Capítulo 36

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Deus! Aquele recém-nascido era simplesmente a coisa mais linda que Vennia pudera contemplar em toda a sua vida. Tão frágil e tão pequeno. Jazia resguardado nos braços de Hope, que ninava o bisneto com uma doce melodia. Miriam respirava devagar, cansada de todo o esforço que fizera anteriormente. Foram treze horas de trabalho de parto. O bebê era um menino. Seus cabelos ralos tinham um tom loiro desbotado e ainda permanecia de olhos fechados, apesar de Vennia saber exatamente qual seria a cor dos olhos dele. Cinzentos, como era o legado dos Valentines. Era como um boneco nos braços de Hope, enrolado em várias mantas que apartavam o frio de seu vulnerável corpo.

— Oh, irmã, ele é tão lindo. Qual é o nome que vai batizá-lo? — Vennia estava ao lado de sua avó, admirando o sobrinho.

— Matt... — Miriam mantinha a cabeça repousada no travesseiro. — Ele se chamará Matthew.

— Tal como o nosso pai se chamava — Vennia pegou-se em imensa surpresa ao ponto de quase derramar-se em lágrimas.

— Será se o Sr. Brandon está a saber deste magnífico evento? — Hope era toda alegria. — Será se algum mensageiro conseguiu enviar o recado e lhe informar de que finalmente seu filho nascera?

Vennia virou lentamente a face para o nada, enquanto Miriam remexia-se na cama, claramente incomodada com a menção ao marido. Sem sombra de dúvida, ela almejava adiar o máximo possível o reencontro com Brandon. Ainda estava magoada com ele, machucada pelas palavras ríspidas que ele desferia contra ela, e pelo fato de seu casamento somente existir pelo fato de Brandon estar recebendo uma quantidade absurda de libras de seu primo — embora deste fato ela não soubesse. Tudo aquilo feriu Miriam de uma maneira que achou-se como se nada valesse para ele. Porém, não dissera nada para a avó sobre as suas desavenças com Brandon. Sorriu e deu a desculpa de que, talvez, ele viesse outro dia.

Para a surpresa de todas ali presentes nos aposentos de Miriam, a porta abriu-se com sutileza e por ela passou Diana e Sophie. Naquele dado momento, Vennia não tinha notado a beleza de Diana. Era uma mulher extremamente bonita, com maçãs do rosto altas, lábios rubros que entravam em contraste com sua pele pálida. Os cabelos brancos perduravam em um coque superficialmente elaborado com tranças e minúsculas pérolas. Andava, cautelosa, até a senhorinha que segurava o bebê em seus braços, fitando Matt com certa ternura. Vennia não gostava dos Valentines de jeito nenhum, mas havia alguma coisa naquela senhora que a fazia ter, inconscientemente, um sentimento velado de admiração. Sophie achegou-se ao lado de Vennia, com um sorriso no rosto. Um sorriso largo e brilhante que fez Vennia olhá-la com certa curiosidade.

— Por favor, senhorita, não pense que estou ficando maluca ao algo do tipo. — Sophie sussurrou para Vennia, confessando.

— Jamais pensaria tal coisa a vosso respeito, Srta. Sophie.

— Sinto-me mais aliviada.

Diana, então, estendeu os braços para Hope, ansiando segurar o neto nos braços.

— Eu posso... segurá-lo? — a senhora Valentine pediu, tímida.

Hope entregou o bebê para a mulher. Diana aconchegou o bebê em seus braços e um suspiro saiu de seus lábios, e logo após, sua boca repuxou-se em um sorriso. Ninou o recém-nascido, sentindo-se uma boba enquanto o acalentava.

— Ele é tão lindo. Lembra-me muito o meu filho quando nasceu — Diana recostou a fronte na testa do bebezinho.

— Convenci a minha mãe a vim ver o neto. — Sophie sussurrou para Vennia. — Ela até tentou recusar, mas assim que duvidei da existência de seu coração e se o mesmo era feito de pedra, minha mãe viu aquilo como um desafio e tratou conhecê-lo.

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