• capitulo 33 •

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Mariane

Fui em uma lanchonete que tinha ali enquanto conversava com Ian, eu tentei fazer ele esquecer o máximo oque havia acontecido.

— Você já foi no cinema? - Perguntei animada.

— Não, meus pais nunca me levaram... - Ian disse abaixando a cabeça.

— Então eu levo! - Falei animada e ele levantou a cabeça me encarando sorrindo.

— Sério tia? - Ian perguntou animado e eu assenti.

Chegamos na lanchonete e fizemos o pedido dos lanches. Quando chegou, Ian comeu num desespero, fiquei olhando ele comer enquanto ouvia o barulho do baile que estava alto.

*****

Estávamos na casa de Fumaça, eu tinha feito Ian dormir no quarto dele e até que dormiu rápido. A Samira havia começado a chorar, eu estava balançando ela, e ela acabou dormindo também, coloquei ela no berço e guiei pra fora do quarto indo sentar nas escadas encarando a porta.

E essas crianças? Vão ficar com quem? Não vão ter uma mãe... Fumaça não tem tempo pra cuidar.

Meus pensamentos voaram quando vi a porta ser aberta e encarar Fumaça.

Eu me levantei e fui descendo as escadas.

— Minhas crias já bateram a nave? - Fumaça perguntou.

— Sim... Eu acho que a Samira tava com fome. - Falei.

— Ela toma fórmula. - Fumaça disse indo sentar no sofá.

Eu me sentei do lado dele e ele me encarou.

— Eu sinto muito... - Falei.

— Pô, não to sentido não, só tinha consideração, ainda mais por ela ser coroa dos meus filhos. - Fumaça disse bolando um baseado.

— Eu preciso ir embora, se precisar me liga! - Falei e ele me puxou pra perto dele.

— Tu fica! - Fumaça disse sério soltando a fumaça na minha cara.

— Para de fumar caramba, vai morrer cedo de tanta fumar! - Falei negando com a cabeça.

— Se eu bater as botas, quero enterro digno em! - Fumaça disse se levantando e me puxando pra levantar.

— Mas e a Laura? E enterro? - Perguntei.

— Mandamos pra funerária, e avisamos a família. - Fumaça disse me puxando pra ir pra cima.

Fomos subindo e entramos no quarto, Fumaça foi indo pro banheiro, e eu me deitei na cama colocando as mãos por de baixo do travesseiro. Senti algo e puxei vendo um papel dobrado. Abri vendo uma letra feminina.

“ Eu não sei quando acharam essa carta, mas primeiramente me acharam morta. Eu queria escrever todos os meus sentimentos, mas se eu escrevesse, rsrsrs... Eu ficaria aqui pra sempre.
Amei de verdade Fábio, mas infelizmente ele não me amou do jeito que eu queria. Ele ama outra... Ama Mariane... Eu não aguentaria viver sem o amor dele... ”

Só consegui ler essa parte, a outra eu nem li. Deu um nó em meu estômago e eu suspirei fundo deixando a carta de lado. Peguei meu salto e sai dali sem nem falar nada.

****

Letícia

E tinha acabado o baile, eu estava já em casa deitada na cama vendo Paulinho dormir com a pistola na mão. Fodemos horrores, e foi ótimo. Uma boa parte da madrugada ele quis ouvir sobre a minha vida de agora...

Ouvi a campainha tocar e olhei o relógio vendo que já era seis e meia da manhã.

Coloquei meu pijama e fui saindo até o portão vendo Mariane.

— Preciso falar com você... - Mariane falou.

— Vem, entra! - Falei abrindo o portão.

Entramos e sentamos no sofá.

— Tem alguém aqui? - Mariane me olhou desconfiada.

Eu ri e assenti com a cabeça.

— Laura morreu! - Mariane disse de uma vez.

Encarei ela espantada, como assim?

— Como assim morreu? Fumaça matou? - Perguntei.

— Ela se matou... E deixou uma carta falando que ela queria que Fumaça amasse ela, mas ele me amava! - Mariane disse com lágrimas nos olhos.

— Meu Deus... - Falei com as mãos na boca.

— Eu to me sentindo culpada, não consegui ler a carta toda. Caramba... - Mariane disse chorando.

Fui abraçar ele e Paulinho apareceu na sala pelado.
Mariane viu ele e fechou o olho rindo.

— Puta que pariu. - Paulinho disse voltando pro quarto.

— Você não tem culpa de nada, infelizmente ela não aguentou o baque, e além disse, o culpado é o Fumaça! - Falei acariciando ela.

• aperta na estrelinha •

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora