29

1.3K 82 339
                                    

Pov's Hailey Rhode

O mês de janeiro se arrastou com lentidão. Depois de descobrir sobre o que realmente aconteceu, eu não procurei mais pela minha mãe, ignorei todas as chamadas do meu pai e não soube mais sobre Alaia. No geral, a vida era como antes, porém todas os dias eu ainda me lembrava e pensava em como seria a minha vida se eu tivesse encarado meu pai e seguido por um caminho diferente. Se ele teria permitido.

Meu pai nunca gostou de nada do que eu fazia. Eu perdi as contas de quantos computadores ele quebrou por eu dizer que não queria ter aulas de defesa pessoal ou de tiros. Perdi a conta de quantas vezes ele faltou minhas reuniões na escola por dizer que aquilo era perda de tempo, como no balé que ele tirou minha matrícula inúmeras vezes como castigo por coisas banais. Tudo o que eu queria era na base do grito. Se eu queria um computador novo nós brigávamos antes, eu tinha que faltar aula para treinar como ele queria. Até os dez anos, eu vivi de fast food que o Fred levava para mim, e depois disso eu aprendi a cozinhar algumas coisas e descobri a geleia de morango que era a única que eu gostava fora a pasta de amendoim.

Criei alguns cenário na minha cabeça, onde eu era uma pessoa comum, que estuda, trabalha, namora, tem uma vida normal, sem tiros, roubos, drogas, carros blindados, seguranças. Pensei em como seria se fosse eu ali no Brasil, talvez eu tivesse feito as mesmas escolhas da Alaia, talvez eu tivesse uma carreira como TI, tivesse um marido e quem sabe um filho. Mas eu não era a Alaia, eu não tive a vida dela, e fantasiar um mundo que não era o meu, não me ajudou em nada.

Justin e eu passamos bastante tempo juntos naquele mês. Almoçamos juntos, jantamos, vimos filmes. Assaltamos um banco, transamos em todo lugar possível daquela casa, e olha que era uma mansão. Eu me aproximei bastante da Kendall porque ela estava praticamente morando no refúgio, e saí com a Kylie pelo menos duas vezes em cada semana.

Na Drew, o que eu mais fazia era aprovar os projetos da Maeve que estavam dando resultados. Ryan e ela estavam num nível do relacionamento que se olhavam e já se entendiam e eu ficava ali segurando vela para os pombinhos.

Fai passava mais tempo no refúgio e tinha ciúmes do Chaz e do Christian, que agora não passava um dia sem conversar comigo. Khalil sempre levava pizza e fumava maconha comigo e com o Justin, ele também ia nos roubos divertidos que Justin arrumava para nós, não era sempre, mas era divertido porque ele dirigia muito bem e quase nunca e

conseguiam nos perseguir por muito tempo.

No geral minha relação com eles estava boa. Eu só não tinha mesmo intimidade com o Ryan, embora fosse grata por ele manter em segredo as coisas com o Zayn.

Por falar nele, Malik apareceu outras vezes na Drew, sempre com uma conversa diferente. Não fez mais ameaças, mas seguia tentando me convencer a sair com ele, me levou chocolates que eu taquei na cara dele. A última vez que nos vimos, ele disse que mais cedo ou mais tarde, ele ia achar o meu ponto fraco e eu ia acabar cedendo. Depois disso, ele fez alguns ataques na área do Justin, que revidou acabando com cinco dos pontos de tráfico dele, e aí começaram a guerra.

Era tolice claro, Justin comandava o país, Zayn era um nada perto dele, mas Justin queria saber até onde ele iria, então deixava ele se aproximar e assim, o destruía pelo núcleo, mas ele não desistia, e o pior, continuava me procurando.

Deixei a Drew com o Fred, íamos jantar com a Charlie, foi uma idéia dela que disse ao Fred que eu era uma pessoa legal, mas eu sabia que era só uma tentativa dele de me animar, pois ele me conhecia muito bem e sabia que toda aquela história havia mexido comigo.

Fred saiu para buscar a Charlie e Zayn apareceu. Estava furioso.

— Por que está me seguindo? - Perguntei descendo do carro.

Murder LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora