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Dulce

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Dulce

Eu já estava no meu sexto mês. Minha barriga estava grande, mas apesar disso, eu ainda conseguia me movimentar com facilidade. Só o peso que às vezes fazia com que eu me cansasse muito rápido.

Bernardo era oficialmente meu filho e do Christopher. Depois que voltamos, ele voltou também para o processo de adoção e nós registramos Bernardo oficialmente.

Passamos a morar os três em minha casa e para garantir uma renda a mais, Christopher alugou o seu apartamento.

Era segunda, bem cedo pela manhã, o sol havia acabado de nascer. Eu era a única acordada na casa e para a minha surpresa, minha mãe resolveu me fazer uma visita e levou várias roupinhas de menina que ela mesma desenhou e costurou.

— Eu vim cedo porque você sai pra trabalhar daqui a pouco e eu queria te dar isso logo. — ela disse enquanto me mostrava os vestidinhos e macacões um por um. — Também fiz vários sapatinhos de crochê.

— Mãe, são lindos! Onde você aprendeu a criar roupas assim?

— Você acha que a única coisa que eu fazia na Alemanha era acompanhar desfiles e comprar as roupas que via neles? Eu fiz um curso de moda.

— Por que não disse nada?

— Você nunca se importou com o que eu fazia lá. — deu de ombros.

— Bom, se eu soubesse que estava sendo produtiva, iria me interessar.

— Tudo bem, já passou. — sorriu. — Preciso te contar uma coisa. — ela me olhou animada.

— O que?

— Eu fiz todas essas roupinhas por um motivo. Eu queria poder dar muitos presentes pra minha neta pra que ela usasse por muito tempo. Tem diferentes modelos, tamanhos... ela vai usar minhas roupas até os dois anos.

— E por que pensar tanto no futuro? — arqueei uma sobrancelha.

— Recebi uma proposta direto da Alemanha. A antiga academia de moda da qual eu fazia parte me indicou para ser a estilista de uma marca de grife. Eu aceitei.

— Você vai embora de novo? — pendi a cabeça para o lado.

— Dulce, eu nunca trabalhei na vida. Eu me casei cedo e o seu pai ficou rico muito rápido, sabemos bem o porquê. — deu de ombros. — Eu não quero passar o resto dos meus dias dependendo dos meus filhos. Eu quero trabalhar, receber dinheiro e ter o prazer de dizer que aquele dinheiro foi fruto do meu trabalho. Um trabalho que eu ame fazer.

— Tudo bem, eu concordo. Se você vai estar feliz fazendo isso, eu sou feliz por você. — sorri para ela.

— Obrigada, meu amor. — ela me abraçou e eu devolvi o abraço. — Eu viajo amanhã. E não se preocupe, eu já falei com o Alfonso. Vou voltar quando ele cumprir toda a pena.

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