Capítulo 4

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A aura desse cara é realmente misteriosa e um tanto quanto opressiva.
Ele não diz uma única palavra, fica apenas ali, de pé, parado me olhando, parecendo aborrecido.
Talvez ele esteja esperando que eu me apresente ou algo do tipo...
(Bela recepção!)
Eu pigarreio e me sinto nervosa, minhas mãos ficam suadas, afinal eu não estou acostumada a ficar tão perto de garotos tão bonitos.
Seu ar desdenhoso não abafa o seu charme e a beleza do seu corpo, que parece esculpido em aço. Tudo nele emana perigo.
Após um longo silêncio, eu percebo que estou parada boquiaberta e com olhos arregalados.
Esta é a primeira vez que nos vemos eu não estou causando uma boa impressão.
(Ah qual é Sophie, controle-se!)
Eu seguro a alça da minha bolsa com força e dou um sorriso animado.

- Eh... Olá... Boa noite eu sou Sophie... Eu havia informado que viria essa noite... Eu sou a nova babá. Eu... - Eu digo

- Você nunca para de falar? - ???

- Não, veja bem... mas... - Eu digo

(Eu realmente pareço como uma completa idiota!)
Eu coro e fico quieta.
O estranho desconhecido age de forma indiferente e aguarda pacientemente. Ele obviamente não tem pretensão algumas me ajudar.
(Bom, está claro que ele não dá a mínima para o que eu tenho a dizer...)
O silêncio acentua o meu embaraço e seus belos olhos amendoados não param de me observar. Eu me sinto desajeitada e terrivelmente desconfortável.

- Eu fui contratada pelo Sr.Bartholy... para cuidar da pequena Lorie. - Eu digo

Ainda sem qualquer reação da parte dele eu fico com uma vaga impressão de que ele não esteja me ouvindo, como se eu fosse invisível. Isso é tão humilhante.
Meu constrangimento acentua, minhas bochechas coram e eu sei que em questão de minutos, estarei vermelho escarlate.
Eu não sou uma dessas garotas populares que as pessoas reparam de longe, mas mesmo assim, ninguém nunca me tratou desta forma, sem nenhuma consideração.
Eu quero ensiná-lo algumas maneiras, mas eu não posso dizer nada.
Eu percebo que ele não teve nem modos de me convidar para entrar...
Eu realmente sinto que sou uma intrusa, como se estivesse no endereço errado. Desconfortavelmente eu troco o peso do meu corpo de um pé para o outro.
A impressão que dá é que quanto mais desconfortável eu fico, mas ele me observa.

- Há algum problema com o trabalho? vocês ainda precisam de uma babá? ou talvez... - Eu digo

Sem me deixar terminar ele abruptamente me dá as costas e sai andando.
(A... e eu? O que eu devo fazer? Entro, fico aqui, vou embora?)
Ao menos ele não fechou a porta na minha cara... então eu acho que posso entrar. Deixe-me ver... na pior das hipóteses qual o risco? ficar desapontada ou constrangida?
(Nada fatal!)
Respiro fundo e entro.

Is it love - Drogo VLM1Onde histórias criam vida. Descubra agora