Is it love - Drogo VLM1

Capítulo 131

Eu pego vários lenços de papel da caixa que eu deixei na minha mesa de cabeceira e assoo meu nariz alto.

Eu afundo nos meus travesseiros e bato no lugar ao meu lado.

- Você fica um pouco? - Eu digo

- Todo o tempo que você quiser. - Diz Peter

Ele se senta ao meu lado e me contempla com bondade.

- Eu preciso pensar em outra coisa... - Eu digo

- E o que você sugere? - Diz Peter

- Me diz, você é um vampiro a muito tempo? - Eu digo

- Ah, claro, então eu serei jogado na fogueira, sim, faz um tempo... - Diz Peter

Não há mais mistérios do que os três irmãos que vivem nesta mansão. É muito difícil, se não impossível, extrair qualquer coisa deles.

E nada como mergulhar na vida de outra pessoa para esquecer a sua...

- E como foi? - Eu digo

- O que? Minha transformação? - Diz Peter

- Sim. Você se lembra de como aconteceu? - Eu digo

- Eu acho que nunca vou esquecer. - Diz Peter

- Me conta! - Eu digo

- A história não é nada original... Eu era um cara solitário, uma presa fácil para um vampiro, ainda mais para Viktor Bartholy. - Diz Peter

- Ele também te transformou? - Eu digo

- Foi ele com todos nós. - Diz Peter

- Você o conheceu onde? - Eu digo

- Eu estava prestes a me jogar de uma ponte e de repente ele apareceu. - Diz Peter

Eu acho difícil de acreditar que ele pretendia acabar com sua vida...

- Sinto muito... - Eu digo

- Não, não sinta, você sabe, a solidão às vezes é o pior de todos os males. - Diz Peter

- Eu não sabia que você tinha sofrido tanto. - Eu digo

Peter permanece sereno. Ele parece estar em paz com seu passado, mesmo que sua melancolia nunca o tenha deixado.

Seus olhos sempre estarão tristes e se sorriso, sempre cansado.

Tenho sempre a impressão de que ele não espera nada da vida, porque não devemos esperar nada dela, sob o risco da decepção.

- Muitas pessoas sofreram mais do que eu. Às vezes, não é preciso muito para experimentar um certo desconforto. Eu procurei o reconhecimento de um homem que não podia me dar o que eu queria... Eu teria sido capaz de lutar, enfrentar as provações, em vez disso eu fiquei com pena do meu destino, eu me deixei afundar...  - Diz Peter

- E Viktor Bartholy salvou você... - Eu digo

Ele sorri sem alegria.

- Viktor Bartholy nunca vai salvar ninguém além de si mesmo! - Diz Peter

- No entanto, ele o trouxe de volta à vida. - Eu digo

- Mais ou menos isso, eu ainda me lembro de suas palavras, naquele dia... Ele me prometeu uma nova vida, uma nova família. Eu ainda não sei porque ele me escolheu. A pesar de eu realmente preferir que ele não tivesse o feito! - Diz Peter

- Mas você não estaria aqui, e você não conheceria esta vida com a gente. - Eu digo

Ele sorri, mas é apenas um sorriso na superfície que não traduz alívio nem felicidade. Apenas um sorriso terno, porque ele gosta de mim.

- Você tem bons argumentos! - Diz Peter

- Sempre! - Eu digo

- Eu ainda não entendo o que ele achou de diferente em mim que o fez querer me manter ao seu lado... - Diz Peter

- Sem dúvida, ele já percebeu todo o potencial escondido em você! - Eu digo

- Ou então ele aproveitou meu desespero para me obrigar a vender minha alma ao diabo! - Diz Peter

- Eu não defendo o Viktor, longe disso, mas reconheço que ele realmente lhe deu uma família... Você tem Nicolae, Drogo e Lorie. - Eu digo

- Nicolae é a única figura paterna que estou disposto a reconhecer. Isso é verdade, mas nós devemos essa família para nós mesmo. - Diz Peter

- Esta imagem lhe convém como uma luva! - Eu digo

- E então tem você, você uma de nós agora. - Diz Peter

- Eu não sei, Peter. Você parece ser o único a estar convencido disso... - Eu digo

- Nicolae adora você, e eu nem falo sobre o Drogo! - Diz Peter

- E a Lorie? - Eu digo

- Ela não está acostumada a ter uma presença feminina além dela, mas ela está chegando lá, pouco a pouco. - Diz Peter

Eu me lembro da cena que ela acabou de fazer. Não sinto que a reação da Lorie demonstra um grande carinho em relação a mim. Ou ela realmente precisa rever sua capacidade de expressar seu carinho!

Eu continuo cética.

- Bom, se você diz... - Eu digo

- Você vai ver... Amanhã você vai olhar as coisas com uma nova perspectiva. Tudo ficará menos sombrio. - Diz Peter

- Eu gostaria de estar tão convencida como você! - Eu digo

- Não deixe o Drogo arruinar tudo. Meu irmão é um idiota... - Diz Peter

- Quanto a isso, eu concordo totalmente com você. - Eu digo

Ele se inclina levemente e beija a minha testa.

- E agora você deve dormir um pouco... - Diz Peter

- Eu tenho direito a um abraço? - Eu digo

Eu apressadamente estendo os braços para ele, com um ar malicioso.

- Você vai acabar me transformando em um urso de pelúcia reconfortante, nós vampiros somos perigosos! - Diz Peter

Ele me abraça de forma rígida, me soltando depois de ter certeza de que estou pronta para dormir.

Estou exausta, não demorarei muito para adormecer... Mas tenho que parar de pensar.