• capitulo 12 •

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Mariane

1 mês depois...

Minha mãe mandou meu pai embora. Eu tava trabalhando o dobro por que sem o dinheiro do meu pai tava foda. Minha mãe ganhava pouco, e Vitória não ajudava em nada.

*****

Voltei de mais um dia de trabalho. Era meia noite e eu andando rápido na rua. A cada passo era uma oração. A rua estava vazia, de longe avistei uma moto vir.

— Ah Deusinho, não, não pode ser a minha hora agora. - Falei me benzendo.

Fui andando mais rápido e já olhando em volta, porque se viesse pra cima eu iria fazer o maior escândalo e correr pra dentro de alguma casa.

Aquela moto começou a ir mais lento até parar na minha frente, a minha vontade foi de berrar, mas quando vi quem era senti um alívio mais fiquei nervosa.

— Tá devendo caralho? Tá com essa cara porque? - Fumaça perguntou de cara fechada.

Eu estava tremendo, eu comecei a ficar mole e sentir a minha pressão cair.

— Colfoi menor, tu tá pálida. - Fumaça disse me pegando pelo braço.

Não sei oque deu em mim, não sei se era carência de a muito não ter alguém.

Mas eu o abracei.

Ele não retrubuiu, ele ficou parado e quando eu me afastei dele e o encarei ele tava me olhando como se isso fosse uma coisa de outro mundo.

— Desculpa, eu... - Fui falar e ele me interrompeu.

Ele me puxou com tudo, quando eu vi já estávamos nos beijando, a mão dele segurava firme em minha bunda enquanto a outra em meu cabelo. Eu viajei naquele beijo, mas logo me afastei arregalando os olhos e vendo a cagada que eu tinha feito.

Mariane do céu, não acredito.

— Sobe. - Fumaça me encarou sério como se nada tivesse acontecido.

— Não, eu vou andando... - Falei toda sonsa.

Ele fez uma cara feia e eu rapidinho subi.

Ele é casado, olha a merda que eu faço.

Ele me levou até em casa, eu desci da moto e ele ainda me encarava, ele acendeu um cigarro e eu ajeitei meu cabelo.

— Obrigado... - Falei toda sem graça.

Ele me puxou com tudo mais uma vez mas desaa vez ele chupou o meu pescoço, eu já até imaginava que iria ficar um roxo.

— Boa matina aê gostosa! - Fumaça falou piscando pra mim e dando partida na moto.

Eu tava assustada, entrei rapidinho em casa. Não bastar tudo isso, dei de cara com Vitória me encarando com uma cara safada.

— É né Mariane, falou de mim quando aconteceu os rolos com o Benê, mas tá saindo com o Fumaça que não muda nada não, até piora. - Vitória disse negando enquanto ria.

— Ele me puxou e aconteceu... - Falei.

— Oque um não quer, dois não faz. - Vitória disse rindo e saltitando até o quarto.

×××× ××××

Acordei e fiz tudo que eu tinha que fazer, hoje era folga minha. Aproveitei e fui na favela com Vitória.

— Vai ir ver o mozi. - Vitória disse me zoando.

Encarei feio ela.

— Vitória, não é pra falar pra ninguém, tá me ouvindo? - Falei brava e ela sorriu concordando.

Chegamos na favela e eu fui direto pra casa de Letícia, dei de cara com ela saindo.

— Oi delicia. - Letícia disse vindo me abraçar.

— Preciso te contar uma coisa... - Falei me afastando.

— Qual é a do babado nega? - Letícia perguntou.

Fomos descendo enquanto eu contava pra ela oque tinha acontecido, ela ficou de "boca abrida ".

— Você tá fodida Mari, ele e a mulher dele vai tá lá no bar. - Letícia disse.

Ativando o modo sonsa e cega.

— Eu nunca nem vi, nunca aconteceu isso. - Falei dando de ombros.

Fomos descendo até um barzinho e tocava um sambinha. Encarei e vi alguns homens e umas mulheres.

— Logo cedo? - Falei revirando os olhos.

— A gente ama. - Letícia disse chegando e já sambando.

Ela foi direto pro colo de Caveira e eu me sentei ao lado. Olhei a mulher de Fumaça e ela me encarava séria. Ela se acomodou no colo de Fumaça e...

— Que blusa linda essa tua em Letícia. - Laura, mulher de Fumaça falou.

Letícia encarou a blusa e sorriu.

Até cego enxerga o sorriso falso de Letícia.

— Comprei na lojinha da dez. - Letícia disse.

Laura me olhou e sorriu.

— E você? Como se chama? - Laura perguntou.

Olhei rapidamente pra Fumaça e ele me encarava sério enquanto soltava a fumaça do cigarro.

— Mariane... - Falei tomando um gole da cerveja.

— To te vendo muito por aqui em, pelo jeito arrumou um namorado, pelo chupão... - Laura disse encarando meu pescoço.

Sorri falsamente e neguei com a cabeça.

— Eu gostei daqui, eu venho pra ver a Letícia. - Falei e Laura me encarou meio desconfiada.

— Vai falar que nenhum envolvido te encantou?! - Laura perguntou num tom de desconfiada.

— Claro que não, eu prefiro não me envolver com envolvido... - Falei séria.

Caveira tava bebendo cerveja, só foi eu falar isso e ele engasgou com a bebida, Letícia no maior desespero tentando fazer com que ele desengasgasse.

— Puta que pariu. - Fumaça disse soltando a fumaça do cigarro e me encarando dando uma piscadinha.

Cachorro.

• aperta na estrelinha •

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora