Capítulo 163

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No dia seguinte, na faculdade, Sarah e eu assistimos a aula do Dr. Jones. Ele está de bom humor esta manhã.

É por isso que ainda não tive coragem de contar para ele sobre meu sonho.

Quando ela descobrir que um original está voltando para a cidade, e que ele é nada mais, nada menos que o Viktor Bartholy, sua alegria de viver vai derreter como a neve no sol.

Sua família o odeia profundamente e posso compreedê-los. Esse cara é um monstro.

É uma pena que o clã das bruxas considere os meninos da mesma forma.

Eles fazem um grande esforço para dominar seus impulsos primitivos, mas as pessoas continuam os odiando e excluindo.

À medida que a aula termina eu me demoro para arrumar minhas coisas esperando a sala esvaziar.

Gostaria de falar com o Dr. Jones... Em particular. 

- Você vem? - Diz Sarah

- Sim, sim, eu te encontro lá fora. Eu tenho que perguntar um negócio para o professor Jones. Não vai demorar. - Eu digo

- Você não quer que eu fique com você? - Diz Sarah

- Não. Tudo bem. Muito obrigada, Sarah. - Eu digo

Ela dá de ombros, sorrindo.

- É para isso que servem os amigos. - Diz Sarah

Ela se afasta e sai da sala. Durante todo esse tempo, Sebastian Jones não tirou os olhos de mim.

- Sophia... - Diz Sebastian

Eu me aproximo dele rapidamente, mas não sei como vou abordar o assunto, mas preciso saber o que ele pensa do meu sonho...

- Você me disse que eu poderia procurá-lo se eu tivesse qualquer duvida... - Eu digo

- Sim, eu disse. - Diz Sebastian

- Professor... - Eu digo

- Que tal me chamar de Sebastian. Algo me diz que você precisará falar comigo com frequência. - Diz Sebastian

Não tenho certeza se será regularmente, mas por que não.

- Sebastian, o que você sabe sobre sonhos premonitórios? - Eu digo

- Sonhos premonitórios, devo admitir que você tem toda a minha atenção. - Diz Sebastian

- Eu tenho um amigo que pensa que seu sonho pode se tornar realidade... - Eu digo

- Um amigo...? - Diz Sebastian

Posso ver que Sebastian não está convencido, mas não quero falar muito sobre isso. 

- Esse tipo de sonho, é possível? - Eu digo

- Sim, é claro. Em certas tribos, eles são um assunto muito sério. Me conte mais. - Diz Sebastian

- Meu amigo foi atacado por... Monstros. - Eu digo

Sebastian fica imediatamente tenso. De repente ele parece distante, perdido em pensamentos sombrios.

Eu continuo.

- Havia também uma coruja para me proteger... Quero dizer... para proteger meu amigo. - Eu digo

- Você sabe que você não está me enganando, coloque todas as suas cartas na mesa, Sophia. Você está falando de você, não é? Esse sonho é seu... - Diz Sebastian

- Sim, é meu. - Eu digo

- Você não precisa de preocupar, não divulgarei nada que você me disser. - Diz Sebastian

- É só que... Pode ficar complicado, se eu falar sobre isso, não devo falar sobre isso, mas... - Eu digo

- Mas você precisa de uma opinião externa. Eu posso entender. - Diz Sebastian

- Então, tem essa coruja no meu sonho, que é a mesma que frequentemente aparece na minha casa. Eu a vejo o tempo todo. Ela até me deixa acariciá-la de vez em quando, eu me pergunto o que isso significa... - Eu digo

- As corujas são extremamente simbólicas. - Diz Sebastian

- Sério? - Eu digo

- Elas muitas vezes estão relacionadas à capacidade de enxergar além, coisas ocultas ou camufladas, de discernir o que os outros não podem. - Diz Sebastian

Eu penso em suas respostas. Isso explicaria muita coisa. 

Em particular, a vontade de Star em me mostrar ou explicar o que não vejo de imediato.

- Mas por que querer me proteger a todo custo? - Eu digo

- Se dúvida você representa algo importante para ela. Mas isso é só uma especulação. - Diz Sebastian

- Cheguei às mesmas conclusões. Seu comportamento mostra sua vontade de me proteger, o que é bastante surpreendente por si só. - Eu digo

- Nem tanto! Os animais podem se afeiçoar muito aos humanos e, muitas vezes passam a protegê-los a todo custo, isso existe desde o início dos tempos. Muitas vezes eu me deparo com histórias assim em minha viagens. - Diz Sebastian

- E o Lobo? - Eu digo

- O lobo? - Diz Sebastian

- Sim, também havia um lobo no meu sonho. Que ficava entre mim e o... Uh... - Eu digo

- Monstros? - Diz Sebastian

Eu acho que ouço um toque de ironia em sua voz, mas é tão leve que não posso ter certeza.

- Eu vi esse mesmo lobo recentemente, e ele falou comigo no meu sonho. - Eu digo

- Muito estranho, na verdade. - Diz Sebastian

- É estranho que ele fale comigo, você não acha? - Eu digo

- Não, por que? É talvez a única maneira que seu subconsciente encontrou para permitir que você interprete o que esses animais estão tentando fazer você entender. - Diz Sebastian

- Talvez. Você acha que devo levar este sonhoso à sério? Quero dizer, que os monstros personificam uma ameaça escondida ou algo assim? - Eu digo

- Tudo é possível, a partir do momento em que você acredita nisso... - Diz Sebastian

Eu aceno com a cabeça, pensativa. Eu realmente precisava da sua opinião sobre o assunto.

Mesmo que seja semelhante ao que os meninos disseram ontem à noite, acho tranquilizador. 

Eu sei onde estou agora, mesmo que não pareça bom.

- Obrigada, Sebastian. Você me ajudou bastante. - Eu digo

Ele me dá um sorriso enigmático.

- É para isso que estou aqui, certo? - Diz Sebastian

Sem dúvida!

Eu deixo a sala de aula, depois de dar tchau. Estou feliz por ter ouvido seu ponto de vista.

A principio eu achei que a versão dos meninos, um pouco subjetiva demais. Pelo menos agora, eu sei que posso confiar neles.

O Sebastian disse mais ou menos o mesmo que eles.

O que não me faz sentir muito melhor, mas pelo menos agora eu sei que meu sonho foi realmente uma visão do que pode acontecer.

Mas, então, isso significa que até o Drogo vai me ferir?


Is it love - Drogo VLM1Onde histórias criam vida. Descubra agora