69º

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Dulce

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Dulce

A audiência pública só me daria ainda mais dor de cabeça. Agora as pessoas iriam especular sobre o meu caráter até não sobrar mais nada de mim.

Na porta do tribunal, dezenas de repórteres atacavam qualquer um que adentrasse o local, sedentos por um fio de informação que alavancasse suas medíocres carreiras.

Alfonso parou o carro em uma das vagas de estacionamento da rua e me encarou, como se implorasse que eu fosse a primeira a sair do carro. Olhei para a minha mãe que estava no banco de trás, torcendo pra que ela dissesse algo aliviador.

— Ninguém quer fazer isso hoje, mas precisamos, não é? — ela disse. — Eu sei que vocês não concordam com as coisas que o Fernando fez, mas não tem como mudar isso. Eu e Alfonso temos uma parcela de culpa por termos sido coniventes com a situação, então, talvez passar por tudo isso seja algum tipo de castigo divino.

— Acha que vamos ser presos? — Alfonso perguntou.

— Não acho que a Dulce seja presa, afinal, você vai deixar claro que ela não sabia de nada disso. Já você, meu filho, eu espero que não seja, mas não vou mentir pra você, há chances.

— Que Deus tenha piedade de nós. — falei.

Respirei fundo, tomei coragem e abri a porta, saindo pouco a pouco de dentro do carro. E como carniceiros, aqueles jornalistas cercaram nós três e começaram a falar ao mesmo tempo, perguntando coisas totalmente inconvenientes.

Coloquei os óculos escuros, evitando que aqueles inúmeros flash's me desnorteassem e com a ajuda de Alfonso, que se fazia de escudo para mim e minha mãe, conseguimos empurrar todos aqueles parasitas até entrarmos no tribunal.

Do lado de fora da nossa sala do julgamento, estava Anahi. Assim que nos viu, ela veio até mim e me deu um abraço apertado.

— Vim desejar boa sorte pra vocês. — abraçou minha mãe e depois, Alfonso, lhe dando um selinho demorado. — Christian e Maitê não puderam vir porque estão cheios de trabalho na empresa, mas mandaram boas vibrações.

— E o Christopher? — Alfonso perguntou.

— Você convidou o Christopher? — o olhei furiosa.

— Sim, ontem na minha sala, quando vocês dois ainda estavam se amando. O que eu ia fazer? Ligar pra ele dizendo pra ele não vir?

— Eu não quero ele aqui! — afirmei.

— Se você quiser, eu posso ir embora. — ouvi a voz de Christopher atrás de mim. —Eu vim apoiar o seu irmão, que apesar de não ser meu cunhado, é meu amigo.

— Obrigado por vim, Christopher. — os dois se abraçaram. — Agora, dá pra senhorita não surtar? — dei de ombros e cruzei os braços.

Não demorou até que o nosso advogado chegasse. Ele nos instruiu sobre o que dizer e tentou nos acalmar a todo instante, explicando qual poderia ser a decisão do júri.

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