Capítulo 22 - San

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Boa noite, gente!!! Boa leitura... Espero que gostem do capítulo!!! 💙

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Respiro aliviado assim que meus pés tocam os paralelepípedos de uma das ruas do reino. - Conseguimos! - Chegamos antes do anoitecer e tudo o que quero é chegar logo em casa. Caminhamos pelas ruas com algumas pessoas na porta de suas casas conversando ou vendo os filhos brincarem.

-San, acho melhor a gente andar um pouco mais rápido. - Wooyoung diz com a voz demonstrando apreensão.

-Por quê? - pergunto confuso.

-As pessoas estão olhando muito pra gente, algo está errado.

Olho para os lados e vejo algumas pessoas cochichando e apontando enquanto nos olham e elas não parecem nada felizes. - Será que me reconheceram? Mas eu nem saio na mídia, como poderiam?

-AQUELE É O PRÍNCIPE! AQUELE É O HERDEIRO DO MALDITO REI CHOI! - uma mulher grita apontando para mim e sinto meu corpo tensionar.

-É! É ELE MESMO! - um homem concorda - VAMOS DAR CABO DESSE GAROTO E ASSIM ACABAMOS COM PARTE DESSA FAMÍLIA... O REI NÃO VAI TER A QUEM PASSAR O TRONO SE PEGARMOS SEU FILHO! - ele continua falando e arranca gritos de concordância do povo furioso.

-Wooyoung? O que eu faço? - me aproximo do loiro que a todo momento se posiciona a minha frente.

-Fique atrás de mim. - ele pede - Eu não posso fazer muito estando sozinho no meio de tanta gente, nem posso usar minha arma, eles são muitos e são meu povo também. Precisamos sair daqui o mais rápido possível. - o povo ainda profere palavras de ódio contra mim, mas agora só quero saber como sair daqui - Quando eu contar até 3 nós vamos correr e você vira na primeira esquina a direita, depois a esquerda na próxima, entendeu? - assinto me preparando pra correr - 1... 2... 3... Corre, San! - ele pede e assim o faço.

-ELES VÃO FUGIR! - alguém grita.

-NÃO DEIXEM ELES FUGIREM! VAMOS! - outra pessoa se pronuncia.

-É A NOSSA CHANCE DE ACABAR COM O CHOI!

Sigo o caminho que Wooyoung me indicou e logo ele passa a minha frente pra ir abrindo espaço e me guiando seja lá pra onde estamos indo. Corremos com pelo menos uma dúzia de pessoas no nosso encalço, me xingando, amaldiçoando todos os meus familiares e instigando outras pessoas a participarem da "caçada" ao príncipe herdeiro. Nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Dói saber que o meu povo me odeia, principalmente porque eu não tenho culpa do que eles passam e sim o meu pai é o culpado.

-No final da rua a direita tem uma casa em construção... Você vai entrar lá enquanto eu distraio eles. - Wooyoung pede.

-Mas é seguro você ir sozinho? - pergunto apreensivo.

-Eu conheço essas ruas, vou saber me virar e preciso te manter seguro. Vai logo, San! - ele pede e desvio meu caminho indo até a casa que ele me indicou enquanto ele segue a direção oposta.

Entro em um dos cômodos da casa e me escondo o máximo que posso, torcendo pra que ninguém tenha me visto e pra que eles não alcancem o Jung. Meu coração está tão acelerado, que parece que vai sair por minha boca, estou suando, as pernas doem, a garganta arde e os olhos lacrimejam pela tristeza que está me abatendo graças ao ocorrido. Eu sabia que não era aceito, só não achei que minha vida seria ameaçada por pessoas comuns, que não fazem parte do grupo de rebeldes, elas apenas me viram passar pela rua e queriam acabar com a minha vida. Não sabia que eu era tão odiado só por ser da família a qual pertenço.

