Capítulo Onze

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Todas as outras aulas passaram demasiadamente devagar. Nunca havia presenciado tanto tédio em um único lugar, era completamente desconcertante. Recebi uma mensagem da minha mãe dizendo que hoje ela estaria de plantão novamente, o que dei graças a Deus já que não queria ter que encara-la por agora. Dei uma resposta rápida e depois voltei ao meu jogo de cartas com Noah e Ebe, enquanto a última aula não chegava.

Por fim, Jason Smith adentrou a sala. Eu já estava ficando ansiosa por isso. Me sentei em meu lugar e apoiei o rosto nas mãos, enquanto o analisava.

Ele sorriu para algum comentário, provavelmente inútil, que Cíntia fez e depois me olhou, arqueou uma sobrancelha e voltou a olhar para Cíntia. Seja o que fosse, Jason Smith estava me provocando, mesmo que não tivesse ideia disso. Cíntia estava curvada para frente, mostrando o decote, enquanto ele caia em seus papos de bruxa. Revirei os olhos, era patético. Ver aquela vadia fazendo a mesma coisa com o Sr. Smith, como já fez com meu ex. Eu sabia do seu jogo e não ia deixar que ela ficasse em meu caminho.

Quando a aula começou, todo o ser brincalhão e interativo voltou a dominar meu professor. Ele não me olhou novamente, mas tenho certeza de que ele estava ciente de que cada movimento seu era acompanhado por mim. Eu tinha vontade de chupa-lo naquele instante, enquanto ele falava sobre algo no livro e se recostava sobre a sua mesa. Seu gosto ainda estava na ponta da minha língua, quente e convidativo. Céus, eu acho que estava tendo um orgasmo naquele momento só em imaginar como seria fazer aquilo na frente de todo mundo. Uma aventura saborosa, com certeza.

No término da aula, eu pedi que Phoebe me esperasse no estacionamento, enquanto Noah corria para o fim da reunião de seu time.

A sala esvaziou e eu enfiei o último caderno para dentro da bolsa, empurrando-a para minhas costas. Jason Smith pareceu nervoso, então apenas guardou suas coisas e foi em direção a porta.

—Um momento, professor. —Pedi.

Pude ouvir sua respiração pesar e seus ombros caíram para frente, como se já esperasse por aquilo. Ele se virou, deitou a cabeça para o lado e me encarou, esperando pelo que viria a seguir. Caminhei até que parasse em sua mesa, então me sentei nela e cruzei as pernas.

—Eu não posso deixar de perguntar sobre aquela noite. Você não disse muitas coisas.

Jason fechou os olhos por um momento e respirou fundo, indo até a sua mesa e deixando sua pasta. Ele então afrouxou sua gravata e cruzou os braços sobre o peito.

—O que você espera que eu diga, Bennet? Aquilo foi um...

—Erro? —Sorri.

Ele arqueou uma das sobrancelhas perfeitamente grossas e pude ver sua pupila dilatar enquanto me encarava.

—Qual parte, exatamente, foi um erro, Sr. Smith? —Eu apoiei meu peso sobre os braços e mordi o lábio inferior, percorrendo com os olhos um caminho extensivo por todo o seu corpo —A parte em que me manteve te chupando, a parte em que você atacou os meus lábios ou a parte em que gozou bem no meu vestido?

Sorri quando ele pareceu ter ficado sem fala. Mas eu sabia exatamente oque se passava em sua cabeça.

—Não precisa fingir que não se sente atraído por mim, Sr. Smith. Eu vou fazer dezoito anos dentro de um mês e te garanto que sou madura o suficiente pra poder guardar o nosso segredo.

Ele revirou os olhos e balançou a cabeça.

—Eu realmente entendo que você queira algo de mim, Bennet, você mesma disse que não foi muito com a minha cara nos primeiros dias. Mas, presta bem a atenção no que está nos metendo. Eu sou o seu professor, isso pode dar muito, muito ruim.

