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Justin virou o copo de uísque, ele bebia aquilo como se fosse água. Olhou para mim outra vez e maneou a cabeça.

— Antes que comece a gritar, quero dizer que não vai mudar minha opinião. Eu voltei, e voltaria quantas vezes fossem necessárias para buscar ele. Eu sei que te irrita que eu ignore as regras, mas essa sou eu Justin, se não pode lidar com isso, eu estou pronta para deixar a equipe.

— Você e o Ryan... Vocês não se dão bem, já tentaram conversar e ter uma amizade... E ainda assim voltou lá por ele.

— Sim, voltei. Realmente não me dou bem com ele. Ryan tem a mania de sempre meter o bedelho onde não foi chamado, e eu não gosto disso. Mas eu não ia deixar que minha implicância com ele, falasse mais alto que a importância que ele tem para todos vocês, inclusive para minha filha.

— Hailey eu queria mesmo gritar com você, por nunca me ouvir, mas vendo a situação do Ryan, acho que fez a coisa certa - Ele admitiu, me deixando surpresa. — Errado fui eu de não ter refeito a rota e ajudado vocês. Se não tivesse ido até lá, Ryan estaria morto e eu nunca me perdoaria por isso.

— Nem eu Justin. Eu posso ter feito errado em ignorar a escuta, e não atender você, mas... Você ficaria gritando e eu acabaria metendo os pés pelas mãos.

— Tudo bem - Se aproximou. — Só não faça isso outra vez. Se ver que tem algo errado, fala comigo, eu vou levar em consideração o que você disser porque confio na sua experiência, na sua visão e confio em você.

Assenti em silêncio. Estava realmente surpresa com a reação dele. Eu esperava gritos, copos quebrados, não compreensão.

— Você está bem? Não se feriu? - Perguntou fazendo uma análise minuciosa em mim.

— Eu estou bem. Deu tudo certo? - Perguntei sem jeito pela forma como ele parou os olhos nos meus.

— Sim, tudo saiu como queríamos. Acha que viram você? - Perguntou preocupado.

— Não, tinha fumaça demais - Sorri. — O carro do Ryan pegou fogo e o meu foi incendiado. Não tem provas além das câmeras, mas os vidros de ambos os carros são escuros e nem função infravermelho ajuda, ou seja, eu cuidei de tudo antes.

— Como sempre - Sorriu cansado. — Speedy.

Ficamos em silêncio por um tempo. Um silêncio barulhento. Meu coração estava acelerado e eu estava tensa. Não ficava de frente para ele daquele jeito a muito tempo.

— Eu vou para casa - Falei baixinho. — Maia está me esperando.

— Posso levar você? Quero vê-la também - Se ofereceu de forma educada e eu não vi porque não aceitar.

Fomos no carro dele ouvindo a rádio que tocava "all of me", e ele cantarolava baixinho me fazendo prestar atenção na letra. Olhei para ele e vi seus olhos marejados, fui covarde demais para continuar olhando. Engoli a seco ao olhar para frente e maneei a cabeça.

Eu não ia me jogar naqueles sentimentos confusos, já havia prometido a mim mesma que não ia. Prometi seguir em frente, e por mais que eu quisesse entender o que estava se passando na cabeça dele naquele momento, eu segui com a minha promessa.

Chegamos em casa e Maia saltou do sofá de mais uma sessão de filmes repetidos. Alaia dormia no outro sofá e Peter assistia a televisão como se fosse a coisa mais interessante da vida.

— Pai - Ela disse agitada e pulou no colo dele.

— Eu não ganho beijo? - Falei fazendo bico.

Justin a virou para que ela beijasse meu rosto, e logo ela voltou a adora-lo.

— Eu vi aquele filme do urso... Irmão Urso. É realmente muito bom - Disse e ele sorriu. — Você veio me ver, pode ficar um pouco?

Murder LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora