É estranho passar pelo sofrimento. Todos te dizem que é normal e que vai passar, mas ninguém diz quando.
Eu já estava ciente do meu erro. Agora ele parecia tão nítido que eu me sentia mal por ter sido tão idiota com Justin, mas só me sentir mal não bastava, eu tinha que assistir ele seguindo em frente, tendo uma vida de solteiro agitada, enquanto eu mal conseguia olhar para ele e não sentir meu coração saltar pela boca.
Justin só falava comigo quando o assunto era a Maia ou algum negócio, fora isso, era como se eu não existisse. Maia estava em uma fase rebelde em que tudo o que ela não conseguia, era motivo de choro e bico. Minhas ligações com Jaden diminuíram, nenhum de nós tinha tempo para horas de conversa, as coisas estavam acontecendo muito rápido o que acabou nos afastando.
Minha relação com Alaia estava melhor, o que era bom, porque todo o resto estava fora de ordem.
Maeve e eu brigamos porque ela ficou inteiramente do lado do Justin e sequer me deixou falar quando tentei conversar com ela. Butler quase não falava comigo, como sempre, mas era como se tivéssemos muito para conversar e não quiséssemos nos aproximar. Chaz estava chateado comigo porque eu tinha um novo amigo que me ligava e me mandava flores. Khalil mal olhava para mim e acho que por vergonha. Ele achava que eu sentia mágoa por ele ser o companheiro de desande do Justin, mas eu não tinha. Eu procurava não implicar com a vida que Justin estava levando. Kendall e Fai estavam tão focados na missão de serem pais, eu não quis envolvê-los no meu drama.
Eu tinha Maia fazendo pirraças, negócios em LA e estava voltando a comparecer na Drew, então tinha Diana tentando provar a todo custo que Justin e ela eram apenas amigos, o que não me interessava nenhum pouco para ser sincera, eu sabia que ele a ajudava porque sentia que era o certo a se fazer.
Justin era gentil fora da nossa vida de crimes. Ele tinha tanta paciência com a Maia e estava tão interessado em tudo sobre ela que nem parecia a mesma pessoa que la fora era impiedoso e cruel. Eu o via se dedicar ao trabalho e tentar aprender o máximo de coisas que podia. As vezes ele perdia a paciência e passava o dia fora dali, mas depois voltava e tentava outra vez. Todo mundo gostava dele, e não tinha uma mulher naquele prédio que não tentava um flerte barato, e ele ria como se realmente fosse engraçado. Talvez fosse para ele, mas eu revirava os olhos cada vez que alguém o encarava com malícia. Também o via no refúgio, sempre focado e pronto para guerra, mas não nos falávamos.
Eu podia organizar por ordem alfabética o que eu mais gostava nele, o que mais me atraía… Eu podia passar horas vendo ele fazer qualquer coisa e eu acharia super interessante. A verdade era que ele parecia outro, ou talvez ele sempre tenha sido assim e eu não reparei. O que não era importante mais, estávamos em capítulos diferentes agora e ele não parecia se importar com o que deixou para trás, diferente de mim, que só conseguia pensar no que eu deixei passar. Eu estava exausta. Física e mentalmente.
Com todas as minhas relações desgastadas. Constantes brigas, afastamentos, eu fui ficando cada vez mais sozinha. Não tinha mais o Chaz e o Jaden. Maeve e eu tivemos outra terrível discussão o que só piorou as coisas. Então chegou ao ponto de que eu não falava com quase ninguém e tudo o que eu tinha eram problemas e decepções. E tudo o que me restava além de Alaia e Maia (que eram as únicas coisas boas que ficou) era a cocaína, que agora era só um vício sem qualquer efeito de coragem. Ela me jogava para baixo. Me prendia nas palavras mais duras do Justin e da Maeve, me enchia de culpa por não ter o amor de Lizzie, pelo afastamento repentino do Chaz. Me fazia ter alucinações com meu falecido pai onde ele me culpava pelo seu fim trágico e repetia todas as palavras que sempre me machucaram. Fazia com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo. Me sufocava. E é estranho pensar em como ela me dominou rápido. A pouco mais de um mês, eu tinha total controle sobre ela, e agora, eu era só uma pessoa cheia de conflitos internos, que não conseguia ficar sem usá-la pelo menos quatro vezes ao dia. E eu só percebi que estava na pior, quando ficar sem, me deixou nervosa, de mal humor e completamente alterada.

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Murder Love
FanfictionHailey Baldwin é uma assassina de aluguel, temida pelo legado de sua família, ela foi contratada, para exterminar o maior traficante do Canadá. Determinada a cumprir sua missão, a jovem de 22 anos se muda para Toronto, e passa a monitorar de perto o...