Mariane
7 meses depois...
Era o chá de bebê do filho da Vitória.
Sim, é menino, vai chamar Breno.
Vitória tava com um barrigão enorme. Caveira tava dando o maior apoio, eles estavam ficando juntos, mas Vitória negava até o final.
*****
Eu tinha buscado minha mãe, e deixei ela lá no salão daqui da favela mesmo que ia ser.
— Ei... Tá panguano aê?! - Fumaça disse me assustando.
— Que susto caramba! - Falei fechando a cara.
Eu e Fumaça ficamos um tempo sem se ver, eu evitei ele, mas ele sempre dava um jeito de ir atrás. Eu fiquei com a mente pesada, fiquei me sentindo culpada por uns quatro meses, até ele me “sequestrar”, ele me levou pra uma casa longe de tudo, quando eu vi a gente tava no meio do mato em uma casa enorme de grande. Aquele final de semana foi o máximo, conversamos muito, e deixamos claro tudo. Desde então estamos juntos!
— Tu não tá prenha né? - Fumaça perguntou olhando minha barriga.
Eu tinha começado a tomar injeção, mas Fumaça gozava dentro, e além disso eu estava com sintomas.
— Não, depois eu compro o teste. - Falei suspirando.
Eu sinto que eu não to.
Eu to cansada de sempre fazer teste, e nunca estou grávida.
— Queria um pivete nosso pô... - Fumaça disse me abraçando.
— Eu sei Fábio, mas não é bem assim... - Falei beijando a testa dele.
— Ou, tu faz eu ficar bobo com esse teu jeito minha gata. - Fumaça disse me encarando e acariciando meu rosto.
Eu sorri e abracei ele.
— Vai buscar o Ian com a Samira, eu vou lá já! - Falei e ele assentiu.
Ian e Samira tinha que ficar com uma mulher aqui enquanto Fumaça “trabalhava”.
Guiei pro barracão e tava tudo decorado em azul, quando Vitória me viu, ela veio me abraçar.
— A mãe precisa falar com a gente... - Vitória disse me abraçando.
Me afastei do abraço e encarei ela.
— O que houve? Alguma coisa com o pai? - Perguntei.
— Não, mas tá vendo aquele homem ali? - Vitória disse encarando minha mãe.
Encarei minha mãe que estava sentada com um homem que deveria ter uns dez anos a mais que ela.
— Eles estão juntos... - Vitória disse.
Dei de ombros e fui prgat algo pra comer. Eu estava morta de fome, deixei de almoçar e jantar no dia anterior só pra encher o bucho aqui.
******
No final do chá de bebê, a maioria das pessoas tinham ido embora, minha mãe puxou eu e minha irmã, e o homem que estava com ela pra um canto.
— Eu queria apresentar pra vocês o Silvio... - Minha mãe disse e eu dei com a mão.
— Mãe, é namorado? Fala logo! - Perguntei e minha mãe ficou vermelha de vergonha.
— É meu companheiro... - Minha mãe disse.
Encarei ele e vi que ele devia ter uma grana.
— Prazer Mariane... - Falri sorrindo sem mostrar os dentes. - Eu preciso arrumar aqui pra ir embora! - Falei e minha mãe assentiu.
Sai dali e logo Vitória veio me ajudar removendo as decorações.
— Ele é de grana! - Falamos juntas e nos olhamos.
Rimos e continuamos arrumando aquele barracão.
Quando terminamos tudo eu fui até Fumaça que estava com Samira no colo, ele com um olhar cansado, eu cheguei perto dele e peguei Samira no colo.
— Vamos pra casa! - Falei indi na frente.
Fumaça foi chamar Ian que estava brincando com umas crianças e fomos pra casa de Fumaça. Coloquei Samira no bebê conforto e ela logo caiu de sono, peguei a mesma e subi colocando no berço dela.
Guiei pro quarto de Fumaça e vi ele sentado encarando uma caixinha. Olhei bem e vi que era um teste.
— Comprei dois pra tu! - Fumaça disse me entregando.
Peguei olhando aqueles testes e com um frio na barriga...
• APERTA NA ESTRELINHA •
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Do asfalto pra favela
Ficção AdolescenteMariane vai pra favela para ajudar sua irmã Vitória e acaba sendo alvo do maior traficante do estado.