Capítulo 57

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— Srta. Vennia — uma voz suave sussurrou seu nome. — Srta. Vennia.

Vennia, pouco a pouco, abria os olhos, sentindo fortes dores na cabeça. Estava deitada em um chão imundo, em um lugar apertado e completamente escuro.

 Não lembrava-se quase nada do que acontecera. Oh, e tudo passou-se tão rápido. Lembrava vagamente que homem chamado Drongo e outro chamado Ratel invadiram a sua casa, e tiraram-na a força do lugar. Obrigaram-na a adentrar uma carruagem preta, não sem antes, sufocá-la com um saco de estopa até que ela perdesse a consciência. Outra vez, Vennia deu atenção para a voz suave que a chamava que viu que se tratava de Sophie.

— Srta. Sophie... — Vennia tentava levantar-se, mas logo constatou que seria impossível, pois suas mãos estavam amarradas para trás. — Onde estamos?

— Em uma cabana, afastadas da civilização. Trouxeram-te para cá há algumas horas. Temi que estivesse morta. — os cabelos de Sophie estavam embaraçados, suas vestes e face mui sujas. Aparentava não ter comido há dias. — Estou aqui há tanto tempo. Não sei que lugar é este e nem mesmo que dia é hoje. Apenas sei que me alimentam uma vez por dia. Tentei fugir, mas sempre pegam-me, e tratam de deixar-me amarrada para que eu não fuja.

Vennia tentou bisbilhotar pela fresta de madeira, por onde escapava a luz da lua cheia. Averiguou que era um lugar deserto, com muitas árvores. Um bosque, talvez?

— E a Srta. Olivia? — Vennia perguntou para Sophie. — Trouxeram ela para cá também? Maltrataram ela?

Sophie desabou a chorar, e Vennia somente conseguia pensar no pior, que quiçá, Olivia estivesse morta. Antes de tornar a questionar a dama de cabelos brancos, a porta da cabana abriu-se, e Sophie muito agitou-se, tornando a chorar compulsivamente. Diante delas, surgiram Drongo e Ratel, mas eles não eram a maior ameaça. Verdade que eram homens burlescos e de tamanho desproporcional, mas eles eram apenas subordinados naquele maléfico plano. Assim que adentraram o lugar, uma figura menor que eles entrou na cabana, trajando uma capa e capuz que cobria o rosto.

— Maldito, quem é você? — Vennia agitou-se, tentando soltar-se das cordas que apertavam os punhos. — Revele-te para nós, e diga-nos, por que está fazendo isso conosco!

A pessoa então retirou o capuz. E Vennia sentiu que estava presa em um pesadelo.

 Era uma donzela de olhos azuis e cabelos castanhos amarrados com fitas de cetim branca. Trajava luvas brancas e um vestido branco, e o rosto estava condensado em uma maquiagem que sumira com seus traços infantis e delicados. 

Uma boneca com rosto cruel. 

— Surpresa! — Olivia dissera. — Gostaria de ver a minha coleção de bonecas, Srta. Vennia?

— Srta. Olivia? O que está acontecendo? Por que está do lado destes homens perversos? — Vennia sentiu que sufocaria.

— Foi ela, Srta. Vennia! Olivia nos sequestrou! — Sophie trincou os dentes. — Ela vai nos matar, assim como fez com as pretendentes do Sr. Stefan.

— O quê? — a voz de Vennia, falhou.

Olivia revirou os olhos, e logo tratou de desenhar um sorriso no rosto, que poderia ser comparado ao de uma predadora.

— Está estragando toda a diversão, Sophie. Que coisa sem graça revelar detalhes inoportunos. Pense em como seria desagradável saber que o final da peça teatral que aprecias, terminará em tragédia, ou saber que o livro da qual tanto gosta, terá um final triste? Não é conveniente arruinar o momento. Mas já que fizeste questão em abrir a sua boca grande, sim, eu contarei a verdade. Eu sequestrei vocês! Fui eu quem sequestrou a Srta. Vennia pela primeira vez, e como a Srta. Sophie já fizera questão em revelar, fui eu quem matou as pretendentes do meu amado irmão, Stefan. Mas por alguma obra do destino, a Srta. Vennia foi a única que escapou de minhas mãos. Não sabe o quanto fiquei feliz por saber que perdeste a memória, assim, não poderia lembrar-se das coisas que fiz e confessei a ti. Mas não terás uma outra chance, Srta. Vennia. Não deixarei esse erro se repetir, não é mesmo, Sr. Drongo e Sr. Ratel?

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