• capitulo 53 •

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Caveira

Meti o pé pra fora de casa com a arma na mão. Aquele puta barulho de tiro que chovia.

Corri pelas vielas e via já alguns parceiros vapor tudo no chão.

Filha da puta.

Corri até a principal e de longe avistei Fumaça metendo bala. Eu corri pra perto dele e encarei Benê que me olhou dos pés a cabeça.

— Qual foi Caveira, deu tempo de pegar seu china não? - Benê perguntou rindo e olhando meu pé.

China?

Olhei meus pés e vi o chinelo de Letícia, metade do meu pé pra fora.

— Vai se foder caralho, tu tem neguinho ora matar porra! - Falei correndo pro outro lado da viela.

Dei de cara com um carinha, dava pra ver que ele tava loucão, dei um tiro na cabeça e ele caiu duro na hora.

******

Meti o pé neguinho, fui lá pras entradas de trás da favela, eles tavam pegando fogo. Eu já tava com a berma e a camiseta cheia de sangue, me dava um prazer do caralho ver morrer.

Eu corri de um beco pro outro atirando vendo quatro caras cair no chão. Meu radinho tocou e eu abaixei encostando numa latona de lixo olhando todos os lados.

— Qual foi porra, manda o papo logo! - Berrei no radinho.

E nada de ninguém falar.

Por que chama então porra, eu em!

Encostei até demais que a lata caiu e eu encarei um carinha entrando no beco, meti bala e ele caiu no chão.

A merda do radinho tocou de novo e nada de ninguém falar.

— O caralho, se eu descobrir que porra tá apertando ai eu... - Eu fui falar e me interromperam.

— Porra, corre o Fumaça caralho, corre o Fumaça. Na principal, corre! - Ouvi a voz do Benê.

Eu gelei, sai correndo no meio das vielas e pra ajudar começou a chuviscar, aquele chinelo pequeno tava escorregando já, deixei num canto e meti o pé descalço mesmo, tava ainda um barulhão de tiro, mas nada comparado a antes.

Eu cheguei na principal e já sentia aquela dor, vi Benê abaixado e eu comecei a meter tiro naquela rua que ainda tava cheia de nego. Era tiro pra tudo quanto era lado, os vapor tava tudo nos telhados metendo tiro.

Corri até Benê e encarei Fumaça num canto deitado no chão e com a mão no peito, ele tava pálido, ele me encarava meio inconsciente.

— Fumaça, puta que pariu. - Falei olhando assustado.

Peguei o radinho tremendo.

— Reforço na principal caralho! - Gritei e guardei o radinho.

Fumaça tirou a mão do peito e a bala tava no peito sangrando.

Ele tentava falar mais não conseguia.

— Ci... - Fumaça disse na maior dificuldade.

Eu continuei encarando ele.

— Garro! - Fumaça terminou suspirando.

— Qual foi Fumaça, agora não pô! - Falei vendo uns vapor vir ajudar.

Fumaça fechou o olho e apagou, ele não tava respirando. Eu gelei, sai naquela rua da principal e comecei a atirar em todo mundo vendo cair vários corpos.

******

Fumaça

Eu via Laura, ela tava bonitona, tava com um vestidão branco, que aliás, era do chá de bebê de Ian, eu via ela todo sorridente vindo pra mim. Eu fechei os olhos sentindo aquela paz, senti o abraço dela e abracei ela de volta.

— Agora não estou só... - Laura disse abraçada.

• aperta na estrelinha •

Vocês acham que deve ser o adeus do Fumaça? Acham que Fumaça deve real me ficar com Mari? 💔 ||

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora