Em Gotham City, mais especificamente na mansão Wayne, Bruce havia levado sua amiga para um dos quartos de hóspedes, e também havia cuidado do pequeno ferimento dela. Estavam sozinhos, com exceção de Alfred, e, a cada minuto que se passava, o calor em seu corpo aumentava, não só o calor, como o desejo por algo que nunca poderia ter.
Ficar ali, sozinho com ela, estava fazendo com que certas imagens surgissem em sua mente, imagens essas que logo tratou de apagar. O melhor a fazer seria ficar bem longe dela, e, manter sua cabeça ocupada.
Saindo do quarto de hóspedes, foi procurar Alfred.
― Alfred. – diz o príncipe de Gotham.
― Pois não, patrão Bruce? – diz o mordomo.
― Tenho que analisar umas investigações que andei fazendo. Quero que faça com que minha hóspede se sinta em casa. Estarei na bat caverna.
― Como quiser, patrão Bruce.
Dizendo estas palavras, Bruce se dirigiu para a bat caverna.
Duas horas mais tarde, Diana acorda. Ela olha em volta, não reconhecendo o lugar onde está. Tenta se lembrar dos últimos acontecimentos, Paris, a luta, a surra que levou de Grund e... Bem, suas lembranças terminam aí.
Neste momento, Alfred entra no quarto.
― Como está se sentindo, senhorita? Recebi ordens do patrão Bruce para fazer com que a senhorita se sinta em casa. – diz o mordomo.
― Bruce?! – pergunta a princesa das amazonas.
― Exato. Tomei a liberdade de preparar um banho para a senhorita.
― Obrigada, Alfred.
Enquanto Alfred a conduzia até um elegante banheiro, Diana não conseguia parar de pensar em Bruce, e no porque dele tê-la levado para a sua casa, e não para a Torre da Liga. Será que Bruce, muito provavelmente pela primeira vez em sua vida, estava resolvendo seguir o seu coração, ao invés de seguir sua mente calculista? Bem, se quisesse ver esta pergunta respondida, teria que descobrir por si mesma.
Na bat caverna, Bruce está concentrado em suas anotações, ou pelo menos está tentando, porque imagens sensuais não param de invadir os seus pensamentos, e, por mais que tente dissipá-las, elas acabam retornando. O pior é saber que o objeto de seus desejos está a poucos metros de distância. Bastaria entrar no quarto, tomá-la em seus braços e beijá-la para...
Raios!!!
Já estava com pensamentos inconvenientes outra vez. Voltou sua atenção – mais uma vez – para suas anotações, estava tentando se concentrar inutilmente quando sentiu a presença dela. Nem precisava se virar, sabia que ela estava ali, sua presença é inconfundível. Bom, o melhor a fazer seria fingir que não a havia notado.
― Olá, Bruce. – diz a princesa das amazonas.
― Como está se sentindo? – pergunta Bruce, sem ao menos virar-se para olhar para ela.
― Bem. Eu perdi algo importante?
― Lex Lutor e os outros foram presos.
― Não foi isso que eu perguntei.
― Achei que gostaria de saber. Parece que a Torre da Liga está sem energia, J'onn disse que resolverá o problema até o amanhecer.
― Por que não me encara, Bruce?
― Como você pode notar, estou um pouco ocupado.
― Não é o que parece.
Bruce se vira para encarar Diana.
― Está melhor assim para você? – diz o moreno.
― Um pouco. Poderia melhorar. – diz a amazona.
― Acho melhor você ser direta, Diana.
― Por que não esquece suas encucações ao menos por esta noite e vamos aproveitar o momento?
― Aproveitar o momento?
― Sim, aproveitar o momento. Não vejo nada demais nisso.
― Nós já conversamos sobre isso.
― Não, não conversamos.
― Você sabe muito bem que não podemos...
― Não podemos porque você não quer. Você nem ao menos assume que existe algo entre nós.
― Diana, você é uma mulher notável, e, você sabe disso.
― Certo. Então por que você não assume que existe algo entre nós?
― Primeiro, eu não sou um homem disponível para relacionamentos. Segundo, um relacionamento entre nós só atrapalharia o nosso trabalho na liga. Terceiro, eu não sou um homem muito sociável, logo não conseguiria fazer nenhuma mulher feliz.
― Primeiro, você é um homem livre e desimpedido, logo pode ter o relacionamento que quiser. Segundo, um relacionamento não atrapalharia o nosso trabalho, e sim nos fortaleceria. Terceiro, como você não consegue inventar uma desculpa melhor, fica colocando obstáculos onde não existem.
― O que você quer dizer com isso?
― Eu não preciso explicar, você é inteligente e sabe muito bem o que quero dizer.
― De qualquer forma, você pode pensar o que quiser. Eu não me importo.
― Não mesmo?
Bruce já estava ficando impaciente, não por ela, pois, sabia que ela estava coberta de razão. Existia algo entre eles, só que, ele não podia assumir isso para ela pois, a partir do momento que ele assumisse, colocaria a vida dela em risco, e, ele não poderia fazer isso de jeito nenhum.
― Bem... – diz o príncipe de Gotham.
― Só para constar, eu não vou desistir. – diz a princesa.
― Faça como quiser.
Cada minuto parecia uma eternidade, e, a tensão entre ambos só aumentava. Bruce queria acabar com aquela discussão de uma vez por todas e, só havia um modo para isso. Bom, talvez houvessem dois modos, mas, a segunda opção não era muito aconselhável pois, sabia muito bem onde a segunda opção iria terminar, em sua cama.
― Quero que vá embora. – Bruce enfim consegue dizer.
― Como é que é? – diz a princesa, sem entender.
― O que você ouviu, quero que vá embora.
― O que há com você? – diz a amazona, tentando conter sua raiva e frustração.
― Não há nada de errado comigo. Apenas acho que esta discussão não levará a nada, então não há porque continuá-la.
― E isso lá é motivo para você me expulsar daqui?
― Eu não estou te expulsando, apenas disse que quero que você vá embora, pois preciso trabalhar.
― O que dá no mesmo. Mas, não vou ficar aqui me humilhando, se é assim que você quer, eu vou.
Dizendo estas palavras, Diana vai embora sem ao menos olhar para trás.
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Revelações
RomanceBatman o justiceiro da noite, homem solitário e fechado. Diana, a Mulher Maravilha, princesa das amazonas. Um sentimento novo começa a unir os dois. Como os dois vão lidar com isso?