Murder Love

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A adaptação de Maia não estava sendo difícil. Todos ali estavam empenhados em fazer com que ela se sentisse em casa, então muita coisa mudou em dois dias, a começar pelos xingamentos desnecessários, maconha em todo canto, discussões, exibições de armas e grandes quantidades de dinheiro ou drogas. Ela ficava o tempo todo com seu urso, atenta a tudo e mesmo sendo carinhosa com todo mundo, era nítido que a pessoa que ela mais gostava era o Justin. Eu não tinha muito contato verbal com ela, só ficava o tempo todo por perto, e ela passava boa parte do tempo me encarando tímida.

Justin passou os últimos dois dias conversando com os advogados dele, queria que Maia fosse reconhecida legalmente como filha dele, era uma segurança a mais para a menina já que agora ela não tinha a mãe. Maeve e Kendall estavam na missão de arrumar o quarto para Maia e Kylie cada vez que ia no refúgio, levava roupas para a menina. Chaz e Chris ficavam disputando quem era mais legal, Ryan salvava ela quando os dois começavam a perguntar quem ela preferia, e Khalil parecia empenhado em ajudar ela com os quebra cabeças quando Justin não estava por perto.

Na quinta-feira no início da noite eu recebi uma ligação do Dom, eu não ia atender, mas acabei atendendo por curiosidade.

Saí para o deck deixando Justin e Maia montando o quebra-cabeças no quarto.

— Eu nem vou perguntar o que quer porque já sei que está trabalhando com o Malik, então faça logo seu discurso de pai preocupado e me deixe em paz - Falei apoiando os braços na barra de ferro do suporte de vidro do deck.

Dom: Bom, você está com algo do interesse dele, e eu gostaria muito que dessa vez você não interferisse.

— Interferisse em que? Na sua tentativa de ter o controle de LA de volta? É por isso que aceitou se unir ao Zayn? - Indaguei nervosa. — Você se vende por tão pouco Dominique.

Dom: Hailey eu estou sendo legal e te pedindo com educação porque você é minha filha e eu me importo com você, acredite em mim, vai ser muito melhor para você…

— Não vou negociar com vocês Dom, só esteja ciente de que eu não vou em hipótese alguma, deixar que machuquem a Maia - Avisei. — Ela está sob minha responsabilidade agora, e ao contrário de você, eu não vou permitir que a machuquem como você fez comigo.

Dom: Você está avisada, eu espero que volte atrás porque se você tentar atrapalhar meus planos como fez com o Scott, você também vai estar na linha de fogo.

— Vai me matar papai? - Perguntei com ironia, mas por dentro ouvir aquilo me doeu.

Dom: Se você interferir, pode ter certeza que sim - Disse  e eu senti meu coração apertar.

— Eu espero de verdade que você não esteja blefando Dom, porque se estiver, eu vou derrubar você sem nem hesitar - Deixei claro.

Dom: Está me ameaçando? - Seu tom era firme.

— Estou? - Indaguei como resposta. — Pense nisso Dom, pense em todas as vezes que você me incentivou a ver o mundo o mundo da forma que você via. Pense em todas as vezes que você disse que eu tinha que ser mais esperta, que o mundo era feito de monstros e que pessoas boas não existiam - Olhei para dentro do quarto. — Observe pai, se lembra de todas as vezes que você me jogou na roda de monstros? Eu não morri lá, se lembra? Eu me tornei uma deles. Eu suportei tudo, tudo o que eles me fizeram, tudo o que você permitiu que me fizessem, porque você sabia, não sabia? - Perguntei com raiva e ele ficou em silêncio. — Se lembre de tudo isso, pense no que você me incentivou a ser, pense em quem eu me tornei, aí você vai ter a resposta se isso é uma ameaça ou não. É só isso? Boa sorte para você Dom, porque trabalhando com o Malik, você vai precisar.