• capitulo 17 •

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Vitória

Corremos pro posto, era de urgência.

Ninguém pode entrar com ela, tivemos que ficar ali esperando até vir um médico. E pra isso demorou algumas horas...

— Família de Mariane Aparecida Da Cruz Vieira! - Médico disse nos encarando.

Levantamos tudo de uma vez.

— Eu sou irmã dela! - Falei.

Ele me encarou arqueando a sobrancelha e encarando Fumaça.

— Bom, o caso da Mariane não é nada grave, fizemos alguns procedimentos e vimos que não há nenhum sangramento ou algo que tenha afetado a cabeça dela. - Médico disse vendo os papéis.

— Pode ir ver ela? - Perguntei.

— Eu acho melhor não, pelo menos agora não. Ela acordou assustada, demos um calmante a ela, e ela está dormindo... Licença! - Ele disse e saiu.

Ficamos ali com a maior cara de taxo da vida.

— Eu vou ficar aqui! - Falei me sentando.

— Eu também, não vou sair daqui até ver a Mariane. - Letícia disse sentando do meu lado.

— Só amanhã, bora que eu levo as duas. - Caveira disse de cara fechada.

Neguei com a cabeça e Letícia me puxou com tudo até pra fora do posto.

*****

Mariane

Acordei dando de cara com a enfermeira que trabalhava comigo, a e Heloísa, trocando meu soro.

— Ei... - Falei fraco.

Ela me olhou e sorriu.

— Oi Mari, está se sentindo melhor? - Heloísa perguntou enquanto trocava meu soro.

— É... - Falei tentando me mexer mas me senti toda dolorida. - Só estou dolorida. - Falei suspirando.

— Já já passa... Descanse ai, depois eu volto! - Heloísa disse e saiu.

Fechei meus olhos tentando lembrar e acabei ficando nervosa, meus batimentos começaram a aumentar mas logo consegui me acalmar.

Eu errei, eu sei que eu cometi esse erro, mas eu não consegui evitar.

*****

1 semana depois...

Eu fiquei uma semana no posto. Eu pensei muito, eu decidi muita coisa e eu já estava certa disso.

Decidi ir embora dali, eu ia ir pra outro estado, e eu já tinha me decidido, peguei minhas malas e fiz. Não avisei ninguém, apenas Vitória que acabou aparecendo bem na hora que eu estava saindo com as malas, mas avisei que não era pra falar pra ninguém, muito menos pra mãe.

*****

Fui “recomeçar” a minha vida, sozinha, sem ninguém e sem trabalho.

Fui pra São Paulo sem eira e nem beira. Aluguei uma kit net logo no centro de São Paulo e estava atrás de emprego.

Se acha que eu consegui pra minha área de téc em enfermagem? Se achou, errou.

Só consegui achar em mercado. Ô coisa difícil em. Era de segunda a segunda, eu folgava só na quinta e dia de quinta eu fazia bico na casa de uma mulher, eu passava as roupas dela e limpava a casa.

Chegava em casa moída, deitava dormia e já era hora de acordar, eu comia no serviço, e economizava cada centavo.

Eu vou mudar, eu não vou mais ser aquela menina tonta que saiu do asfalto e quebrou a cara na favela. Pra mim já chega!

****

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Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora