• capitulo 37 •

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Mariane

Eu fiz questão de levar a Vitória até a casa dela. E quando cheguei lá, tava uma zona de tão bagunçado.

— Prometo vir aqui e tacar um metal no cú dele. Mas só pra ele sentir uma cosquinha do que é relar a mão em você. - Falei sorrindo docemente pra Vitória.

Ela arregalou os olhos e eu fui abraçar ela.

Ela entrou e eu desci guiando pra casa de Letícia. Tive que pegar um Uber e quando cheguei lá, ela tava varrendo na frente da casa.

— Pegou mania de velho foi? - Falei descendo do carro e rindo.

Letícia me riu e veio me abraçar.

— Como você tá mulher do pulmão preto? - Letícia perguntou me puxando pra dentro.

— Eu to bem graças a Deus e você? - Perguntei.

— Eu to bem também, sai do emprego... Eu to pensando em voltar pra favela, cara lá é o meu lugar Mari! - Letícia disse.

— Volta mulher, se você precisava de apoio. Eu apoio você a voltar lá, pra gente ir pros pancadão. - Falei rindo.

— Poxa vida em, sinto falta de marca presença sempre! - Letícia disse encarando o nada. - E o Caveira? Reve notícias? - Ela perguntou me encarando.

— Aquele pau no cú dos infernos andou empurrando Vitória, mandando ela ir morar com ele, e ela nem escolha tinha! - Falei negando.

— Eu ainda estranho sabe Ma? Cadê aquele Caveira que eu conheci e me apaixonei? Ele morreu, isso é foda sabe? - Letícia disse suspirando.

— Cê é afim dele ainda? - Perguntei.

— Sinto pena dele, de ter perdido eu e a filha, por que nem a Nicole quer ver ele mais, e olha que eu sempre empurro ela pra ver ele! - Letícia falou.

— E Paulinho? - Perguntei cortando o clima chato que tava.

— Eu saio com ele quando da vontade, eu to na fase que eu durmo transando de tão com sono que eu ando. - Letícia disse gargalhando com sons de porcos.

Que porra é essa Letícia?

******

Me despedi de Letícia e fui embora pra casa andando mesmo, minha mãe tava na sala olhando pro nada.

— Tá pensando no que? - Perguntei.

Ela não teve coragem pra falar oque ela queria contar pra mim e pra minha irmã.

— Na vida, como ela é engraçada... - Minha mãe disse.

— Oque você queria falar pra gente que não falou? Para de enrolar mãe! - Falei me jogando no sofá.

Ela me encarou séria e suspirou.

— Eu to grávida e vou casar! - Minha mãe disse.

*****

Leticia

Eu tinha ido atrás de uma casa lá pra favela.

Eu sai da favela, mas a favela não saiu de mim.

Consegui achar uma perto da minha mãe. Na outra semana eu já iria pra lá, só ia arrumar umas coisas e falar com o dono da casa que eu tava.

— Mãe, e o tio Paulinho? - Nicole falou me tirando dos meus pensamentos.

— Oi? Oque tem? - Perguntei olhando ela vindo no meu colo.

— Ele não vai vir me trazer sorvete não? - Nicole disse fazendo biquinho.

Interesseira.

— Se tiver com vontade, eu mesma compro. - Falei e ela negou com a cabeça.

Ficamos abraçada por um tempo, e logo Nicole se afastou me encarando.

— Quero ver meu pai. Eu sinto falta dele mamãe, porque ele não tá com a gente? - Nicole perguntou.

Fiquei paralisada olhando ela me encarar com o semblante caído. Puxei ela pro meu colo novamente e ela ficou me olhando esperando por uma resposta.

— Eu não quero esconder nada de você, você já tá uma mocinha... - Falei e Nicole me olhava atenta. - Seu pai me deixou muito triste. Mamãe preferiu ser feliz só com você sozinha, aprenda uma coisa Nicole. Nós mulheres somos suficientes, e não precisamos ter alguém pra ser feliz, nós temos que ser feliz com as pequenas coisas da vida que nos fazem bem, e não as coisas que nos magoam! - Falei e Nicole me encarou tentando raciocinar e veio me abraçar.

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• aperta na estrelinha •

Grata por cada estrelinha e comentários de vocês. Sou grata demais por vocês gente! ♥

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora