14º

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Christopher

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Christopher

Cansado era apelido para descrever o meu estado de ânimo atual. Estava tão exausto que não quis arriscar de dirigir até a empresa pela manhã e dormi no banco do carona enquanto Christian o fazia.

Quando chegamos, May me despertou com um peteleco no nariz e nós seguimos até a parte interna da empresa.

— Tá parecendo um zumbi. — ela disse enquanto esperávamos o elevador chegar até nosso andar.

— Dulce me encheu de projetos e eu não dormi nada. — bocejei. — Acho que ela me odeia.

— Isso não é verdade. — Annie a defendeu. — Você só disse as coisas erradas para a pessoa errada.

— Annie, cai na real! — Christian revirou os olhos. — Precisa começar a culpar a sua chefe pelas coisas ruins que ela faz com os outros.

— Tudo o que ela faz tem uma explicação. — continuou firme em sua defesa.

— Claro que tem. — May se intrometeu. — Ela gosta que as pessoas rastejem aos pés dela. E quando não fazem isso, sofrem as consequências.

— Vocês só precisam ter uma visão menos preconceituosa dela. Convivo com a Dulce a maior parte do dia e posso afirmar que ela não é essa pessoa horrível que vocês dizem.

— Annie, pelo amor de Deus! — dessa vez eu teria que entrar na discussão. — Você diz isso porque nunca precisou se virar em duas pra fazer algum trabalho super exagerado a mando dela. Ela gosta de você e você gosta dela. Sempre vai defendê-la.

Ela não disse mais nada e apenas deu de ombros. Não entendia se ela era assim com Dulce porque gostava mesmo dela, ou tinha tanto medo que achava que estávamos errados em achar que Dulce estava errada.

Usei a primeira hora da manhã para tirar um cochilo sobre a minha mesa, usando todos os papéis dos projetos como travesseiro. A reunião com os diretores da Dior seria em poucos instantes e eu precisava descansar pelo menos alguns minutos.

No horário marcado, eu fui até a sala de reuniões onde todos já se encontravam, menos a pessoa principal, Dulce. Enquanto aguardávamos sua chegada, íamos conversando sobre os projetos e todos os detalhes que eu havia pensado. Eu estava me entendendo com eles.

— Desculpem o atraso. — Dulce entrou e sentou-se ao meu lado. — Tive alguns imprevistos, mas cá estou. Podemos começar?

Retomamos as conversas, dessa vez com os palpites dela. E ali eu pude ver que ela era realmente brilhante. Por mais horrível que sua personalidade fosse, quando se tratava de publicidade, ela articulava como ninguém e era bastante convincente em suas propostas.
Minhas falas nem estavam sendo tão necessárias quanto eu achei que seriam.

Ainda estava um pouco cansado e enquanto os diretores conversavam entre si, eu fechei meus olhos por alguns segundos. Tempo o suficiente pra sentir uma cotovelada certeira em minha costela.

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