—Eu realmente não me preocupo, Sr. Smith, na verdade —Desci da mesa e parei bem em sua frente —Acho que também não deveria.

—Eu estou transando com a sua mãe, Bennet!

—É só você parar de vê-la.

Jason bufou e passou as mãos pelos cabelos.

—Seja lá qual for o seu interesse em mim, pode esquecer. Nada mais do que aquela oral na sua cozinha vai rolar entre nós. Como eu disse, foi um erro e não vai se repetir.

—Eu não acredito —Sorri —Porque erros tendem a se repetir, Sr. Smith. Mas já que você parece estar em fase de negação, eu vou te ajudar com isso.

—Esquece, Amber. Não vai rolar!

—Discordo. —Acariciei seus braços e sorri—Quando você estiver a beira de enlouquecer, Jason Smith, eu estarei bem aqui pra você. Bem aqui.

Com isso, eu sorri e fiz meu caminho para fora da escola.

***

Os dias passaram mais rápidos do que eu esperava. Eu estava, definitivamente, evitando a minha mãe, porém sabia que seu "caso" com meu professor ainda estava acontecendo, o que não me preocupava apesar de eu sentir um pouco de ciúmes. As aulas eram interessantes, porque eu sempre esbarrava um seio em seu braço ou a bunda em seu pau. Era também engraçada, porque na última quarta feira, eu inocentemente acabei me esquecendo de colocar uma calcinha e abri as pernas levemente já que eu me sentava nos fundos, bem em frente a sua mesa. Só que um dos jogadores do time acabou se previlegiando com a visão da minha intimidade. Não sei se o meu professor percebeu, mas aquilo, coisa que nunca me esquecerei, foi embaraçoso, por que Jason Smith teve uma crise de tosse de repente, o que preocupou boa parte da turma.

E todas as próximas semanas foram assim. Até que, em um sábado a tarde, minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu fazia uma atividade de biologia. Ela se sentou na minha cama e me encarou.

Eu nunca realmente parei para ouvi-la ou encara-la nessas ultimas semanas. Tê-la ali, me analisando, foi completamente desconcertante.

—Você tá me evitando. —Ela disse.

Ele balancei a cabeça e voltei a encarar meu caderno.

—Não, mãe. Não estou.

—Sim, Amber. Você está me evitando e eu quero saber se isso ter alguma coisa a ver com o Jason.

Engoli em seco e cerrei os punhos. É claro que tinha. Ela estava no meu caminho e isso dificultava muito a minha possibilidade de tê-lo mais rápido.

—Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso, mamãe.

Ela respirou fundo e segurou a minha mão. As imagens de eu com o pênis do meu professor na boca inundaram a minha cabeça rapidamente e eu senti meu rosto ficar vermelho.

Não saberia o que pudesse acontecer caso ela descobrisse.

—Eu sei que ainda não superou totalmente a morte do seu pai, filha. E sei que você pode estar meio encabulada que eu esteja saindo com o seu professor. Mas eu não tenho nada com ninguém a muito tempo e Jason me prometeu que iria te tratar como todos os outros alunos.

—Tudo bem. —Falei, rápido, e afastei minhas mãos.

—Amber —Minha mãe falou e eu a olhei, depois de hesitar por um tempo — Eu prometo que vou levar as coisas devagar, mas eu realmente gosto dele e acho que a gente vai dar certo.

Levantei às sobrancelhas com um pouco de surpresa e balancei a cabeça.

—Boa sorte, então.

Ela me olhou por mais um momento e se inclinou para me dar um beijo no rosto.

Olhei de soslaio ela se levantar e abrir a porta, depois se virar e me chamar novamente.

—Eu o convidarei para vir jantar conosco amanhã, então não marque nenhum compromisso. Quero muito que vocês se dêem bem fora da escola, sobretudo.

Então ela fechou a porta e eu fiquei encarando a madeira escura por tempo de mais. Senti meu peito apertar e balancei a cabeça.

Eu realmente tinha noção no que estava metendo todos nós?

***

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Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora