• capitulo 32 •

36.9K 2.8K 1.1K
                                    

Letícia

Chegou o dia de ir pro baile, eu deixei Nicole com a minha mãe e fui me arrumar na casa de Mariane. Eu pranchei meu cabelo, coloquei meu shorts jeans, minha blusa decotada azul e calcei minha melissa.

Encarei Mariane que tava pronta a tempos me esperando.

— Pronto, a gente pode ir agora. - Falei dando aquela última olhada no espelho.

— Aleluia, eu tava quase desistindo de ir. - Mariane disse se levantando da cama.

*****

Chegamos no baile e tava lotadão, o som tava nas alturas, Mariane foi pegar bebidas pra gente e eu fiquei lá dançando a musica e logo senti alguém dançar atrás de mim, olhei pra trás e vi um dos vapores me sarrando.

Paulinho...

Conhecia Paulinho de tempos já, mas depois que encanei com Caveira, era só Caveira e mais ninguém.

Continuei dançando na frente dele, e quando Mariane me viu com Paulinho ela só entregou a bebida e entrou no meio da muvulca.

******

Mariane

Tava bebendo e dançando com umas meninas que eu nunca tinha visto na vida, logo senti me agarrarem, olhei e vi Vitória sorrindo.

— Bruaca véia, saudadeeex! - Vitória disse me abraçando.

— Que saudades... - Falei beijando a bochecha dela.

— Poxa, te vi lá do camarote, vim correndo. - Vitória disse apontando pra cima.

Olhei pra cima e vi um pessoal lá.

— Vamos lá... - Vitória disse.

— Vou chamar a Letícia antes. - Falei indo.

— Ela saiu com um vapor, tava já no maior beijo... - Vitória disse e eu neguei com a cabeça.

Fomos até o camarote e dei um 360°graus em tudo lá, nas pessoas, nas bebidas e meu olhar acabou parando no Fumaça que estava com duas meninas no colo se beijando enquanto ele apalpava elas.

— E Caveira? Sabe da gravidez? - Perguntei.

— Sabe, eu contei pra ele logo que ele chegou aqui na favela... - Vitória disse mexendo o corpo com forma o funk tocava.

— E ele disse oque? Ficou bravo? - Perguntei.

— Foi de boa, ele falou que assumia e que iria comigo em todos os pré natal e queria ser bem presente na vida da criança. - Vitória disse.

Murmurei um “hum” e fui pegar mais bebida no cantinho do camarote que tinha, e peguei o copo mais forte que tinha.

Dei o gole de uma vez só, desceu rasgando, eu grudei na grade encarando aquela multidão lá em baixo dançando e eu comecei a dançar também.

Senti me encoxarem e continuei dançando sem olhar pra trás. Eu estava de saia, arrumei ela e me virei dando de cara com Fumaça.

— Pô, vai fazer aquele trampo que só tu sabe fazer? - Fumaça perguntou me prendendo na grade.

— Vai dormir comigo? - Perguntei toda embolada.

Ele assentiu com a cabeça sério e então ele veio me beijando, aquele beijo lento com gosto de bebida e no fundo com aquele gosto de maconha.

Paramos de nos beijar e as meninas do camarote todas nos olhavam.

— Quero dançar lá em baixo. - Falei acenando pra ele.

Ele me puxou e deu um tapa na minha bunda.

— To de olho. - Fumaça disse e eu sai.

Vitória ficou no camarote e eu desci vendo Letícia ir entrando de volta pro baile.

— O pau é grande? - Perguntei.

— Como você sabe? - Ela perguntou. - Ah deixa pra lá, não é aquela coisa, mas deu pra ter meu orgasmo. - Letícia disse lambendo a boca.

Eu ri e continuei dançando. Eu já estava louca demais, tava literalmente pagando calcinha. Eu olhava pra cima e via Fumaça me encarar sério, oque em fazia provocar mais.

Continuei dançando até sentir alguém me pegar pela mão, olhei e vi Fumaça, ele me puxava com força.

— Eu to de salto porra... - Falei andando rápido.

Ele nem ligou. Saímos do baile e ele soltou a minha mão me encarando sério.

— Tu faz isso pra provocar né cachorra? Quero ver eu te amarrar e te foder com força pra tu para com essas gracinha... - Fumaça disse segurando firme meu maxilar.

Eu mordi meus lábios.

— Eu iria adorar ser fodida assim, é meu sonho de princesa isso gatão! - Falei dando um selinho nele.

Ele me agarrou ali mesmo me beijando. Tava um fogo maior que o inferno, a gente não estava ligando se passava alguém ali ou não.

Até tocar o radinho dele.

— Qual foi porra? - Fumaça perguntou com o radinho na mão.

— Patrão, corre na tua goma que a Laura tá pendurada. - Um cara falou do outro lado do radinho.

Eu arregalei meus olhos, Fumaça pegou na minha mão e foi subindo comigo na pressa, no meio do caminho tirei meu salto e fomos correndo.

Me perdoe Laura, eu destruí a família de vocês...

Chegamos lá na casa dele e quando abrimos a porta demos de cara com Laura pendurada numa corda. Ela estava morta já. Ian estava encolhido no sofá chorando baixinho.

Eu corri até ele e o abracei.

— Ian, vamos com a tia pra fora, vamos. - Falei puxando ele e ele veio comigo.

Fomos saindo da casa e vi ele chorar baixinho.

— Porque ela foi embora? - Ian perguntou suspirando fundo.

Parei com ele no meio daquela rua deserta e abaixei na altura dele.

— Sua mãe foi forte... - Falei isso com lágrimas nos olhos.

Eu havia errado e não conseguia abrir a boca prs falar nada, Ian estava sem entender, tinha apenas cinco anos...

Que sua alma esteja bem, Laura...

• aperta na estrelinha •





Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora