Mariane
Acabou o aniversário de Nicole tarde da noite, eu estava morando com a Vitória pra ajudar ela com Breno.
Eu ainda não tinha me resolvido com Fumaça, e por enquanto eu estava até que bem assim. Ele toda noite ia em casa, ficava lá no maior papo e nem beijo forçava.
Pelo menos isso né traste.
Ajudei Letícia a arrumar a bagunça, enquanto isso Caveira levava Vitória e Breno de volta pra casa. Fumaça ficou ali só olhando calado enquanto fumava.
— Eu to cheia demais! - Falei abrindo os botões do meus shorts.
— Sei que essa pancinha é pela comida... - Letícia disse me olhando com cara de safada.
— Me erra Letícia, tá achando que sou você que tenho um pau a todo momento a meu despor? - Falei rindo e negando a cabeça.
— Ih, qual foi Mariane, tu tem o meu tua ingrata! - Fumaça disse chegando mais perto e soltando a fumaça no meu cabelo.
Eu odiava cheiro de cigarro, maconha o que for.
— Eu odeio esse cheiro inferno, para de fumar, vai parar quando? Quando morrer? - Falei brava.
Letícia sumiu dali de perto de fininho.
— Tu sabe que é um vicio meu das antigas! - Fumaça disse.
— To nem ai, eu odeio e o que importa é a minha opinião, como me quer de volta se ainda fuma? - Falei cruzando os braços.
Fumaça fechou aquela cara dele e chegou meu pertinho.
Se levantar a mão, eu faço ele engolir esse cigarro pelo cu e sair pela boca.
— Por tu eu passo qualquer barreira. Tu volta pra mim então? - Fumaça perguntou.
— A favela é de quem? É de quem? Da Leticinha. - Letícia gritou aparecendo do nosso lado dançando funk.
Eu encarei ela sem entender e ela desceu até o chão dançando.
— Qual foi pô, tu não sabe cuidar nem do teu nariz Letícia, imagina daqui! - Fumaça disse negando.
— Qual foi digo eu, você quem disse que ninguém te colocava coleira. - Letícia disse rindo.
— Com a Mariane foi diferente caralho, não foi coleira, ela me amarrou real pô. - Fumaça disse.
Eu sai dali e fui indo arrumando as coisas.
Tava o maior silêncio, limpei algumas coisas da cozinha e quando fui pra cozinha tava um escuro do caramba.
— Eles me deixam aqui, cadê a Letícia caramba? - Falei sozinha comigo mesmo.
Do nada a luz se acende e Fumaça tá lá com uma caixinha.
— Comprei a jóia mais cara, pra mulher mais valiosa da minha vida. - Fumaça disse me olhando sério.
— Fábio... - Falei e ele me interrompeu.
— Eu errei contigo, e eu paguei ficando sem tu, e isso doeu pra caralho, quero fica contigo, por mais errado que eu seja, eu quero mudar por ti e ter uns pivete pô, acredita em mim cara, me da uma chance, faço diferente pô... - Fumaça disse.
Eu fiquei encarando ele e do nada ouvi a porta bater, a gente continuou se encarando e a porta continuou batendo na porta.
— Mais que caralho em, atrapalhando esse momento. - Letícia disse aparecendo e indo abrir a porta.
Quando Letícia abriu a porta, vimos por coincidência a menina que foi amante de Fumaça. Encaramos ela e ela estava destruída.
— Me ajudem... - Ela dizia nervosa.
— O que foi? - Letícia perguntou.
Fui andando até a porta e logo vi outras duas mulheres parando na frente da casa.
— Vem aqui sua imunda! - Uma mulher gritou.
Fumaça saiu dali de dentro encarando aquilo tudo.
— Me ajudem por favor!!! - A menina dizia nervosa.
— Agora é ajudem né? Na hora de sentar pra marido nosso, você tava lá né?! - A mulher falou indo chegando perto.
Fumaça encarou e entrou dentro da casa de Letícia, em segundos voltou com uma tesoura na mão.
— To te ajudando em, bom trampo aê! - Fumaça disse dando tesoura pra mulher que queria bater.
Eu entrei e me sentei no sofá, logo Leticia e Fumaça entraram. Fumaça me deu a caixinha e eu encarei pegando e abrindo, vendo uma pedra enorme, ele me olhou como se não tivesse feito nem cosquinha.
— Você é capaz de tudo? - Perguntei.
— Por você tudo. - Fumaça disse me encarando.
— Até dar o cu? - Letícia falou baixinho.
Fumaça encarou ela com tudo e ela riu.
• aperta na estrelinha •
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Do asfalto pra favela
Novela JuvenilMariane vai pra favela para ajudar sua irmã Vitória e acaba sendo alvo do maior traficante do estado.