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Point of Vision Hailey Rhode.

A conversa com Justin me surpreendeu, eu não esperava que ele tomasse a atitude que tomou, e a ideia de estar nas mãos dele, não era agradável para mim.

Eu estava furiosa, pensava a todo tempo em um jeito de me livrar de tudo aquilo, mas eu não iria colocar as pessoas em risco para conseguir ir embora dali. Meu sangue fervia cada vez que eu me lembrava que estava presa naquele lugar, e pela primeira vez, eu estava arrependida de ter cruzado o caminho dele. Talvez fosse esse o meu verdadeiro ponto fraco, minha liberdade.

— Como foi lá? - Maeve perguntou quando entrei em casa.

— Não posso ir embora - Contei sem rodeios. — Tenho que ficar enquanto ele quiser.

— E por que você faria isso? - Juntou as sobrancelhas sem acreditar que eu realmente iria ceder àquilo.

— Porque eu tenho que fazer Maeve, eu mexi com a pessoa errada, e as consequências chegaram - Ela maneou a cabeça e passou as mãos no rosto.

— Como vai sair disso? - Me olhou preocupada e eu encolhi os ombros sem resposta. — Vai trabalhar com ele?

— É, eu provavelmente vou cobrar dívidas - Me joguei no sofá. — Eu fiz tudo errado… Você tinha razão, eu agi sem pensar.

Maeve fez uma careta.

— Você está concordando comigo? - Se sentou. — O que há de errado com você?

— Eu não posso ir embora, mas você pode, pega seu dinheiro e vai embora Eve, vai para Alemanha, Holanda, Paris, Itália, vai para longe, longe de mim - Aconselhei. — Para onde você estará segura.

— Hailey eu não vou a lugar nenhum - Falou decidida. — Não vou pular do barco agora, você precisa de mim.

— Não seja tola Maeve, eu não preciso de você - Rodei os olhos e então percebi que meu tom era desagradável. — Eu posso cuidar disso sozinha.

— Não vou e pronto, vou ficar, Toronto me parece um bom lugar para recomeçar - Desviou o olhar.

— Aqui é tudo, menos um bom lugar para recomeçar - Deslizei uma mecha do cabelo dela para trás de sua orelha. — Mas se ficar é o que você quer, conte comigo.

Maeve parecia incomodada com tudo aquilo, mas eu não queria que ela se envolvesse, eu já havia provocado a ira do Justin sobre mim, e sabia que para ele, ela não tinha nenhum valor, mas para mim ela tinha, e quanto mais fora de tudo isso ela ficasse, melhor seria.

Eu tentei aceitar minhas novas consequências, mas tudo aquilo estava me afetando bem mais do que o esperado. Eu sempre fiz o que me dava na telha, nunca precisei me preocupar em voltar no fim do dia, muito menos tive que prestar contas a ninguém, mas agora era diferente. Além de Fred, tinha um segurança sempre na minha cola, e aquilo era tedioso.

Eu fui proibida de aceitar trabalhos fora da ordem de Justin, e brigar com ele não adiantou, ele estava irredutível quanto a sua decisão, cada vez que eu tentava reivindicar qualquer coisa, ele me lembrava quem estava no controle, e assim eu fui conhecendo e entendendo o porquê ele era temido.

Justin lá fora era o Lúcifer. Uma pessoa completamente vazia e livre de qualquer emoção. Os olhos castanhos dele eram frios e aterrorizantes, seu sorriso bonito era o mais perverso. A arma dele não era um enfeite. Ele era rápido, esperto e cruel, mas eu devo confessar, dividir o cenário com ele era divertido.

Seus amigos eram o complemento, embora eu ache que sem eles, ele é o mesmo.

Chaz não era piedoso, era um dos mais espertos em roubos, sabia abrir qualquer tipo de porta, fazer ligação direta em qualquer carro, entrar e sair de qualquer lugar com facilidade, além da vasta inteligência e boa relação com a tecnologia, e pobre de quem cruzasse seu caminho. Como eu disse, nada piedoso.

Murder LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora