54º

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Dulce

O tão esperado dia havia chegado. Eu finalmente levaria o meu filho para casa. Finalmente teria a parte que faltava do meu coração pertinho de mim.

Eu segurava a mão de Christopher, enquanto esperávamos sentados no sofá do orfanato.

— Você está suando. — ele disse e logo depois, beijou a minha mão.

— Só estou ansiosa.

Vimos Bernardo descer as escadas, com uma mochila nas costas enquanto uma cuidadora carregava sua mala.

O que eu senti ao vê-lo agora era diferente de todas as vezes em que estive aqui para visita-lo. Ele era meu filho e eu o levaria para casa. Nada se comparava a aquele momento.

— Mãe! Pai! — ele correu até nós e pulou em meu colo.

Eu e Christopher o abraçamos e naquele instante, minhas lágrimas vieram.

Meu peito estava inundado de alegria e todos os problemas que me cercavam pareciam ter sumido de vez.

— Pronto pra começar a sua vida com a sua nova família? — Christopher perguntou, acariciando os cabelos de Bernardo.

— Sim! Nunca estive tão feliz! Eu amo vocês!

— A gente também te ama. — falei depositando um beijo em seu rosto.

O caminho de volta para casa foi regado de risos e cantorias. Parecíamos até uma família tradicional de filmes americanos.

Em seu primeiro dia em casa, nós lhe apresentamos o seu quarto que eu havia decorado e enchido de brinquedos. Bernardo pulava de alegria e se certificava de testar cada objeto ali.

— Parece eu quando ganhei meu primeiro x-box. — Christopher suspirou. Eu o olhei de canto e ri. — Vai me dizer que não explodiu de felicidade quando ganhou o seu primeiro videogame?

— Na verdade, eu comprei o meu primeiro videogame com a minha mesada. — dei de ombros.

— A gente não vai dar uma mesada gorda assim pro Bernardo, não é? — franziu a testa.

— Que tal o seu salário? — brinquei e nós caímos na risada.

— Alguém quer jogar? — Bernardo nos ofereceu um dos controles de seu x-box.

— Que tal a sua mãe? Ela me dá uma surra sempre. — Christopher disse.

— Isso eu quero ver! — falou Bernardo.

Sentei ao seu lado e nós começamos a jogar algo clássico, uma luta livre sem muitos segredos e realmente ele era muito bom.

— Parece que temos uma família de gamers aqui! — falei sem desgrudar meus olhos da tela.

— A gente pode até fazer um campeonato dos Uckermann's! — Christopher sugeriu atrás de mim.

— Saviñon's. — o corrigi.

— Uckermann's — repetiu ele.

— Eu não vou mudar o meu nome quando a gente casar! — cantarolei.

— Eu muito menos. — falou firme. Bernardo pausou o jogo e eu o olhei com estranheza.

— Vocês são tão bobos. — deu risada. — É só um nome.

— E tradicionalmente a mulher é quem fica com o sobrenome do marido. — Christopher pontuou.

— Isso é tão machista. — o encarei.

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