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 "Ninguém é capaz de dizer o que está no coração do outro até que se conheça a pessoa por trás das máscaras

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"Ninguém é capaz de dizer o que está no coração do outro até que se conheça a pessoa por trás das máscaras."

Christopher

Todos do setor de produção escutaram calados enquanto Dulce surtava com um dos empregados por uma suposta baixa nos lucros da empresa.

Se eu já havia a visto com maus olhos, agora então havia descido ainda mais no meu conceito de bondade. Ela era desnecessariamente má com as pessoas.

Quando ela saiu da sala, pude ver um olhar de satisfação no rosto dela. Será que estava mesmo com raiva ou apenas queria reafirmar sua superioridade? Passou por mim me lançando um olhar desafiador que mesmo me fazendo estremecer, não deixou que eu me abatesse. A encarei de volta tão firme quanto ela.

Assim que ela finalmente desapareceu pelos corredores, os outros funcionários pareceram relaxar e começaram a cochichar sobre o ocorrido.

— Qual é a dessa mulher? E por que arrastar a Annie pra ouvir isso? — falei tornando a dar atenção ao Christian.

— Eu te disse que essa mulher era o próprio satanás, não disse? Sobre a Annie, ela adora fazer isso. Manda a Annie seguir ela por aí sempre que ela tem que fazer algo fora da sala dela. É como se quisesse mostrar para os outros que ela tem um cachorrinho adestrado pra exibir.

— Isso é horrível. — meu desgosto era aparente.

— Coitado do Henri. Teve problemas com a mãe doente e deixou o trabalho em segundo plano. E agora tem que ouvir dessa mulher venenosa que ele vai ganhar menos.

— Acha que ela seria capaz de diminuir o salário dele?

— Isso é o mínimo que ela faria. Seria capaz até de matar alguém se esse alguém prejudicasse os negócios dela. — sussurrou, temendo que outras pessoas ouvissem.

— Deveríamos ir falar com ele, não? Afinal, é nosso colega de trabalho e ele está na mesma área que eu. Merece um apoio emocional.

— Apoiar aquele ali? Nem tenta! — riu. — Se Dulce mandasse ele pular, ele perguntaria "de qual altura?". É apaixonado por ela e todos sabem.

— Mesmo que ele seja um coitado iludido, deve estar mal agora. Vamos lá. — saí andando na frente e apenas pela curiosidade, Christian me seguiu. A porta da sala dele estava entre-aberta e eu dei dois toques.

— Pode entrar. — respondeu lá de dentro.

— Com licença. — entrei e Christian veio logo atrás. — Me chamo Christopher, sou o novo produtor. O Christian você já conhece.

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