Capítulo Dezesseis

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Lancei-me ao meu quarto, armada para combater a frustração com um pote de sorvete e uma colher, uma brisa fresca soprando vinda da janela. A porta bateu ao se fechar atrás de mim. O pote e a colher caíram no tapete quando me virei. E topei com Tristan.

Ele caminhou até mim, com uma expressão sombria, e ergueu a foto.

— Eu sei quem você é, Rory, ou Aurora, ou seja lá do que você chama a si mesma, mas fique longe. — Ele fez sua voz soar anormalmente profunda. — Não jogamos limpo.

Ele jogou a foto na minha cama. Mas falhou. Ele piscou, clareou a garganta e passou por mim. Detendo-se na minha cama, ele colocou as mãos nos bolsos da calça, mas então não conseguiu tirar seu punho para fora sem usar a outra mão para ajudar. Apertei meus lábios com a minha boca para sufocar um sorriso. Depois de um par de tentativas ele finalmente tirou minha cruz céltica e um dos meus colares, vistas pela última vez nos dedos de Matthias, e os deixou sobre a cama.

Ele estava indo para a janela quando eu disse — Quer sorvete?

Sua cabeça se chocou com a moldura. — Ai! O que? — Sua voz estava de volta ao normal. Ele se virou. — Não me ofereça sorvete. Eu acabei de invadir o seu quarto e te ameaçar.

Acariciei meu queixo. — Hmmm. Uma ameaça? Não, isso foi um aviso. Para me assustar para o meu próprio bem.

Seus ombros caíram com um suspiro. Ele se sentou no peitoril. — Funcionou?

Balancei a cabeça para trás e para frente. — Não sei ainda. Você deveria ter aulas de intimidação com o Matthias.

— Yeah, desculpa por ele ser um idiota.

— Por que você anda com ele?

— Longa história.

Eu estendi as minhas mãos. — Tenho tempo.

Ele se levantou, seu rosto triste.

— Mas eu não. Você está bem? Após os... acontecimentos de hoje?

— Me diz uma coisa. No estacionamento, vocês me deixaram inconsciente?

Ambas as mãos passaram pelo seu cabelo loiro. — Não te batemos. Não tenho certeza do que aconteceu. Você não tem nenhum motivo para acreditar em mim, mas estamos tentando ajudar.

— Eu tenho um motivo. — Eu peguei a foto do chão. — Somos amigos.

— Não somos seguros, Aurora.

— Talvez, mas–

— Sem mas. Vou tentar pegar e trazer o resto das suas coisas.

— Então poderemos conversar?

— Não, então você fica longe. Pelo seu bem. E por favor não conte para eles que eu estive aqui. Que conversamos. É o melhor para nós dois.

— No que você está metido? Talvez eu possa ajudar?

Ele sacudiu a cabeça, seus olhos azuis inexpressivos. — Não estou em problemas Aurora, mas você poderia estar. Fique longe.

Peguei a cruz. — Obrigada.

— Não mencione isso. Literalmente.

Eu assenti e ele se foi. Um grande carvalho dominava o espaço entre as nossas casas, e Tristan facilmente manobrou os enormes ramos espalhados da minha janela para um em sua casa. Eu o observei desaparecer através deles sem nem olhar para trás.

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora