Capítulo 118

633 47 6
                                    

Eu mal consigo ficar acordada. Me sinto enjoada, como se estivesse saindo de um longo coma. Minha cabeça gira e eu me sinto fraca.

Eu demoro um pouco para perceber mãos frias passando pelo meu rosto.

- Por favor, fique comigo, Sophia... - Diz Drogo

- Drogo... Mas... O que é... - Eu digo

- Sophia! - Diz Drogo

Ele quase me sufoca no seu abraço, passando suas mãos pelos meus cabelos.

- Eu achei que você estivesse morta! Eu achei... Que tivesse te matado! - Diz Drogo

- Drogo... Eu... Tão frio... - Eu digo

Ele pega o cobertor e estende gentilmente sobre mim.

- Droga, você está congelando! - Diz Drogo

Uma vez embrulhada e aquecida, eu gradualmente volto ao normal. Eu quase que não volto a acordar nunca mais...

De repente o Drogo levanta e bate contra a parede, sem atenuar sua força! A pedra quebra!

Ele bate uma vez atrás da outra, lutando, mas o machucado em seu punho cicatriza rapidamente. Ele está descontrolado, furioso consigo mesmo.

- Eu sou um monstro desgraçado! - Diz Drogo

Enrolada no meu cobertor, eu corro para ele para prevenir que ele se machuque. Uma vertigem passa por mim, estou um pouco fraca, mas consigo ficar de pé.

- Acalme-se... É desnecessário! - Eu digo

- Você não deveria estar de pé, você não está bem... - Diz Drogo

- Você vai ficar comigo? - Eu digo

Sem responder, ele me leva de volta para a cama, me ajudando a me deitar. Eu olho para ele preocupada.

Sentando na beira da cama, ele coloca as mãos sobre seu rosto.

- Nós estávamos errados... - Diz Drogo

- Não, nós tentamos... E foi... Louco... Eu nunca senti algo tão transcendental! - Eu digo

- Se você estivesse morta, você sempre acharia isso transcendental? - Diz Drogo

- Não, certamente não. - Eu digo

A expressão do Drogo é séria. Nunca o vi em tal estado.

- Então, está tudo bem...Estou bem. - Eu digo

- Sophia, você não entende. Você consegue imaginar como seria se eu tivesse que viver com sua morte? Então imagine um pouco as consequências! - Diz Drogo

Infeliz eu desvio o meu olhar.

- Para mim, para a minha família, seria o fim, nós teríamos que fugir, as suspeitas já estão sobre mim, por causa do que aconteceu com a Mia, eu preciso, devo te lembrar. - Diz Drogo

Abaixo os olhos e suspiro suavemente. Eu sei que ele está muito bravo consigo mesmo por causa da Mia, e o que aconteceu esta noite significa mais um fracasso para ele.

Eu me sinto mal... Eu sou parcialmente responsável por essa bagunça. Afinal, fui eu quem insistiu!

Eu queria tanto conhecer essas sensações, experimentar essa experiência: ser mordida! Eu fui egoísta.

Não pensei por um segundo o que isso significava para o Drogo.

- Desculpe, eu não tinha entendi o porquê da sua relutância... Eu não deveria ter... - Eu digo

Ele solta uma risada zombeteira.

- Você me tentou, admito, mas eu estava perfeitamente consciente do que estava fazendo, e, como sempre, tomei uma decisão errada. - Diz Drogo

- Você foi longe demais, é verdade, mas da próxima vez... - Eu digo

- Dá próxima vez? Você só pode estar brincando! - Diz Drogo

- Você me proporcionou sensações que nunca conheci, Drogo... - Eu digo

- Sim, eu fiz você passar muito perto da morte, e você vem falar de uma sensação! - Diz Drogo

- Nós dois precisamos dar um passo atrás e superar o que acabou de acontecer. - Eu digo

Ele olha para mim. Seu olhar atordoado não vai embora. Depois de um longo momento, ele balança a cabeça.

Parece que ele tomou vários socos no rosto.

- O estrago já foi feito! - Diz Drogo

- Drogo! Nos dê tempo! - Eu digo

- Sophia, eu nunca vou correr o risco de te colocar em perigo de novo! - Diz Drogo

Ele se levanta e começa a se vestir sem dizer uma palavra. Minha garganta aperta.

- Você ainda me quer? - Eu digo

- Me sinto culpado! - Diz Drogo

Estou perturbada. Tenho a sensação de que estou perdendo ele...

- Drogo... Não importa o que você decidir esta noite, o que eu experimentei com você sempre será um dos momentos mais intensos da minha vida. - Eu digo

- Você não pode dizer isso! - Diz Drogo

Me levanto e passo meus braços ao redor do seu pescoço.

- Eu não quero perder você... - Eu digo

Drogo franze a testa e se inclina sobre meu pescoço novamente.

- A ferida começou a sangrar novamente... É melhor você se afastar. - Diz Drogo

Sua voz é distante, seu olhar vago.

As suas íris começam a brilhar. Não tenho dificuldade em perceber no que ele está pensando.

Então eu me afasto gentilmente, e ele se separa de mim com dificuldade.

Posso ver que ele está lutando de novo contra seus impulsos. Não sei como vou lidar com a situação.


Is it love - Drogo VLM1Onde histórias criam vida. Descubra agora