Capítulo 165

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Passar a noite na casa de Sarah me fez bem. Eu precisava passar um tempo longe da mansão e dos meninos. Eu consegui tirar toda a tensão e o medo da minha cabeça por um tempo.

Uma noite inteira.

Esta manhã, assim que acordei, toda a tensão dos últimos dias voltou a me assombrar. Essa ameaça iminente, a Espada de Damocles, continua pairando ameaçadoramente sobre mim.

Eu me arrumei rapidamente, ignorando a Sarah, que queria que eu ficasse um pouco mais.

Não posso simplesmente me debruçar, não fazer nada, esperando que o Viktor Bartholy venha me buscar.

Chego na faculdade cedo, antes que todo mundo. Não vejo uma alma viva no caminho para a biblioteca. A atmosfera é estranha. 

Quando entro na biblioteca, vou imediatamente para a seção dedicada à mitologia. 

Estou tão concentrada no que estou fazendo que ouço os passos próximos a mim, um pouco tarde demais.

Eu me viro, com uma pilha de livro em meus braços e trombo diretamente com o Peter.

Ele me deu o maior susto da vida!

- Maldição, Peter! Você quase me matou de susto! - Eu digo

- Não era essa minha intenção. - Diz Peter

- O que você está fazendo aqui? Está tudo bem? - Eu digo

- Eu que deveria perguntar a você! Nós estávamos realmente preocupados! - Diz Peter

- Não tem motivo para isso. Eu já sou crescidinha... - Eu digo

- Então, boa sorte com o Drogo, se isso é tudo o que você tem a dizer! - Diz Peter

- Eu estava na casa da Sarah. - Eu digo

- Sim, eu pensei nisso. Mas eu achei que tínhamos concordado que você nos avisaria se decidisse não voltar para casa de noite. - Diz Peter

- Você sabe tão bem quanto eu que o Nicolae não me deixaria sair. Ele se tornou numa verdadeira mãe super protetora ultimamente. - Eu digo

- Isso é normal, você é uma de nós agora e o Nicolae é muito protetor com sua família. - Diz Peter

- Eu vou ser clara, Peter: Vocês não vão me manter trancada em uma bolha. Não importa o quão grande seja o perigo... - Eu digo

- Eu sei, e esse é o problema... Mas você pode pelo menos nos avisar para onde você vai, ok? - Diz Peter

- Desculpe... Eu precisava de uma mudança de ares, depois do que eu ouvi, e a Sarah sugeriu que eu dormisse na casa dele. - Eu digo

- Depois do que você ouviu? - Diz Peter

Sophia... Sua sem noção! 

- Peter, eu ouvi a conversa de vocês, na outra noite. Eu desci para pegar um copo de água. - Eu digo

- E você simplesmente não pode deixar de escutar pela porta! - Diz Peter

De repente, eu fico séria.

- Vocês não podem me forçar a ficar fora disso. Foram vocês que me colocaram em perigo! - Eu digo

- Se você cooperar, as coisas seriam muito mais simples! - Diz Peter

- Mas eu estou cooperando. - Eu digo

A ironia na minha voz o faz rir. 

- Não temos a mesma definição para a palavra cooperar. - Diz Peter

- De qualquer forma, eu não tenho escolha! - Eu digo

- É para o seu próprio bem, Sophia. - Diz Peter

- Está bem... - Eu digo

- Viu só! Você não está fazendo a sua parte... - Diz Peter

- Você sabe que isso não é verdade. A maneira de vocês me manterem segura também pode chamar atenção pra gente, e vocês três estão cientes disso. - Eu digo

- Você tem que entender que tudo isso é novo para nós! Até hoje, nós só precisamos cuidar de nós mesmos. E desde que você entrou em nossas vidas, você... Você mudou tudo. - Diz Peter

- Estou ciente disso e sinto muito por causar tantos problemas para vocês, mas eu não planejei isso... - Eu digo

- É claro que você não planejou. Não foi isso o que eu disse. Mas você tem que confiar em nós, faremos tudo o que for necessário para mantê-la segura. - Diz Peter

- Nossa! Eu estarei mais protegida do que uma estrela de Hollywood! - Eu digo

- Eu não conheço nenhuma estrela que seja protegida por vampiros. Você é a primeira! - Diz Peter

Eu começo a arrumar os livros sob o olhar atento do Peter.

- Posso te ajudar? - Diz Peter

- Eu precisava me aprofundar mais nas respostas em relação ao meu sonho. - Eu digo

- Compreendo. - Diz Peter

- A Sarah acha que a coruja é meu totem, e é por isso que tenho esse vínculo especial com ela. - Eu digo

- Você falou sobre isso com a Sarah? - Diz Peter

- Sim, Peter. Ela é minha amiga e eu confio nela. - Eu digo

Ele franze a testa, visivelmente irritado, então pega um dos livros que coloquei na mesa e começa a folheá-lo. 

- O que você pensa que está fazendo? - Eu digo

Ele sorri amplamente e continua lendo.

- Não é óbvio? Eu estou te ajudando. - Diz Peter

Um nó se forma na minha garganta.

O Peter está sempre oferecendo seu apoio, não importa quais conflitos eu possa ter com seus irmãos.

- Por que você é tão gentil comigo, depois de todos os problemas que eu estou causando...? - Eu digo

- Porque você é minha amiga. - Diz Peter

O Peter não se incomoda. Eu sou sua amiga, então ele me ajuda, fim da história. Gostaria que a Sarah pudesse vê-los como eles são.

- Obrigada, Peter, mas... Eu me sinto mal analisando um sonho com você, onde vocês eram os... - Eu digo

- Os caras maus? mais razões para tentar entender e analisar juntos. - Diz Peter

- E se você não gostar do que descobrimos? - Eu digo

- É um risco que eu tenho que correr... - Diz Peter

- Eu realmente espero que o sonho seja apenas um sonho. E que eu esteja apenas exagerando. - Eu digo

- Você sabe que não adianta fugir da realidade, porque ela sempre voltará para te assombrar, e é pior. Acredite, eu sei. - Diz Peter

Algo profundamente melancólico em sua observação parte o meu coração. O Peter parece ter passado por provações muito difíceis. 

- Está fora de cogitação te machucar. Então, temos que nos preparar. - Diz Peter

Eu o olho gentilmente e coloco a mão em seu ombro.

- Tenho certeza de que vamos encontrar uma solução para tudo isso! - Eu digo

- Então vamos! - Diz Peter

Nós trocamos um olhar de reconhecimento e mergulhamos nos livros. As horas passam, lemos praticamente todos os livros, mas não avançamos muitos.

Eu me recuso a desanimar. O Peter, por sua vez, decide pesquisar um pouco na internet.

Ao meio dia, eu meio relutante concordo em ir comer um sanduíche na cantina. Estou tão desesperada para encontrar alguma coisa e esquecer tudo isso.

Acebei aceitando, desde que voltássemos à pesquisa logo no início da tarde.


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