Capítulo 34

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Quando contou para a avó, a respeito do convite de Stefan, Hope muito alegrou-se. Ora, muito decidiu-se a planear intrinsecamente uma espécie de casamento imaginário, onde podia ver claramente Vennia vestida de noiva a casar-se com o digníssimo Stefan. Agitou-se em escolher um vestido para a neta e achou-se irresponsável por não coser um tecido a tempo para ela, porém quanto mais Hope agitava-se, empolgada com o dito passeio a cavalo de Vennia, mais a moça mergulhava em uma lagoa de constrangimento causando rubores nas bochechas e um desconfortável aperto no coração.

— Não necessitas ficar em exaustão, minha amada avó, por conta de uma singela solicitação de meu velho amigo. Acredito, até mesmo, que este passeio será mais enfadonho que divertido.

— Mas estará perto de Stefan. Oh, há quantos anos que não revejo aquele rapaz. Lembro-me bem que tu sentistes um grande pesar quando ele foi embora.

— Não diga isto a ele. Não diga que entristeci-me quando ele partiu.

— E agora que ele retornou, sinto minhas esperanças renovando, porque afinal, nunca as perdi.

— O que queres dizer com isto, vovó?

— Rezo para que chegue o dia em que os dois estejam casados.

Vennia somente ruborizava com aquelas afirmações de Hope. Desvencilhou-se daquelas palavras, com agilidade, tudo para que a avó não notasse seus sentimentos pelo rapaz. E poderia esconder tais emoções de Hope? Sua avó, aquela senhorinha de semblante ingênuo mas que escondia milhares de segredos? Certamente, Hope já havia deduzido o que se passava no confuso coração de Vennia.

— Eu não deveria ir para este passeio. Soa um tanto egoísta. Miriam brevemente terá o bebê e quero estar perto de minha irmã quando isso ocorrer.

Dita essas palavras, Miriam surgiu com o semblante fechado, negando o que Vennia havia terminado de falar.

— Vá para o passeio a cavalo, e trates de não se preocupar comigo. — Miriam sugeriu. — Deves se divertir. Precisas tirar um tempo para ti mesma. Sempre estiveste a trabalhar, preocupada com todas nós. Desejo que ao menos hoje possas esquecer dos problemas e entreter-se.

Vennia assentiu, quase resplandecendo em júbilo. Mas havia mais uma coisa a ser feita.

— Queres que eu vá junto a ti, Srta. Vennia, em um passeio a cavalo? — Victor indagou com certo desdém.

— Sim.

— Ora, não fostes tu que jurastes me odiar?

— Se lembro-me bem, Sr. Victor, replicastes o mesmo.

A voz de Victor era presunçosa, e Vennia achou-se patética por estar em tais condições, quase implorando para que aquele homem lhe fizesse companhia. Não porque sentia medo de ficar a sós com Stefan ou porque necessitava ardentemente dos conselhos nada autênticos daquele rapaz, mas sim, porque sentira pena por ele. Ora, verdade que haviam discutido, como sempre faziam uma vez ou outra, tal como cão e gato, mas Vennia não conseguia deixar de sentir uma certa piedade velada por aquele rapaz. Era a sua maneira solene e sigilosa em dizer que importava-se com o moço, embora confessar de sua própria boca, com seus próprios dizeres fosse demasiado doloroso, bem como não queria afagar o ego daquele homem tão rude.

— Sei que o convite se restringe somente a mim, mas senti a necessidade de lhe convidar. Passas o dia inteiro trancafiado nesta mansão, a planear coisas funestas que estão fora de meu alcance. Por isso, peço-te, vens comigo para fora, sentir o ar puro e aspirar o perfume das flores.

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