Boa noite, gente!!! Esse capítulo não tem interações do nosso casal, mas é importante pro Wooyoung, então, espero que gostem. Boa leitura... 💙
_________________________________________
Eu fui deixado na porta de casa depois de Mingi dirigir até aqui enquanto eu e San continuamos aproveitando juntos nossos últimos minutos da nossa primeira noite como namorados trocando alguns carinhos no banco de trás do carro. Quando entrei, minha mãe me esperava sentada no sofá e me deu uma bronca por sumir por tanto tempo, mas eu não liguei muito pra isso e fui pro meu quarto depois de desejar uma boa noite e dar uns beijinhos em suas bochechas, como percebi que ela gosta quando faço.
Mandei uma mensagem pro San e me ajeitei pra dormir após ele ter respondido. Também agradeci Yunho pela ajuda e contei que estamos namorando só pelo prazer de poder dizer isso pra alguém além de Mingi.
Consegui dormir por algumas horas e acordei quando o dia ainda não havia raiado e mesmo sem conseguir voltar a dormir, eu estava de bom humor ainda que um pouco ansioso. Eu decidi que preciso fazer algo importante e não posso e nem quero desistir, então, vou me preparando mentalmente pra tudo o que possa acontecer no dia de hoje.
Aproveito o café da manhã na companhia da minha mãe e ela me faz ajudar a dar um jeito na casa. Almoçamos no horário de sempre e coloco na cabeça que a tarde irei resolver minhas coisas.
-Hum... Mãe? - a chamo quando após tomar um banho e vestir minhas roupas de ficar em casa, volto pra cozinha onde ela estava adiantando algumas coisas do jantar.
-Oi, querido. - responde ainda sem me olhar - O que foi, Woo? - ela se vira pra me olhar quando não respondo e me analisa em dois segundos - Você está inquieto desde cedo... Aconteceu alguma coisa, meu amor? - preocupada, ela se aproxima após secar as mãos em um pano de prato.
-Aconteceu. - é tudo que consigo responder quase em um sussurro.
-Você pode me contar o que quiser, filho... Estou ficando preocupada. - ela diz vendo minha expressão perdida e eu só sinto vontade de chorar.
Eu ensaiei o que iria falar por todas as horas desde que acordei até agora, mas no momento estou tão inseguro que simplesmente não consigo. Suspiro pelo que parece ser a oitava vez e decido ir devagar, pra que eu me acalme e principalmente, pra não assustá-la mais.
-A senhora se lembra... De uma conversa que tivemos sobre eu estar muito próximo do San? - pergunto, mesmo que saiba que ela se lembra, já que sua memória é ótima.
-Sim, me lembro. Foi naquele dia em que vocês foram no centro de apoio.
-Então... Eu disse pra senhora que quando entendesse o que se passa dentro de mim, eu iria contá-la algo e acontesse que... Bom, já faz algum tempo que eu entendi e não queria ter essa conversa por telefone, então, por isso não disse nada até agora.
-Tudo bem, filho. Você está me contando agora e é isso que importa. - seu sorriso acolhedor me tranquiliza e eu me sinto impulsionado a ir adiante.
-Eu... Eu descobri algumas coisas sobre mim nos últimos meses. - suspiro antes de prosseguir - Até algum tempo depois de ir pro palácio eu pensava que sabia de tudo sobre mim mesmo, que me conhecia bem e pensei que não pudesse mudar com a idade que tenho, mas... Eu conheci alguém, conheci o San e algo... Algo despertou em mim, mãe. - abaixo os olhos ao dizer isso, com medo de ver sua reação e não conseguir ir até o final - Eu pensei que conhecesse minha sexualidade como a palma da mão, mas vi que não conheço e isso por um tempo me deixou tão confuso e aflito. Eu não parava de pensar sobre isso, sobre o modo como o San me fez sentir coisas que nunca havia sentido por um garoto, coisas que jamais havia cogitado a possibilidade de sentir e... E ver minha orientação sexual sendo exposta aos meus olhos me deixou um pouco em choque, mas eu não consigo mais voltar atrás, eu não consigo não gostar dele. Talvez eu goste de garotos no geral, mas não sei, no momento eu só gosto dele mesmo, da pessoa que ele é e não preciso de qualquer outra pessoa seja homem ou mulher pra ver o que me atrai ou não, porque eu me encontrei no Choi, mãe. Eu não quero que o culpe, ele não fez nada além de me ajudar a ser quem sou agora e eu espero do fundo do coração que a senhora e o papai gostem do meu eu de agora... Do Wooyoung que se descobriu e que gosta de um garoto. Eu sinto muito se está decepcionada comigo, eu juro que não consigo controlar isso... Me perdoa, mamãe... Me perdoa se estou te decepcionando. - as lágrimas já tomam meu rosto quando espero ainda de cabeça baixa alguma resposta vir dela.
