Luna me analisou enquanto entrava em casa. — Você está realmente fedida. Com quem estava conversando?
— Os vizinhos. Tristan e... — Me dei conta de que o insolente sexy não havia se apresentado.
— São bonitos?
Sorri. — Muito quentes.
Minha irmãzinha Selena se lançou em meus braços, quase me derrubando. Meu assunto da noite.
— Amanhã tem escola! — Seus cinco anos animados. — Yeah.
— Será divertido. — Fiz cócegas nela fazendo-a soltar risadas e escondendo minha falta de ânimo. Nova escola, metade do ano, e... demônios tentando me matar? O prognóstico não era nada animador.
Circulei através das caixas empilhadas no corredor e coloquei Selena no seu lugar. Ela cantava sua última música sobre escolas de arte. Na sua cadeira alta, com um ano de idade, Oron tinha uma mão na boca e a outra batendo no prato. Luna e seu gêmeo, Lucian, começaram uma discussão que cresceu em é e não sou depois de Luna chamar Lucian de pervertido.
Algumas pessoas chamariam isso de caos. Na nossa casa? Bem-vindo ao jantar.
— Lucian! — Mamãe gritou enquanto arrumava seu famoso bolo de carne, dando-nos nossa comida caseira de origem irlandesa antes do nosso primeiro dia de aula. — Chega de conversa sobre seios.
Levantei minhas sobrancelhas para meu irmão hormonal.
— Ordens da mamãe — disse Lucian com um olhar duvidoso. — Não importa que papai olhe os seios de outras mulheres. Não é como na cidade. Esse povoado é pequeno. Ele vai conhecê-las. As mulheres - não os seios.
Selena canta sua música com uma nova letra. Papai vê seios que parecem esnobes.
Papai começa seu discurso sobre como os cirurgiões estão interessados em salvar vidas e não comer com os olhos as partes privadas das mulheres e mamãe muda de assunto.
— Aurora, viu algum de seus antigos amigos?
Pego um pedaço de pão para beliscar. — Mamãe, eu tinha oito anos quando nos mudamos daqui. Você se lembra de alguém?
Mamãe negou com a cabeça enquanto colocava purê de batata na boca de Oron. — Não. Clyde?
— Não. — Papai fez uma pausa com o garfo a caminho da boca. — No entanto, os professores não chamavam a Aurora de Branca de Neve?
Selena interrompeu. — Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou.
— Assim era. — Mamãe parou uma colher no caminho para Oron que, perdendo a paciência, afundou sua mão nas batatas. A maior parte da papinha espirrou em seu rosto. — Branca de neve e os sete anões com quem ela sempre andava na escola.
— Você tinha sete namorados? — Luan perguntou, impressionada.
— Não — mamãe disse. — Não sete, só quatro ou cinco. E eles não eram namorados, apenas amigos. Aurora era uma moleca. Não brincava com garotas.
— Devia ter se apegado a esse plano — murmurou Lucian.
Um forte silêncio preencheu o cômodo. Papai, mamãe e Luna olharam para Lucian como se tivesse explodido uma granada debaixo de seu pé.
Aqui vamos nós. Inclusive agora, a menção do incidente, a razão pela qual nos mudamos para fora da grande cidade, trazia tensão. Esfreguei meus ombros sentindo as cicatrizes ásperas embaixo. Os demônios não eram os únicos que tinham tentando me matar, só eram os mais recentes. Na verdade, eles não me assustavam tanto quanto os seres humanos. Pelo menos os nativos do inferno eram honestos sobre querer me ver morta.
Depois do olhar gelado de mamãe e um cutucão de Luna, Lucian se desculpou. Papai tirou minha mão do ombro e a apertou com força, algo que havia feito muito tempo depois de eu ter me recuperado no hospital.
Olhei ao redor da mesa. — Estou bem. — Eu sabia que o dano ainda fazia minha psique sangrar e que levaria um tempo para se curar, mas eu tinha jurado que não seria mais uma alma patética torturada só porque um grupo de amigos perdedores haviam endoidado em cima de mim. — Alguém me disse uma vez que só porque você está machucado...
— Não significa que esteja vencido. — Papai finalizou seu lema favorito. — Homem sábio. Estou certo que ele é devastadoramente lindo também. — Ele ignorou nossas risadas abafadas.
Luna disse — Então sobre os sete namorados... — E tudo segue seu caminho.
Mamãe negou com a cabeça. — Não eram. Oh, esqueça. Se lembra deles Aurora?
— Acho que sim. — Eu vasculhei as catacumbas da minha memória. Imagens brilharam. — Algum deles tinha cavalos?
— Sim! — Mamãe assentiu. — Em um sitio. Você foi montar um par de vezes quando a sala saía em excursão. E eram gêmeos. Lembro disso porque eu tinha gêmeos também e, oh céus, a mãe deles era linda. Havaiana ou algo assim. Lembra? — Papai inteligentemente fingiu ignorância sobre o comentário da bela mãe. — Todos os pais mantinham a si mesmos como nós. Alguns deles tiveram que seguir em frente. Quer que eu descubra? Vocês poderiam sair juntos.
— Mamãe, eles poderiam ser assassinos seriais zumbis mutantes agora mesmo — Lucian advertiu.
— Basta com os zumbis mutantes. Sem mais videogame para você.
— Bom. Posso falar de seios?
Eu não contei para a minha família sobre minhas habilidades de detecção demoníaca.
Eles eram normais demais para entender, e eu estava assustada de terminar de novo em um hospital. Só que agora o hospital teria paredes acolchoadas. Mas o encontro de hoje elevou a aposta em um jogo que eu não sabia ao certo como jogar. Eu precisava de respostas e um plano antes que todos os que eu amo ganhassem uma passagem só de ida para a morte.
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
ParanormalDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...