45º

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Christopher

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Christopher

Acordei pela manhã, mas mantive os meus olhos bem fechados. Meu corpo inteiro pesava e mesmo tendo tomado o medicamento receitado pelo médico, meu estômago ainda se revirava como uma batedeira.

Me enfiei mais embaixo dos lençóis e rolei para o meio da cama, me sentindo bem mais esquentado.

Era comum que Dulce acordasse bem antes de mim, mas quando eu girei, senti que ela estava sentada na beirada da cama e por instinto, estiquei meu braço para fora do cobertor e abracei sua cintura. Mas a saia de couro denunciou que aquela não era a Dulce.

De forma veloz, eu tirei o lençol no meu rosto e sentei, encarando a face de Catarina, tão cínica quanto eu me lembrava.

— Que porra tá fazendo aqui? — franzi a testa.

— Você pode até duvidar, mas eu fiquei preocupada com você, então eu vim te ver. — sorriu, já eu, me mantive sério. — Não me olhe assim, eu estou sendo sincera.

— Por que diabos Dulce deixaria você entrar aqui?

— Ah, a Dulce não está. Mary me disse que ela foi até a empresa resolver um problema. Muito dedicada, não? Até aos domingos ela quer trabalhar. — revirou os olhos. — Enfim, a Mary foi um anjo e me deixou vir aqui falar com você.

— Vai embora. — fui direto.

— Nossa... não vai mesmo guardar rancor de mim, não é? — ela tentou tocar minha mão, mas eu me afastei bruscamente.

— Não chega perto de mim. Vai embora. — repeti.

— Não precisa dessa grosseria! Eu só queria saber se você estava bem! — falou em tom de ofensa.

— Se dependesse de você, eu estaria morto agora.

— Não diz isso, eu nunca quis te machucar. Como eu podia saber que você iria passar mal? — era incrível como ela atuava bem em seu papel de vítima.

— Talvez o fato de eu nunca ter ingerido nenhuma droga seja o suficiente pra não me dar esse tipo de coisa. — ironizei. — Agora, pode atender o meu pedido e ir embora?

— Tudo bem, eu não quero te estressar. — ficou de pé. — Me desculpa por ontem. — deu de ombros. — Até mais, bonitinho! — deu uma piscadela e depois saiu pela porta do quarto.

Respirei fundo pra não perder a cabeça, levantei da cama, calcei os meus chinelos e saí do quarto. Cheguei no topo da escada a tempo de ouvir Catarina se despedir de Mary e sair pela porta da frente.

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