-Wooyoung... Olhe pra mim. - ela diz após um longo suspiro e mesmo relutante, faço o que me pediu, engolindo a seco quando vejo sua expressão fechada - Não me peça perdão... Não por algo assim, filho. Desde que você começou a trabalhar no palácio eu tenho sentido que algumas coisas mudaram em você e não estou dizendo que desgosto. Você mudou como pessoa, amadureceu e o fato de você gostar de um garoto não muda a essência do Wooyoung que você é! Não te faz pior que ninguém e só mostra o quanto de amor cabe nesse seu peito que vê pessoas ao invés de gêneros. Eu jamais culparia o San por isso, na verdade quero agradecê-lo por tudo que tem feito na sua vida e por ser a razão de tantos sorrisos seus ou você acha que não percebi como você fica quando está com ele? - ela pergunta com os olhos marejados e eu fungo quando sorrio com o que diz - Filho, eu sou sua mãe... Te conheço, te respeito, te apoio e te amo tanto que nada do que você faça vai mudar isso. - ela me puxa pra um abraço tão apertado e reconfortante que só consigo chorar ainda mais, agora de alívio.
-Obrigado! Obrigado, mãe por me aceitar assim. - digo em meio a soluços e fungadas nada discretas.
-Eu não poderia fazer outra coisa, meu bebê. Você é a pessoa mais importante da minha vida e eu só quero que você seja feliz, independente de quem esteja ao seu lado. - ela me afasta apenas pra secar minhas lágrimas, me fazendo rir quando também seco as suas que descem pelo seu rosto bonito - Obrigada por me contar, meu bebê. Obrigada por não me esconder isso.
-Eu não aguentava mais guardar isso pra mim, mãezinha. - digo suspirando alto com os carinhos que ela faz em meu rosto - Eu tive medo de ser rejeitado, mas agora eu vejo que era só insegurança da minha cabeça mesmo, porque uma mulher tão incrível quanto a senhora jamais faria isso comigo.
-Jamais mesmo! Bobo foi você por pensar isso! - ela me dá um tapinha no braço em forma de repreensão e acabo rindo.
-A senhora acha que o papai vai surtar quando eu contar? - pergunto novamente inseguro, porque uma coisa é falar com ela e outra bem mais tensa é falar com o meu pai.
-Bom, filho... Vai ser um pouquinho mais complicado pra ele lidar com isso, mas eu meio que venho preparando ele pra assuntos como esse. - ela confessa me deixando um pouco confuso.
-Como assim?
-Naquele dia que conversamos sobre você e o San, você sabe que eu só te perguntei aquilo por que percebi algo, né? Eu vi o modo como vocês se olham, Woo. Dá pra ver que vocês se gostam tanto e não era só amizade porque você não olha pra ele do mesmo jeito que você olha pro Jongho que é seu melhor amigo desde que são uns pedacinhos de gente. Então eu meio que andei comentando com seu pai sobre como você e o príncipe andam próximos, falei sobre o filho de uma amiga que se assumiu e joguei alguns assuntos relacionados a isso e mesmo sem falar muito sobre, ele não fez nenhum comentário preconceituoso. Mas fique tranquilo que independente do que ele diga, você tem a mim e eu vou te defender sempre.
-Obrigado, mãezinha! - beijo sua bochecha, aliviado por todo o apoio que ela está me dando - Eu... Acho que vou conversar com ele quando ele chegar. Não quero voltar pro palácio amanhã sem resolver tudo, já que não sei quando vou poder ter a oportunidade de voltar aqui novo.
-Eu vou ficar do seu lado quando for falar, meu querido. - sorrio em agradecimento e ela me aperta em mais um abraço gostoso, logo deixando um beijo na minha bochecha - Agora vem me ajudar com o jantar, mocinho. - diz naquele tom autoritário de mãe.
-Sim, senhora capitã! - bato continência pra ela que ri, voltando a me acertar o braço com um tapinha antes de se virar pra voltar a fazer o que estava fazendo na pia.
Meu pai chega quando estamos terminando de fazer o jantar e eu decido esperar até que ele tenha tomado banho e se alimentado pra conversarmos.
-Pai? - chamo quando ele está sentado no sofá, atento ao jornalzinho que passa na tv pequena - Posso falar com o senhor?
_________________________________________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me deixa ser seu príncipe? #Woosan
FanfictionNo reino Norte, uma rebelião contra a corte começava a se instaurar. De um lado, um rei omisso, que não levava seu reino para frente, não ajudava seu povo e com certeza, não se preocupava com os habitantes daquele reino que não fossem sua esposa e s...