Mariane
Fumaça ficou pálido, eu olhei pra boca dele e tava branca.
— Fumaça você tá bem? - Perguntei indo até ele e pegando na mão dele.
Ele tava gelado.
Ele me agarrou com tudo.
— Tu tá zoando? - Ele me pegou no colo.
— Não. - Falei sorrindo.
A gente se afastou e os olhos dele brilhavam encarando minha barriga.
— Meu Deus, não to preparado pra isso, eu não pensei em nome da cria. - Fumaça disse andando de um lado pro outro nervoso.
— O que importa o nome agora? Importa é que vamos ter um filho! - Falei sorrindo.
Ele veio me beijar e se afastou pegando Samira no colo e saindo da salinha.
— Eu vou ser pai de novo porra! - Fumaça gritou na boca aonde tinha várias pessoas.
Caveira me olhou e veio dando com a mão.
— Nem vou abraçar, vai que eu esmague a criança, não quero cometer esse homicídio Marildinha! - Caveira disse e eu ri negando.
Fumaça desceu aquela rua berrando pra todo mundo ouvir. Eu sai dali e Caveira foi me acompanhando.
— Podia ser Pulmilda se fosse muié né? - Caveira disse animado.
Encarei ele sem entender.
— Que merda de nome é esse? - Falei.
— Pulmão com Marilda. - Caveira disse sorrindo.
O que esse cara tem de problema? As drogas corroem os miolos bom da cabeça dele.
— Nem ferrando! - Falei rindo.
— Ou Jaconolinto! - Caveira disse sério.
Eu gargalhei alto, que até faltou ar.
— Você tá tirando com a minha cara. - Falei e ele negou.
*****
Caveira me deixou na frente de casa e logo trouxe Ian.
Eu fui tomar banho e quando desci pra sala, Fumaça estava sentado tomando cerveja.
— Credo! - Falei sentindo nojo.
Eu que amo cerveja, já não consigo nem ver.
— Eu amo tu, nossa tu não imagina a felicidade! - Fumaça disse vindo beijar minha testa.
— Promete não me deixar? Não vacilar de novo? Por mais gostosa que seja a outra? - Falei encarando ele.
— O que adianta gostosona de corpo e não tem postura? Além disso, tu já é gostosa na cama e isso pra mim que vale amor! - Fumaça disse me agarrando.
Eu pulei no colo dele e ele começou a beijar meu pescoço.
******
Letícia
— Queria um filho! - Caveira disse comendo salgadinho e com um bicão.
— Vai ficar querendo, eu em, pra você só ficar a parte mais tranquila! - Falei me jogando no sofá.
Nicole veio e sentou no meu colo.
— Mãe preciso te contar uma coisa! - Nicole disse.
— Fala! - Falei encarando a TV.
— Eu dei um beijinho no menino da minha escola. - Nicole disse na maior inocência.
Eu encarei o Caveira na mesma hora, ele cuspiu pra fora o salgadinho e olhou pra Nicole.
— Ni, vamos pro quarto! - Falei puxando ela com tudo pro quarto dela.
Ela se sentou na cama e me encarou. Eu suspirei fundo e encarei ela.
— Ni, você não se acha muito novinha pra isso? Agora é hora de brincar, não disso. Quando você for um pouco maior você vai ter o tempo de beijar, mas agora não meu bem, você não pode apressar as coisas, você me entende? - Falei acariciando ela.
— Entendi sim, foi errado? - Ela perguntou.
— Só não é o momento certo meu amor! - Falei e ela assentiu.
Eu beijei a cabeça dela e sai do quarto indo pra sala dando de cara com Caveira.
— Que idéia maluca é essa Letícia? - Caveira perguntou.
— Esquece, coisa de criança! - Falei.
— Criança faz coisa que nois nem imagina Letícia, eu vou ela falar com ela! - Caveira disse indo levantar.
Eu subi no colo dele e encarei ele de cara fechada.
— Não! - Falei brava.
— Autoritária, qual é, assim eu fico excitado desse jeito! - Caveira disse.
— To menstruada, nem da! - Falei.
— Se não da pelo caminho do mar vermelho, da pela estrada de barro pô! - Caveira disse.
• aperta na estrelinha •
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do asfalto pra favela
Novela JuvenilMariane vai pra favela para ajudar sua irmã Vitória e acaba sendo alvo do maior traficante do estado.