Capítulo Seis

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Chame de peculiaridade, mas tenho uma predisposição a me distanciar de tendências suicidas. Então, embora eu tenha essa habilidade insana de ir mentalmente à localização de um demônio, eu nunca tentei usar essa visão na minha cabeça para rastrear fisicamente um antes. É por isso que eu nunca soube antes que eu poderia. Nunca quis descobrir antes.

Nunca um tinha ameaçado a minha família antes.

Não conseguia explicar isso. Simplesmente sabia em qual direção ir, desesperadamente buscando uma coisa dos pesadelos dos quais eu tenho desconsoladamente tentado evitar.

Tão concentrado no parquinho ele estava, que não ouviu o meu progresso através do bosque, furtiva como um T-Rex na caça. Encarei suas costas a vários metros de distância, verdes, manchadas de lama, vegetação parecendo brotar de seus poros. Nojento. Horrível. Meu estômago caiu, coragem lutando pelo controle.

Olhei para a bola de futebol nas minhas mãos, a que eu encontrei quando caí de bunda no chão e tive minha brilhante tempestade de ideias de caçar o demônio. Eu a joguei para frente e para trás, e estremeci um suspiro. Não tinha sentido esperar. A morte vem para todos nós, mas não hoje, não para a minha irmãzinha. Meus dedos encontraram os cordões. Meu braço retrocedeu e...

Sem espiral neste lançamento. Nope. Papai chamaria este bebê de A Bala. E eu era a estrela quarterback Lahey.

É por isso que não foi nenhuma surpresa quando a bola de futebol americano disparou como um foguete contra a parte de trás do crânio do demônio e ricocheteou, mexendo na sujeira, folhas, alguns insetos de tamanho jurássico - e sua natureza desagradável.

Ele bateu com a mão encardida enorme na cabeça, e girou os olhos verdes incandescentes na minha direção.

— Te peguei, — traguei um sussurro rouco. — Está com você.

Seus olhos se iluminaram. Quero dizer, literalmente, se iluminaram com um fogo esmeralda. E ele sorriu. — Então, — ele falou as palavras com voz áspera. — A Divinicus Nex vem a mim.

***

Músculos queimavam e a respiração se enfurecia enquanto eu corria pelo bosque, levando-o para longe de Selena e de volta na direção do colégio. Eu esperava que a multidão fosse afugentá-lo. Quase deu certo, a não ser por uma árvore que apareceu do nada à minha esquerda. Lascas choveram como estilhaços. Cobri os olhos como uma viseira e continuei correndo - até que um puxão no meu tornozelo arrancou meus pés de debaixo de mim.

Um estalo alto soou quando meu joelho se conectou com uma pedra. Meu rosto bateu com força no chão macio, muito do qual acabou na minha boca. Cuspi a sujeira, me embaralhei para ficar de pé, mas as raízes de plantas se levantaram do chão e se torceram em volta das minhas pernas. Enraizada ao local, me pressionei contra um tronco de árvore e encarei com horror quando o demônio chegou.

O monstro estava a três ou três metros e meio de altura. Sua pele coriácea verde clara estava coberta de sujeira, musgo, folhas e pedaços de grama, o cheiro era repulsivo. Seus dentes brilhavam marrons. Evidentemente ele não estava ciente dos vários produtos de branqueamento no mercado. Ele recuou o braço. A carcaça de cervo fez ruídos de esguicho em seu aperto enquanto ele a usava como um aríete mirado para a minha cabeça. Mergulhei em posição fetal. O corpo atingiu a árvore com um baque forte que sacudiu meus globos oculares nas órbitas, e uma névoa de gotas gosmentas, molhadas, gelatinosas sobre as quais eu nem queria pensar respingaram por toda parte em cima de mim.

Para o olho destreinado, pode ter parecido que eu estava me encolhendo de medo, mas na verdade era parte do meu brilhante plano mestre de arrancar as raízes e fugir. O que eu fiz enquanto a fera acelerava para outro ataque, a massa carnuda pulverizando pedaços de gosma conforme o demônio a balançava em círculos acelerando sobre a cabeça.

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora