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Na segunda feira era aniversário da Kendall, e como dariam uma festa no fim de semana, me limitei em parabeniza-la, porém ela agiu de forma fria, e mesmo me incomodando, tentei ignorar. O mês de novembro chegou e significava que o meu aniversário estava próximo, e sinceramente, eu não estava nenhum pouco animada em completar ano naquela situação, então, tentei não pensar muito nisso.

Desde que aquele sentimento surgiu, eu nunca parei de fato para ponderar as coisas, mas chega uma hora, que você cansa de não tentar entender, você cansa de só evitar ou de só sentir, então eu comecei a ponderar tudo.

Eu pensava que meus sentimentos por ele vieram em um momento de fragilidade, sim, lembrar da minha mãe me deixou frágil. Eu sempre estive preparada para tudo e todos menos para ela, minha mãe. A mulher que eu tentei odiar por ir embora, mas sinceramente? Eu também iria. Eu também fugiria do meu pai. Mas me deixar para trás? Eu nunca consegui entender o porquê, e com as lembranças que me surgiam, eu entendia cada vez menos.

Ela parecia tão meiga e doce, tão apegada e atenciosa… Eu tentei por anos odiar minha mãe, mas desde que me lembrei que ela me chamava de Speedy tão carinhosamente, eu só sei sentir falta dela e me perguntar todos os dias, o que uma criança pode fazer de tão mal para merecer o abandono da própria mãe?

Depois, eu percebi que, culpar minha fragilidade pelo que eu sentia pelo Justin, não me dava respostas. Então concluí, que não foi porque eu estava frágil. Algo nele despertou em mim um sentimento, me fez desistir de matá-lo, me fez ir embora e voltar com tanta pressa para salvá-lo.
Agora, que as cartas estão na mesa, eu posso assumir, eu voltei por ele. Era duro admitir, mas na primeira oportunidade eu corri de volta, como fui embora por não conseguir lidar com esse sentimento, eu voltei, por pura necessidade de saber como ele estava, de vê-lo de perto, sentir seu cheiro, seu gosto… Eu simplesmente não consegui ficar longe.

É incrivelmente estranho como o amor pode ser um completo filho da puta. Era difícil para mim, assumir que exista destino, sorte e azar, logo eu que nunca acreditei em nada disso, contar com a sorte, dar de cara com o azar, ter medo do destino… Tudo isso veio como um avalanche, junto com um amor que eu nunca havia sentido, que eu não imaginava que pudesse ser tão bom e tão ruim ao mesmo tempo.

Foram nove meses tentando esquecer o Justin, cada dia, cada hora daqueles meses, me contrariou, me traiu e me mostrou que eu não podia controlar os meus sentimentos. O destino ou o universo, eu não sei, talvez o karma, me fizeram voltar correndo. Eu fui obrigada a contar com a sorte, mas eu não a tive, e tudo o que eu tentei esquecer pelos longos nove meses, me atingiu com toda a força.

Eu esperava ir embora outra vez depois de matar o Scott - na época eu me enganava com a mentira de que só estava ali pelo Dom e para acabar com Disick - mas eu feri o ego de uma pessoa fria, que carrega um império de muito sangue e crueldade nas costas. E o imperador, impiedoso, que tinha um poder absoluto sobre mim, me fez ficar, e sem tocar um dedo em mim, ele passou a me ferir. Ferir por dentro, ferir a alma que eu descobri que eu tinha. E a pior parte, é que eu o amo.

Amo alguém que me machuca. Que quer me dar uma lição, interminável. Alguém que está me apagando.

É isso. Tudo perdeu a graça. É um imenso mundo em preto e branco, que só é colorido quando ele quer que seja, e eu me apego nisso. Eu o quero. Eu sou dele por livre e espontânea vontade. Mas ele não percebe.

O que faria se percebesse? Me compraria uma coleira ou tatuaria na minha pele "Propriedade de Justin Bieber"? Eu não sei. Sinceramente não sei. Mas sei que estou cansada. Sei que sem a minha liberdade, eu sou ninguém.

Eu a quero de volta, como quero ele. Quero ser dona da minha própria jornada outra vez. E se me perguntarem: o que vai fazer quando for livre? Eu vou responder: fugir. E por dentro, meu coração vai doer outra vez, sabendo que eu só queria ficar, mas por escolha minha. Ficar com ele. Como quando é só nós dois. Nossos olhos. Nosso beijo. Mas o "nosso" só existe para mim. E todas essas conclusões também.

Murder LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora