Capítulo 46

6.6K 1.3K 639
                                        


aesthetic na mídia feito pela @MariposaRadioativa. Obrigada, sua linda. Antes de ler, quero avisar que metade do capítulo é visto pelos olhos de uma personagem nova, e ela somente aparecerá nesse capítulo, portanto, não irá atrapalhar o shipper de ninguém, ok?! Ah, e se passou algum tempo entre o capítulo 45 e esse. Boa leitura.





QUATRO ANOS DEPOIS



Gina havia redigido centenas de cartas para várias famílias nobres, com a intenção de iniciar o seu trabalho como subalterna. Não que fosse seu sonho ser uma empregada para o resto de sua vida, porém, aos seus dezoito anos, necessitava de dinheiro para manter-se, logo ela, recém-saída de uma escola preparatória somente para meninas. Durante os anos que permaneceu no lugar aprendeu a comportar-se como uma dama e a obedecer todas as regras que lhe eram impostas sem pestanejar. 

Era uma jovenzinha de seus dezoito anos. Possuía cabelos castanhos e longos que domavam-se em uma cascata de cachos e cintilantes olhos avelãs. 

Um dia, recebera uma proposta para aceitar um emprego como empregada em uma longínqua mansão que ficava ao leste de Hampshire. Leu a carta com a devida calma, dobrou-a e em seguida, guardou-a no bolso de seu vestido. Arrumou a mala com o devido cuidado, pôs o toucado sobre a cabeça, apanhou o guarda-chuva, entrou na carruagem certa de sua decisão em assumir a incumbência sugerida na mansão Valentine. Uma sensação estranha tomou conta dela, afinal, era uma jovem sozinha e inexperiente a experimentar uma pequena parte do mundo.

Assim que chegara ao tal lugar, constatou o quão sombrio era de contemplar-se. Cinza. Melancólico. Lúgubre. Apanhou a mala, despediu-se do cocheiro, e adentrou a mansão, tornando a ficar insegura. Foi recepcionada por uma governanta baixinha e rechonchuda, que mesmo com as pernas curtas, tinha passos mui ligeiros. 

— Deves ser a nova criada. Creio que já tenha ficado a par de qual será o vosso serviço aqui na mansão.

Gina assentiu, sem desgrudar os olhos das paredes e da decoração fúnebre. Seguiu a governanta que lhe dizia as regras do que devia fazer e evitar em seu dia-a-dia.

— Creio que talvez esteja curiosa para saber quem é o misterioso proprietário da mansão.

— Apenas sei que ele se chama Victor Valentine.

— Refira-se a ele como senhor, menina.

— Desculpe-me.

— O dono desta mansão é um tanto problemático e muito agradeceria se evitasse problemas a ele. — a governanta prosseguia em sua frente, e então continuou: — Não inicie conversas com ele ou mesmo o encare. É um rapaz muito transtornado, que há alguns anos, expulsou a própria família de Hampshire.

— Mas não é ele o benfeitor pelas reformas no orfanato e também não foi ele quem incentivou os filhos dos camponeses a aprenderem a ler a escrever? Não acredito que uma pessoa que fizera coisas tão generosas, tenha feito estas coisas que a senhora dissera.

A governanta deteve-se em seus passos, virando-se de frente para a garota.

— Soube que vieste de uma escola para meninas, então, pouco deve saber do mundo. Obedeça as regras que lhe transmiti e quiçá dure alguns meses na mansão. 

VENNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora