68º

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Christopher

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Christopher

Quando acordei, já era noite. A lua brilhava cheia lá fora, trazendo a única fresta de luz que iluminava o meu quarto.

Dulce não estava mais ao meu lado e por baixo da porta, eu via a luz que vinha da sala de estar.

Levantei, vesti uma cueca e fui à procura dela. Ela lia um livro sentada no sofá, vestindo a minha camisa como sempre fazia quando ficávamos juntos.

— Aí está você! — eu disse sorrindo e me aproximando. Ela apoiou o livro em seu colo e sorriu para mim.

— Descansou? — ela perguntou.

— Me sinto revigorado! — me espreguicei. — Diria que estou pronto pra outra rodada.
A beijei vorazmente, a deitando no sofá. Ataquei seu pescoço, começando a morder e correr meus lábios por sua pele quente.

— É muito bom não ter que se preocupar com a camisinha, não é? Afinal, eu já estou grávida. — deu risada. Eu parei por um instante e a encarei, com um sorriso confuso em meus lábios.

— Que?

— O que me deixa aliviada é que você use preservativo com outras mulheres. Assim eu não corro o risco de pegar algo. — deu de ombros.

— Que? — repeti. Ela deu de ombros novamente.

Desviei levemente o meu olhar e sobre a mesinha de centro, eu vi uma camisinha usada ali, junto com sua embalagem original. Fiquei ainda mais confuso, até me lembrar que aquela era a camisinha que eu havia usado na noite anterior. Por algum motivo, Dulce havia fuçado o meu lixo e encontrado aquilo.

— E então... — ela me empurrou bruscamente pra que saísse de cima dela e sentou-se, ajeitando seu cabelo. — Fuzz mandou uma mensagem avisando que adoraria repetir a noite de ontem. — ela me fuzilava com o olhar, como se estivesse prestes a voar em meu pescoço.

— Antes que você me xingue de todos os nomes possíveis, eu posso falar sobre o que aconteceu?

— À vontade! — cruzou os braços e me encarou como se me desafiasse.

— Sim, tudo o que você acha que eu fiz com a Fuzz ontem, eu fiz. — vi ela respirar fundo. — Mas calma! Até ontem eu não tinha a mínima noção do rumo que nós dois tomaríamos. E depois de passar a noite com uma mulher que não era você, eu vi que eu nunca conseguiria mentir pra mim mesmo dessa forma. Foi ali que eu tive a certeza de que eu nunca mais vou me apaixonar por nenhuma outra pessoa. Ninguém é capaz de me fazer sentir as coisas que sinto quando estou com você. — sua expressão ainda era a mesma. — Eu sei que está morrendo de raiva de mim agora e tem razão em estar, eu confesso. Admito que errei feio nisso e me arrependo. Por favor, não desiste da gente por causa de um erro meu. — ficamos em silêncio por alguns segundos.

— E eu estava errada quando morria de ciúmes dela? Porque você me fez pensar que eu estava. — ela disse séria.

— Eu... sinto muito. Mas você viu que eu nem respondi a Fuzz. Não quero nada com ela.

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