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A cada minuto passado fico mais agoniado. Agoniado por não saber de Wooyoung, por estar anoitecendo e eu estar em uma construção escura e por o meu povo me odiar e eu não poder fazer nada pra reverter isso no momento. Penso em meu pai e não consigo entender como ele consegue dormir a noite sabendo que faz tantas pessoas infelizes, que tem famílias e mais famílias passando necessidades graças ao seu reinado egoísta. As únicas pessoas pelas quais ele diz se importar somos eu e minha mãe, mas acredito que nem isso seja verdade, porque se fosse ele não a deixaria presa dentro daquele palácio, sem poder sair sem sua ordem e sem poder falar com quase ninguém.

Eu não falo muito de minha mãe, não tenho muito o que falar. Ela não é como o meu pai no sentido de egoísmo e tirania, mas é omissa, não impõe suas vontades, nunca me defendeu do rei Choi e nem ao menos procura saber como estou. É como se ela fosse uma decoração dentro daquele palácio e um adorno para o rei carregar por aí e é como se eu não fosse nada pra nenhum dos dois.

Eu queria tanto poder fazer algo pelo meu povo. Cada vez cresce mais esse desejo em mim e estou quase convencido a aceitar as condições impostas pelo rei pra que eu possa governar - sob seus cuidados - o reino Norte. Sei que não será fácil, mas como Yunho sempre diz, eu não sei do dia de amanhã, o rei não vai estar sempre por perto e talvez com um pouco de poder em minhas mãos eu possa dar um jeito de governar a minha maneira.

Saio de meus pensamentos quando ouço um barulho vindo da rua, são passos cada vez mais próximos. Espio pela abertura na parede e suspiro aliviado quando vejo que Wooyoung está se aproximando.

-San? - ele chama de maneira discreta.

-Estou aqui. - respondo do mesmo jeito e ouço seus passos adentrando a casa escura.

-Você está bem? - apenas ouço sua voz próxima a mim e vejo a sombra de seu corpo sem muita nitidez.

-Estou e você? - me levanto e tateio a parede pra me aproximar sem riscos de cair.

-Também estou.

-Você demorou, Wooyoung.

-Foi um pouco difícil despistar tanta gente e levá-los para longe, ainda mais que viram que você não estava comigo. Todos ficaram irados quando não te encontraram.

-Imagino. - suspiro.

Estendo o braço e procuro pelo corpo de Wooyoung e logo minha mão toca sua barriga. Me aproximo e passo a mão por sua cintura - Já que não enxergo seu corpo direito, posso ao menos tocá-lo! -. O loiro leva as mãos até minhas costas e me dá um rápido abraço e posso ver suas bochechas coradas em minha mente.

-O que vamos fazer, Woo? - pergunto ainda com a mão em sua cintura.

-Eu não acho seguro te tirar daqui agora, então que tal dormir um pouquinho? Vamos sair daqui durante a madrugada quando não tiver mais ninguém nas ruas. - ele explica - Tentei ligar pro Yunho, mas caiu na caixa postal, o celular de Jongho deve estar desligado ou fora de área e não tenho o número de mais ninguém do palácio. Vamos ter que esperar até amanhã pra te levar de volta e em segurança. - ele suspira preocupado - Dorme um pouco, huh? Você deve estar cansado. - ele diz me puxando pra que possamos nos sentar no chão.

Pego um dos cobertores que a Sra Jin Ah nos deu e jogo por cima dos nossos corpos após nos sentarmos escorados na parede. Não vai ser um sono confortável, mas já é melhor do que passar a noite acordado.

-Durma também, Woo. Ninguém vai nos achar aqui. - peço puxando seu corpo e fazendo ele deitar sua cabeça em meu ombro bom.

-Eu não pos...

-Claro que pode! Durma, meu lindo, por favor! - beijo seus cabelos e fecho os olhos pra tentar ao menos cochilar.

Depois de alguns minutos, Wooyoung se dá por vencido e ajeita sua cabeça em meu ombro pra que possa dormir. Sorrio e foco na sensação gostosa que é ter seu corpo tão pertinho do meu mesmo que em uma situação nada favorável como essa.

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Esse capítulo foi um pouco menor, mas espero que esteja do agrado de vocês!!! Agradeço a todos pelo carinho, pelas estrelinhas, comentários, por estarem colocando minha história nas listas de leituras de vocês... Obrigada!!! Todo amor a vocês!!! 💙😍💙

Me deixa ser seu príncipe? #WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora