• capitulo 42 •

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Mariane

Eu andava de um lado pro outro, eu estava no quarto, roendo as unhas de tanto medo.

Os tiros pararam, e o foguete em sinal que tinha acabado foi solto. Fiquei mais tranquila, mas eu estava nervosa querendo que Fumaça chegasse logo em casa.

De tanto esperar acabei dormindo, e quando acordei, eu vi que já era meio dia, me levantei e fui pro banheiro fazer minhas higienes, sai do banheiro e fui descendo as escadas dando de cara com Fumaça abrindo a porta, ele me encarou e já abaixou a cabeça, eu corri até ele e ele simplesmente não falou nada, olhei ele todo pra ver se tinha tomado algum tiro mas nada. Ele subiu e eu fui atrás dele, ele entrou no banheiro e se trancou, eu desci fazer almoço e quando terminei fui chamar ele, mas ele já tinha saído e eu nem ouvido tinha.

Eu preparei um prato pra ele e fiz questão de ir até a boca. Já cheguei entrando, ele tava lá de olhos fechados e fumando um baseado, quando ele me viu, e fechou o olho novamente.

Eu Fechei a porta e eu deixei a comida em cima da mesa.

— Por que tá me ignorando? - Perguntei.

Ele assoprou a fumaça e deixou o baseado de lado. Ele abaixou a cabeça e suspirou.

— Só não to legal pô! - Fumaça disse sem me olhar.

— O que houve? Alguém de vocês morreu? - Perguntei me revirando a algum vapor.

— Não Mariane, ninguém morreu! - Ele disse seco.

— Eu trouxe sua comida já que você não comeu em casa. - Falei.

— Pode levar embora, to afim de comer não! - Fumaça disse.

— O que foi Fumaça, que merda eu te fiz pra ficar assim? Até hoje antes da invasão tava tudo de boa! - Falei cruzando os braços.

— Nada Mariane, qual foi cara, tu pesa na mente! - Fumaça dizia mexendo na caneta.

— Então olha na porra dos meus olhos e fala que não é nada! - Falei firme.

Ele fechou os olhos firmes e levantou o olhar devagar me encarando, mas logo já abaixou o olhar.

Eu fui até ele e sentei no colo dele, ele continuou intacto.

— Vamo fazer um sexo gostoso. - Falei me levantando na frente dele e subindo a blusa deixando meus peitos de fora.

Levantei a cabeça dele pra me olhar e ele virou o rosto. Eu fiquei parada ele abaixar a cabeça de novo e coloquei a blusa de volta. Sai dali batendo a porta e fui pra casa.

****

Fumaça

Pesou na mente já, cheguei nem a gozar com a mina, o nome da Mariane martelava na mente, isso foi o basta.

Não consigo olhar pra ela, coisa de louco, foi momento pô, fui fraco e entendo, mas a Mariane não vai aceitar esse bagulho não. To só criando coragem pra fala, fui homem de meter, tenho que ir e falar, coisa de ficar escondendo dela eu não consigo cara, Mariane é diferente.

— Porra, oque eu fiz! - Falei bolando um outro baseado.

O quanto antes eu mando o papo, vai doer pra porra, mas eu prefiro falar.

*****

cheguei em goma logo de noite, ela estava lá, sentada no sofá assistindo uma série de médico na tv e já chorando. O cheiro dela já estava de longe, aquele cheiro doce que só ela tem. Ela me olhou mas logo virou o rosto, fui pro banho e quando sai ea estava sentada na cama como tivesse me esperando.

Coloquei a roupa e ela continuou me encarando.

— Qual foi Mariane? - Falei passando aquele Rexona né.

— Qual foi digo eu, oque tá acontecendo? Tá de chico? - Mariane disse.

Sentei na cama e ela me encarou.

Eu não conseguia dar o papo, eu só me lembrei de um bagulho. Eu levantei a camiseta devagar e ela encarou o meu peitoral. Tinha três chupões, ela não disse nada, eu vi os olhos delas se inundarem por lágrimas, eu fui pra abraçar e ela se afastou.

— Me perdoa, eu amo você, vacilei... - Falei.

Ela não disse nada, só se levantou rápido e saiu daquele quarto me deixando sozinho!

• aperta na estrelinha •

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora