— Você já voltou a trabalhar. Não deveria estar de repouso? — Ryven questiona.
Ele se ofereceu para vir comigo até em casa — no meu carro, já que pediu a Carter para levá-lo até o Rockye's. No meu subconsciente eu acredito que tenha agido por impulso e incentivo dos amigos.
— Pelo amor de Deus, não me diga que eu deveria estar descansando porque eu já estava exausta de ficar em casa o tempo todo.
Ryven afunda mais no encosto do banco.
— Falando nisso, nunca vi seu chefe.
— Ele fica mais no escritório nos fundos e de vez enquanto nos faz companhia. É um cara muito reservado.
— E o bar tem escritório?
Eu rio.
— Tem. Ele...
— Eu sinto sua falta... — a frase que interrompe me pega tão de surpresa que freio o carro no mesmo instante. Blackthorn vai pra frente devido o tranco e volta. — O que foi isso? — Arfa.
— O que você disse?
— "O que foi isso"?
— Antes.
— Que sinto sua falta?
Fico desarmada. Estávamos falando do meu chefe a tipo alguns segundos atrás e sem mais nem menos ele soltou que sente minha falta. Meu coração não esperava por isso.
— Sente? Em que sentido?
— Eu te falo se você sair daqui. Caramba, estamos parados no meio da rua!
— Ah, ok, ok. — Capto as buzinadas e manobro para estacionar do outro lado da rua. Fico com o corpo voltado para ele. — Pode dizer agora em que sentido?
Ryven nivela nosso olhar.
— Acho que... em todos os sentidos...
— Como pessoa, amiga ou...? — não completo, deixo subentendido.
— Em todos, como eu disse.
Não consigo evitar o sorriso que estampa meu rosto. Meu coração quase salta pela boca. Obrigo-o a continuar em seu lugar, quieto.
— Também sinto sua falta... Sinto muito sua falta. — Nunca uma frase teve tanto significado na minha boca.
Ligo o carro. Acabo de ter uma ideia.
➵
Estaciono no meio da floresta.
— Agora sabe onde estamos indo? — desato o cinto.
— Sim, eu sei. — Ele sai do carro, contente.
Caminhamos até chegar na clareira — nossa clareira. É a primeira vez que venho aqui desde nosso término. A lembrança me deixa estremecida. Diferente daquele momento frio e escuro, agora está claro e muito belo. Por um segundo eu paro por receio. Ryven segura minha mão e andamos até o centro do gramado. Ele se deita ao meu lado e juntos olhamos o céu. É tão estranho e natural ao mesmo tempo quando nossos dedos se tocam e uma onda elétrica transpassa por eles... Nossos dedos mindinhos se enroscam.
— Desculpe...
— Pelo quê?
— Por tudo. Eu não devia ter te afastado... Eu só... não queria te fazer sofrer mais...
Ryven fica silencioso. Tenho medo do que virá a seguir.
— Tudo bem, Beverly. — Finalmente diz. — Você só achou que era o certo e... eu não devia ter me afastado. Eu tinha que ter ficado com você. Quer dizer, era o momento que mais precisava de mim e eu simplesmente aceitei a decisão.
Meu peito aperta.
— E era o certo. Eu quis.
— E eu não devia, deveria ter ficado ao seu lado. Às vezes você não sabe o que é melhor para si mesmo... Me desculpe.
Mordo o lábio. Não quero conversar sobre o assunto, mas acho que é verdadeiramente necessário.
— No final nós dois erramos.
Nos viramos, frente a frente.
— Nós...
— Devíamos voltar? Também acho.
Oh, céus. Bato os cílios.
— Eu ia dizer que nós precisamos ir embora porque está ficando tarde..., mas isso também serve.
— Ah, foi mal. — Ele mostra os dentes.
— Eu também estava pensando no que você disse, mas você falou primeiro, então...
Ryven faz careta.
— Na-hã, você que vai pedir para voltar.
— Ok.
Enquanto saio da posição, Ryven se senta na grama. Ajoelho-me.
— Vai mesmo fazer isso?
— Ryven Blackthorn. — Dou início, respirando fundo. Não tenho dúvidas de que é o que tenho que fazer e não posso ficar nem mais um dia sem ele na minha vida como meu fiel parceiro. — Você me daria a honra de voltar a ser meu namorado?
Ryven fica surpreso. Eu percebo o que fiz e desejo com todas as forças voltar um minuto atrás. Ele arqueia uma das sobrancelhas. Oh, não... Isso não é bom. Não é bom, certo? Eu botei tudo a perder?
— Isso é sério mesmo?
Penso em rir e dizer que é brincadeira, mas não é. O quero de volta.
— Seríssimo.
— Deixa eu pensar... — ah, pronto. Ele não vai aceitar e eu vou desabar no chão e chorar litros. Não posso aguentar isso. — Meu Deus, não faça essa cara. — Ele segura meu maxilar na ponta dos dedos. — Eu quero voltar com você, bobinha. Não tem como recusar.
O quê? Sim? Ele disse sim? Somos namorados outra vez? Demoro para finalmente processar a informação. É... uau. Somos namorados de novo. Somos namorados! Eu me aproximo, toco a lateral do rosto e o olho para ter a certeza que não é um truque. Sei pela seriedade de nas íris negras que não. Ele falou sério. Essa é a minha deixa para selar nossos lábios em um beijo que no mínimo significa o retorno do compromisso.
➵
— Chegamos.
— Você bem que podia dormir aqui comigo, no meu quarto... Acho que eu não te deixaria dormir, mas podemos tentar.
Mordo o lábio inferior, tentada a aceitar. Ao olhá-lo, decido que não quero apressar nada.
— Não vai rolar. Acabamos de voltar, gatinho. Quero ir com calma.
Ele faz careta.
— Posso te beijar ao menos?
Digo que sim. Ele o faz. Retribuo. Mais alguns minutos de beijos intensos e eu já estou no colo do homem, suas mãos grossas descendo pelas costas até a bunda. As minhas percorrem todo o abdômen definido e bronzeado por debaixo da camisa dele. Blackthorn toca meu umbigo e estremeço.
— Quer saber? — paro, buscando falar e pegar fôlego. — Vamos deixar isso de ir devagar para lá?
— Acho que não vai fazer mal. — Ryven puxa a barra da minha camiseta pra cima.
— É, não faz mal. — E eu o ajudo a retirá-la por completo.
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Tudo Por Você
Romance[História Concluída] Fios dourados, íris verde-mar e uma silhueta invejável a qualquer uma. Beverly Anderson esbanja a genética admirável, um estilo costumeiramente sexy e paixão por festas - e garotos também. Se apaixonar não está nos plan...