➵ 19 | Banheiro Interditado

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Sou muito feliz por saber me maquiar, porque se não fosse a aplicação dos cosméticos milagrosos para olheiras eu teria ido pra faculdade parecendo um zumbi do The Walking Dead.

Quando finalmente a aula acaba e o intervalo chega, peço para Ryven ir na frente e guardar nossos lugares no refeitório. Tenho que fazer uma coisa antes de segui-los. Algo que eles não podem sequer imaginar. Invento que preciso ir ao banheiro para despistá-los. Quando meus amigos estão longe o suficiente, viro o rosto à procura de um certo alguém. Finalmente a vejo perto das escadas laterais que levam ao primeiro andar. Me certifico de que não há ninguém por perto quando ela está prestes a descer o segundo lance. Me abaixo para que a câmera não pegue a cena, então chuto a parte detrás dos joelhos de Lily Loren'Fly e vejo seu corpo desequilibrado tombar. Ela rola alguns degraus duramente até cair no saguão. Eu sei que não devo, mas quando a vejo ali, estirada, sorrio.

— Ouvi dizer que você é perigosa, não é? Pois é, eu também sou. — Pronuncio devagar. Ela me encara, os esbugalhados agigantando-se embaixo das pálpebras. — Tente acabar com meu namoro novamente e eu te jogo de uma das janelas. — Mesmo não tendo coragem, é bom fazê-la acreditar que existe essa possibilidade. E Lily acredita. — Fique longe de Ryven e dos meus amigos ou você vai ver o que acontece, cadela.

O tempo que ela me encara, chocada, como uma presa diante de um abate, é o suficiente para a diretora Mary Lodge chegar.

— Beverly? Lily? Deus, o que aconteceu com ela?

— Ela tropeçou e caiu, senhora Lodge. Até vim tentar ajudar, mas acho que não sou a mais indicada. — Simulo a farsa. Lily começa a se levantar com a ajuda da diretora. Espero para saber se ela vai falar alguma coisa. Ela não abre o bico. Dou-me por satisfeita. — Espero que não tenha se machucado. Melhoras, Lily.

Lily empalidece. A diretora Mary murmura algo sobre levá-la até a enfermaria e eu giro para ir embora, com a deliciosa impressão de que essa garota não vai me incomodar tão cedo.

Olho para o relógio pela quarta vez e noto que ainda faltam vinte minutos para o fim da tortura.

— Não aguento mais. — Massageio minha têmpora. O professor Cowen está falando a meia hora do mesmo assunto feito uma matraca quebrada. Já repetiu as frases quinhentas vezes e não se toca de que todos compreendemos o que ele quer dizer.

— Vem comigo.

Eu franzo a testa. Ryven está de pé, uma das mãos estendidas. O moreno me segura pelo pulso. Sou arrastada voluntariamente para longe da sala, curiosa sobre a razão do porquê disso. Quando finalmente paramos, percebo que estamos em frente ao banheiro isolado e destinado a pessoas especiais. Como só existe Tommy Brosh com deficiência — auditiva —, ele quase não é usado. Ryven passa pela porta junto comigo. Dou alguns passos para trás quando meu namorado tranca a porta. Não faço ideia do que ele planeja.

— Pra quê tudo isso?

Ryven dá uma volta e se ponhe na minha frente.

— Você lembra um dia que eu disse que queria sair da aula com você...? — o tom baixo faz um tremor percorrer minha espinha. — E te beijar em todos os lugares?

Confirmo.

— Eu lembro...

Um sorriso perverso emoldura-o.

— Vou fazer isso hoje.

Meus pés se movem para trás automaticamente e só paro de recuar quando os quadris batem no mármore frio da bancada da pia.

— Ryven, estamos na faculdade. Sabe o que vai acontecer se formos pegos?

— Não vamos ser pegos. — Afirma, confiante. Parece ter a maior certeza do mundo no que diz.

Blackthorn começa a avançar em minha direção e me toma com os lábios em um intenso beijo quente. Eu me derreto de imediato. A preocupação de ser pêga ou não é tão supérflua agora... Retribuo com quentura, mordiscando os lábios de mel que tanto me satisfazem. Dedos grossos apertam minha cintura, empurram minha estrutura corpórea e de repente estou sentada no mármore frio da pia. O beijo intenso de antes agora é reduzido para pequenos selinhos descendo no meu maxilar, a lateral do pescoço, clavícula e o início dos meus seios. Dou graças aos céus por ter escolhido um corset lindíssimo com decote de coração hoje.

— Ryven... — ele nem me tocou direito e estou arfando.

Meu namorado coloca ambas as mãos nas minhas nádegas e as pegam com gosto e força, enchendo as palmas da minha carne. Gemo pela primeira vez. Só consigo pensar em como eu preciso dele agora. Blackthorn abaixa o corpo devagarinho, segurando o contato visual, e sorrindo enquanto os dentes raspam no meu traje de cima. Finalmente chega à calça. Mordo o lábio. Os dedos dele, grandes, desabotoam facilmente, descem o zíper e puxam o tecido para longe de mim. Em segundos estou vejo livre. Ryven encara minha seminudez nos membros inferiores — principalmente a calcinha vermelha. É pouco indecente porque a renda não é tão transparente assim, mas ainda o bastante para me deixar sexy. Combina com o meu batom. Ajoelhado, meu namorado separa minhas pernas e vai subindo. Beija meu calcanhar esquerdo, o direito, toda a lateral da batata da perna e os joelhos até que chega nas coxas. Ryven se ergue, me puxa para um beijo. Discretamente, o polegar destro encontra minha calcinha e a esfrega com lentidão. Arfo pela provocação. Ryven não perde muito tempo nisso. Ele afasta o tecido para o lado e toca minha pele frágil gentilmente.

— Me mostra como você gosta, amor. — Sussurra contra a minha orelha, colocando um lóbulo entre os dentes.

Eu o faço. Seguro sua mão, conduzo seu indicador e polegar e o deixo se divertir. Não há brutalidade, apenas uma fricção gostosa me estimulando até que eu fique molhada. Ryven sabe preparar o terreno. Quando sente que estou pronta, começa a introduzir a ponta do dedo em mim devagarinho. Gemo. É muito, muito bom. O grande e extenso indicador explora minha cavidade curiosamente por algum tempo. Quando Ryven o tira de lá, mostra pra mim o quão lubrificado ficou. Eu coro. Ele, por sua vez, ri e bota na boca. Não perco um segundo da cena. Meu namorado esboça uma expressão de quem experimentou algo delicioso. Tão delicioso que abaixa o corpo para experimentar mais direto da fonte. Abro minhas pernas um pouco mais. O rosto dele entra, o nariz roça na minha pelve e a língua desliza pela genitália. Posso senti-lo me chupar, lamber e brincar com o ponto de prazer. Vez ou outra para e me olha para ter certeza de que estou gostando.

— Se continuar gemendo assim, vão nos pegar, amor. — Provoca. Está se divertindo nessa tortura de luxúria e prazer.

Empurro a cabeça dele de novo para onde estava. Não quero ouvi-lo, quero senti-lo. Ryven me proporciona algo melhor do que qualquer outro fez. Ele não é desesperado. Sabe ter um ritmo bom, sabe me massagear e sabe pedir uma direção se necessário. O principal objetivo é me satisfazer. E eu quero ser satisfeita. Após minutos e pela primeira vez em muito tempo, explodo em orgasmos múltiplos. Minhas pernas tremem. Não sei se consigo me mexer. É uma sensação maravilhosa onde tudo está aumentado em milhares de megapixels. O puro êxtase me preenche. Demoro alguns minutos até estar totalmente recuperada. Mas quando me sinto bem, o obrigo a repetir o processo. Ryven não acha nada ruim. 

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