Capítulo 9 - San

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Capítulozinho novo hoje em forma de agradecimento por vcs estarem recebendo tão bem minha história... Obrigadaaaa!!! A história está em 2° lugar na categoria #ateez... 💙💙💙
Boa noite e boa leitura!!! 😍

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-O senhor quis dizer que irá me forçar a casar pra enganar o povo e continuar mandando em tudo nesse palácio, é isso? - pergunto enfurecido.

-Olha como fala comigo, moleque! - ele me repreende pelo meu tom, mas pouco me importo - Eu quis dizer que com alguém novo no poder o povo pode acabar esquecendo algumas coisas que aconteceram no reino e irão acatar o que o novo rei lhes ordenar. - ele explica calmamente como se aquilo fosse a coisa mais correta do mundo.

-Você está achando que o povo é burro, majestade? - não escondo a ironia ao perguntar - Acha que uma esposa ao meu lado e meu rostinho bonito vai enganar todo mundo? Que eles vão esquecer que moram num lugar horroroso, sem empregos, sem plantio e alimentos, sem hospitais decentes e sem tantas outras coisas que eu poderia ficar o dia todo citando aqui... Acha mesmo isso?

-CHEGA! - meu pai grita e dá um murro na mesa e nem mesmo me assusto tamanha a minha raiva - Já disse pra ver como fala comigo, não sou seu amiguinho, sou seu pai e rei, me deve obediência e respeito. E sim, se eu quiser irei fazer exatamente o que te disse e nenhum povo idiota vai me impedir de nada. Eu sei o que faço, sei do que eles precisam e no momento, vejo que podem viver muito bem com o que eles têm agora!

-Eu só queria saber em que mundo o senhor está pra achar que isso que eles enfrentam diariamente é viver? Como pode ser tão cego assim... Majestade. - praticamente cuspo a última palavra e me levanto, sem me importar se o deixarei ainda mais bravo.

Yunho que ouvia tudo ao lado do capitão Kim Hongjoong e do soldado Kim Daniel abre a porta e me segue de perto quando dou passos largos em direção a qualquer lugar longe do ser presente naquela sala de reuniões.

Caminho até o único lugar que me vem a mente e mesmo sem olhar pra trás ou esperar, sei que estou sendo seguido de perto por Yunho e o soldado Jung. Yunho passa a minha frente assim que percebe onde estou indo e abre as portas do palácio me dando passagem para o jardim.

-Está mais calmo? - Yunho se aproxima calmamente após longos minutos em que me deixou pensando.

-Um pouco. - respondo ainda olhando pro jardim a minha frente.

-Você sabe que sua atitude terá consequências, não é mesmo?

-Eu sei. - bufo frustrado - Mas não quero me importar com isso agora. Eu me sinto tão frustrado quando ele faz essas coisas. Você ouviu tudo o que ele disse e me diz... Como alguém pode pensar daquele jeito? - encaro meu amigo esperando sua resposta.

-Eu não sei... Eu não sei mesmo. - ele suspira - Talvez o que ele disse não seja de todo mal, digo... Na parte em que você assume o trono. - ele diz dando de ombros.

-O que? - pergunto surpreso - Você está concordando com aquela loucura dele, é isso mesmo?

-Não, não estou concordando com tudo... Isso nunca! Estou apenas concordando com a parte em que você assume o trono. Como já te disse antes, com você no poder, o povo teria mais chances... Pense por esse lado. - ele diz e solto um suspiro longo.

Yunho tem razão, talvez se eu assumisse o trono poderia fazer algo para ajudar o povo, eles precisam de mim.

Olho pro soldado ao lado de Yunho, atento a tudo a sua volta, fazendo minha segurança e me pergunto como será que sua família está? Como será a vida de seus pais, se ele ainda os tem, se tem irmãos ou não, como será que era sua vida antes de chegar aqui? Provavelmente era sofrida, como a vida de todo o meu povo, infelizmente é. Eu queria tanto poder ajudá-los, queria tanto fazer algo útil, poder ver alguém feliz nesse reino horrível.

-Soldado Jung? - o chamo e ele me olha rapidamente, meio assustado com o chamado repentino - Como é a sua família? - pergunto me ajeitando no banco em que estou sentado de maneira que possa vê-lo melhor.

-Como assim, majestade? - ele tem uma expressão levemente confusa que me faz rir.

-Quero saber com quem você cresceu, se tem irmãos, um animalzinho de estimação ou sei lá... Quero saber de você. - digo sincero e o vejo piscar algumas vezes, ainda tentando entender onde quero chegar.

-Bom... - ele coça atrás da orelha em um claro nervosismo - Eu morava com meus pais. Não tenho irmãos e nem um animal de estimação. - ele diz tudo rapidamente, como se quisesse fugir de mim.

-Tsc tsc tsc... - balanço a cabeça em negação - Respostas muito vagas. Quero saber mais. É só isso que tem pra me contar?

-É... Me desculpe, majestade. Não quero ser rude, nem desrespeitoso, mas... Eu não tenho o costume de falar da minha vida pra alguém que não conheço. - ele diz tentando ser o mais educado possível e sinto meu rosto corar pela vergonha de estar invadindo sua privacidade.

-Bom... Eu quem peço desculpas. Só achei que... Sei lá... Deveria te conhecer melhor. - digo desviando meu olhar do seu.

-Está tudo bem... Peço desculpas se pareci rude em minha resposta eu apenas queria que me entendesse. - quando o olho rapidamente ele sorri, em mais um pedido de desculpas.

-Bom... - Yunho aparece pra me salvar do constrangimento - Acho que você tem uma aula interessantíssima com o Sr. Kang agora sobre cálculos e depois, sobre história não é mesmo? - Bom, acho que salvar não é exatamente a palavra que define o que Yunho fez.

-Ah, eu não quero aulas agora, Yunho! Está tudo tão bom, por que não continuamos aqui olhando o jardim e admirando a natureza, huh? - quase imploro pro loiro que ri da minha cara, sem dó.

-Sabe que se não cumprir seus horários o rei irá ficar ainda mais irritado. - ele diz me estendendo a mão pra que me levante e faço questão de ignorar, continuando como estou.

-Se ele se importasse com o povo como se importa com minha educação, todos estariam felizes nesse reino. - bufo novamente.

-Vamos logo, San! - Yunho diz segurando meus braços e me levantando contra a minha vontade - Se reclamar, direi ao seu pai que você está com dificuldades nos cálculos e ele aumentará sua carga horária.

-Você não faria isso! - digo tentando soar ameaçador, mas sei que falhei quando até o soldado Jung ri - Parem de rir de mim vocês dois! - resmungo e o Jung para na hora, mas o infeliz do Jeong continua rindo.

-Vamos logo, San ou vou te arrastar até lá! - ele diz antes de fazer sinal pra que eu caminhe a sua frente, sem opções de fuga, já que o Jung se coloca a caminhar logo a minha frente.

-Hey, soldado Jung? - o chamo e ele me olha - Me perdoe por ter sido invasivo... Eu apenas queria te conhecer. - digo sincero e ele dá um breve sorriso.

-Está tudo bem, majestade. - quase reviro os olhos por ele estar me chamando de majestade.

-Mas mesmo assim, peço perdão. Eu só... Quero muito conhecer você, de verdade. - digo com uma intensidade que até eu mesmo me assusto, mas não volto atrás com minhas palavras - Espero que algum dia esteja disposto a me mostrar quem é. - sorrio brevemente pra ele que apenas assente meio incerto e volta a caminhar olhando apenas para frente.

Me deixa ser seu príncipe? #WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora