• capitulo 25 •

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Mariane

Olhei Alex ali encostado me encarando e fui correndo até ele.

— O que tá fazendo aqui? Nem me avisou... - Falei abraçando ele.

— Quis fazer surpresa meu amor. - Alex disse me beijando.

Que saudade que eu estava dele.

— Vamos entrar pra gente conversar... - Falei puxando ele pra dentro.

Cheguei em casa já tirando o sapato e a blusa. Alex se jogou no sofá e eu fui até a cozinha pegar dois copos de suco.

— Tive que voltar antes do prazo... - Alex disse meio cabisbaixo.

Sentei ao lado dele e entreguei o copo.

— Mas porque? Oque houve? - Perguntei.

Ele bebeu um gole do suco e ficou encarando o chão.

— Desembucha logo Alex, eu em!!! - Falei e ele me encarou.

— Vim aqui primeiro, queria que você soubesse antes, eu não to sabendo mais segurar pra mim, eu fiquei sabendo semana passada e to destruidão! - Alex disse.

— Não enrola, fala logo... - Falei nervosa já.

— Eu to com câncer... - Alex disse.

Eu encarei ele que logo abaixou a cabeça, senti como se fosse uma facada me rasgando por inteira. Na mesma hora eu abracei ele, ele começou a chorar e eu como choro com qualquer comercial de margarina, acabei chorando junto. Ficamos um bom tempo abraçados.

— Alex, vai dar tudo certo, eu sei que vai. E eu estou do seu lado! - Falei segurando o rosto dele que me encarava com os olhos vermelho de tanto chorar.

Poxa vida, que difícil.

******

Era onze da noite, comemos e fiz Alex dormir, eu estava pensando muito, meus pensamentos estavam me matando, Alex tava precisando de mim mais do que nunca. Logo ouvi o interfone tocar e quando atendi, o porteiro disse que havia um homem querendo falar comigo.

A essa hora? Ele não tem relógio não?

Eu pensei em não ir atender, mas eu desci e quando eu vi eu me assustei.

Mas um problema...

— Oque você tá fazendo aqui Fumaça? Como descobriu que eu moro aqui? - Perguntei.

— Faço meus corres princesa, quando eu quero eu descubro. - Fumaça disse vindo me beijar mas eu me afastei.

— Fumaça, é onze da noite, eu preciso dormir... - Falei cruzando os braços com o ar gelado que estava.

— Pô, vamo subi então, aê a gente dorme junto! - Fumaça disse.

— Não, não da pra você ir dormir comigo. Fumaça você tem mulher, chega! - Falei.

Ele me encarou por um bom tempo e depois fez uma cara como se tivesse entendido tudo.

— Saquei, tu tá com algum pela saco aê em cima! - Fumaça disse fechando a cara.

— Tô, e você devia ir pra sua casa, a Laura deve estar precisando de você agora. Me esquece Fumaça, de verdade! - Falei e fui saindo deixando ele lá sozinho.

*****

Letícia

Eu não conseguia dormir, a Nicole ficava perguntando do pai e eu falava que ele tinha ido viajar e que já voltava. Eu deixei Nicole com a mãe do Caveira e fui na casa de Fumaça achando que encontraria ele, mas por sinal quem atendeu foi Laura com uma cara de choro e acabada, até parecia eu.

— O Fumaça tá ai? - Perguntei.

Laura enxugou as lágrimas e eu fiquei preocupada.

A gente não se gosta, mas mesmo assim eu tenho empatia.

— Laura tá tudo bem? - Perguntei.

— Não, o Fumaça não tá, e eu não to bem! - Laura disse entrando deixando a porta aberta e chorando.

Eu fui atrás e ela se sentou no sofá chorando.

— Eu to cansada de ser trouxa do Fumaça, eu não aguento mais isso, eu deixei a minha vida pra viver a dele e agora? Ele tá por ai com alguma vagabunda. - Laura disse chorando.

— Calma Laura, eu queria saber também do Caveira, ele foi preso e eu não sei aonde ele está, não sei aonde ele tava, não sei nada. - Falei suspirando.

— Olha, eu não queria ser fofoqueira, mas o Caveira tá com uma menina que morava aqui e que é do asfalto, que eu saiba ele tava indo pra casa dela... - Laura disse enxugando as lágrimas.

Oi?

Suspirei me levantando e fechei meus olhos, parecia até que passou um filme na minha cabeça. Eu cansei, não quero mais isso, vou pegar minha filha e vazar daqui.

— Obrigada Laura. Eu vou embora, eu cansei, não aguento mais isso, eu vou vazar daqui! - Falei indo até a porta.

— Posso ir junto? - Laura disse.

Encarei ela e assenti saindo da casa de Fumaça e indo pra minha casa.

Eu não sei pra onde eu iria, eu só sei que primeiramente eu iria achar ela e saber da verdade e depois ir falar com ele, pra ele saber que eu já sei de tida a verdade.

• aperta na estrelinha •

Do asfalto pra favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora