25º

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Christopher

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Christopher

Ver Dulce tratando uma criança com tanto carinho foi algo que me surpreendeu. E notar que ela estava mesmo se tornando alguém melhor me deixava ainda mais apaixonado por ela. Se a fúria em seus olhos já me atraía antes, a doçura que surgia me atraía ainda mais.

Depois do fim do evento no orfanato, eu voltei para casa e me retraí antes de abrir a porta. O silêncio lá dentro era gritante e eu não imaginava o que ou quem esperar.

Abri a porta devagar e entrei um pouco incerto. Christian estava no sofá e parecia concentrado em algum trabalho.

Comecei a andar em direção ao meu quarto sem dizer uma palavra.

— Não vai conversar comigo? — ele me encarou.

— Eu deveria? — perguntei sem jeito.

— Cara, eu sou o seu melhor amigo. Com quem mais você vai desabafar? — relaxei e sentei no sofá ao lado dele. — Como se sente?

— Eu não faço ideia... acho que estou preocupado com a May. Ela acordou bem?

— Um pouco melhor do que ontem, mas ainda tá bem chateada. Eu só quero ouvir o seu lado da história, porque na história dela você é um mal caráter.

— Talvez ela não esteja errada. — dei de ombros. — Juro que eu só ia conversar com a Dulce.

— E a língua dela precisava estar colada na sua pra vocês conversarem? — zombou.

— Christian! — o repreendi.

— Qual é, eu não acredito! Dois dias atrás vocês se odiavam mais do que o coringa odeia o Batman e de repente, tudo muda de uma hora pra outra? — ele parecia inconformado.

— Christian, a Dulce tá tentando ser alguém melhor, você mesmo notou isso nessa última semana.

— E você tá acreditando nessa compaixão momentânea dela? — riu.

— Sabe onde eu estava hoje? — ele negou com a cabeça. — Naquele orfanato onde faço trabalho voluntário às vezes. E sabe quem estava lá? Sorrindo e abraçando as crianças? Dulce.

— Não acredito. — arqueou as sobrancelhas em sinal de surpresa.

— Nem eu acreditei quando vi. Eu acho que ela só precisava de alguém que não tivesse medo dela, que a visse como a mulher normal que ela é. Aí ela percebeu que não tem problema ser gentil ou mostrar que tem um coração.

— Você acha que pode ter tido um papel nisso?

— Não sei. Mas se for assim, fico feliz. — sorri de lado.

— E a May?

— Creio que ela não vai mais querer nada comigo e eu também acho que não vai dar certo.

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