• capitulo 31 •

37.1K 2.8K 942
                                    

Laura

Ele não voltou, eu passei a noite toda com a minha filha no colo chorando. Ian tinha ido dormir na Letícia com Nicole, ele olhou pra minha cara e disse que preferia ficar lá, porque lá a Nicole brincava com ele.

Eu estava exausta, a minha filha Samira não parava de chorar, pra ajudar eu não tinha muito leite, eu tinha que dar uma fórmula, oque me deixava frustrada. Na gravidez do Ian tinha sido a mesma coisa, eu não tinha leite pra dar.

Tive que dae a fórmula pra Samira, els parou de chorar e eu a coloquei pra dormir, eu fiquei encarando ela e comecei a chorar.

Como eu aguentava esse tipo de humilhação? Porque?

******

Samira acordou umas três vezes na madrugada pra tomar a fórmula e uma delas pra trocar a fralda. Eu fiquei acordada a madrugada toda, quando vi amanhecer a minha vontade foi de chorar pelo cansaço que eu estava.

Me encarei no espelho e eu estava só o pó, com olheiras, espinhas, manchas, gorda, cabelo com um coque regaçado, a roupa do Fumaça.

— Cadê a antiga Laura? - Falei assustada.

Eu to cansada disso tudo...

****

Mariane

Acordei vendo Fumaça chutar a quina da minha cama.

— Ai porra. Cama do caralho! - Fumaça disse todo bravinho.

Segurei a risada e logo lembrei da madrugada.

Puts...

Me levantei e sai vendo aonde minha mãe estava, e ela estava bem na sala assistindo Ana Maria Braga. Bufei e voltei pro quarto.

— Você vai ter que sair pela janela, minha mãe tá lá na sala, ela não gosta de gente aqui! - Falei e ele arqueou a sobrancelha.

Eu sai do quarto e fui pro banheiro fazendo as minhas higienes, aproveitei e tomei uma ducha rápida. Quando sai do banheiro ouvi algumas risadas, eu gelei e fui caminhando lentamente até a sala vendo Fumaça falando com a minha mãe.

— Devia trazer mais vezes seu namorado aqui Mari... - Minha mãe dizia chorando de rir.

Eu encarei Fumaça que estava parado com aquela cara de sonso dele.

— Ele é meu amigo... - Falei sem entender.

— Pô, ela fala amigo porque ela queria que eu viesse pedir pra tu se tu liberava sogra. - Fumaça dizia.

Como assim minha mãe não se importou com ele?

— Venha jantar qualquer dia genrinho... - Minha mãe dizia sorrindo.

Que porra tá acontecendo aqui?

— Tá tá tá, agora vamos, ele precisa ir trabalhar... - Falei puxando Fumaça do sofá.

— É? E ele trabalha com oque? - Minha mãe perguntou.

Eu encarei Fumaça e ele todo se sentindo foi sentando no sofá de novo.

— Eu trampo com contabilidade, tá ligado? Eu comando... - Fumaça ia dizendo e eu interrompi.

— Como se fosse uma empresa, ele comanda uma empresa enorme de grande mãe... - Falei trêmula.

Eu estava nervosa, a minha mãe só sorria.

— Agora vamos, você tem uma empresa pra comandar bonitão! - Falei e puxei ele.

— Um prazer sogra, eu volto pra comer o rango em... - Fumaça disse e eu o puxei pra fora.

Ele foi andando até a moto dele e eu o encarei bravo.

— Que foi minha gata? - Fumaça perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Você é maluco de ir falar com a minha mãe? - Falei cruzando os braços.

— Eu sou maluco mermo, to malucão por tu, sai de goma de matina porque tava nos pensamentos contigo princesa. - Fumaça disse me encarando sério.

A gente acredita ou não em homem?

— Você precisa ir... - Falei.

— Cadê meu beijo? - Ele perguntou.

Eu neguei com a cabeça e ele me puxou pra um abraço apertando minha bunda.

— Não vou esquecer que você é apertadinha, quero mata a saudade já. Papo reto Mariane, to afimzão de tu, se liga! - Fumaça disse me soltando e beijando o meu pescoço.

Ele subiu na moto e foi. Fiquei encarando ele sair rasgando naquela rua e entrei dando de cara com a minha mãe me olhando.

— Gostei dele, trás mais vezes... - minha mãe disse sorrindo.

Ele apontou a arma pra ela por algum acaso? Meu Deus, como pode isso?

aperta na estrelinha

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora