Capítulo 14

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Era pra eu ter postado esse capítulo ontem, em homenagem ao aniversário da Mary, mas não tive tempo. De qualquer forma, gostaria de desejar, mais uma vez, feliz aniversário e tudo de bom.  

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               Anabel analisava tudo que já tinha escrito até ali. Olhava para seu plano, que estava praticamente todo pronto, e buscava alguma falha, algum erro. Provavelmente teria muitos, ainda mais que teria que fazer sozinha. Não era boa de economia ou contabilidade, então não sabia se os valores estavam corretos. Pretendia construir casas para todos os moradores do Reino Tecas, mas, diferente do que foi feito na mudança da Sociedade, não queria que todos ficassem em um mesmo local, como em uma vila isolada, queria espalhar as 11 aldeias por várias partes do vale.

Ainda não sabia direito como fazer isso, onde conseguiria o dinheiro, onde conseguiria mão de obra. Não sabia se conseguiria apoio, provavelmente não. Tudo que Anabel tinha certeza era que precisava fazer isso, era a última etapa. Depois disso, ela teria terminado tudo que havia para fazer naquela vida, teria cumprido sua missão.

Estava escrevendo mais informações quando escutou um forte barulho, parecia duas coisas se chocando. De imediato, pensou não ser nada, mas a batida se repetiu uma vez e depois outra.

Anabel, que estava só de camisola, vestiu um roupão por cima e saiu do quarto. O barulho aconteceu de novo e agora estava mais forte, vinha da parte de baixo. Ela desceu as escadas quase correndo e foi até a cozinha. Encontrou Mau batendo a torradeira no balcão com forte. Ele batia, esperava uma reação e então batia de novo.

– Ei, o que está fazendo? – Anabel pergunta, assustada.

– Estou tentando fazer torradas, mas essa porcaria não funciona. – Ele berra, irritado.

– Não xingue, Maria Luna pode acordar e ouvir. Aliás, acho que você acordou o vale inteiro com essas bancadas. – Ela diz e respira fundo. – Agora me deixe ver isso.

Mau se afasta, e Anabel abre a torradeira, procurando um possível problema. Os dois pães já estavam colocados, ela apenas aperta o botão e o aparelho funciona normalmente. Ela ergue a sobrancelha.

– O que tinha errado com ela?

– Tinha que apertar um botão? Pensei que era só colocar os pães. – Mau diz, e Anabel suprime o sorriso. – Eu sou um burro.

– Você não é burro. – Anabel rebate. – É uma das pessoas mais espertas que conheço.

– Você conhece muita gente burra, então.

Anabel suspira, não iria discutir porque sabia que ele só estava falando aquelas coisas por estar irritado.

– Geralmente era o Eric que fazia. – Mau diz, e Anabel sente um aperto no peito só de ouvir o nome dele. – Toda manhã, ele preparava torradas pra Malu porque ela gosta muito. Torrada e suco. Preparava um pouco para ela comer aqui e um pouco pra ela levar pra lanchar na escola. Eu sei que ela sente falta disso, então pensei em fazer também. Ia fazer um pouco pra ela levar pra escola e um pouco pra comer aqui.

– Você ainda pode fazer agora que aprendeu. – Anabel diz com um sorriso. – Mas hoje é sábado, então terá que esperar até segunda.

– Hoje é sábado? – Ele pergunta, chocado. – Eu não sabia disso. Sou totalmente desligado pra essas coisas.

– Eu sei que você não se acha muito bom em certas coisas, mas ninguém nasce sabendo, vai melhorar com o tempo.

– Você convive há menos tempo com a Malu e é melhor pra ela do que eu.

5 - Sobre Meninas e RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora