queria mais ser tocada por mim... Eu entendi tudo.

—Nós não podemos, Jason. Faltam seis meses para as aulas terminarem, não tem como continuar assim. Uma hora ou outra vão acabar descobrindo a gente.

—Deixem que descubram. —Ele se aproximou outro passo. —Não me importo mais.

—Porque?

—Você não consegue enxergar? —Ele sorriu e se aproximou mais um pouco.

Dei a volta no sofá, me sentindo mais protegida ainda.

—A única coisa que eu estou vendo é que não tem mais como isso ir pra frente. Vamos voltar ao que éramos, talvez até amigos... Mas não podemos voltar a nos ver de outro jeito.

Jason suspirou.

—Não vou ser a porra do seu amigo, Amber.

—Você repetiu várias vezes para que eu não o tratasse como um arrogante, Jason e agora está agindo exatamente como um.

—Eu estou bem se você estiver comigo.

—Para com isso. —Pedi, fechando os olhos por um momento —Não dificulta.

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora