Cap.13

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No final da manhã estava cansada. A faculdade é foda.

Tive que apresentar um trabalho, ainda estava de ressaca. Quase dormia na aula.

Coloquei minha bolsa sobre meus ombros e fui andando. A Anna estava nervosa, ela não se lembra se o Marquinhos usou ou não a camisinha, na real? Nenhum daqueles doidos se lembram de nada.

Fiz um coque no cabelo, passei meus braços pelo o seu ombro.

— Vai ficar tudo bem, amiga.

— Não, não vai ficar nada bem. Eu namoro, se eu ficar grávida mesmo? Se o bebê for mesmo do Marquinhos?

— Calma Anna, o Marquinhos não seria tão irresponsável para não usar camisinha.

— Você conhece ele? — ela ergueu a sobrancelha. — O Marquinhos é um tremendo de um irresponsável, parece uma criança

  Isso eu não pude discordar, o pequeno tempo que convivo com Marquinhos da para perceber que ele é bem palhaço. Que leva tudo na brincadeira, o que é ótimo, claro, porque sempre deixa o clima toda vez mais leve e engraçado.

  — Você já pensou na possibilidade dele ter dito que não se lembra só para deixar você nervosa? Você mesmo disse que ele parecia uma criança.

  — Eu tô preocupada, não quero filhos agora. Eu quero viajar o mundo, quero ajudar o Victor a abrir um restaurante, que no caso, é um sonho dele desde de pequeno. Uma criança só iria arruinar tudo, tem despesas, eu não sou rica e nem o Marquinhos.

  — Marquinhos. — acenei com a mão. Ele olhou para trás e sorriu. — Vem cá.

  — Oque queres comigo, patroa e pebleia? — ele olhou para a Anna.

  — Você transou mesmo com a Anna sem camisinha? Se sim, é melhor dizer agora. A Anna tá preocupada. — soquei o seu peito. Ele passou a mão no local.

  — Para uma simples patroa, você tem força viu?

  — Fala logo.

  — Você acha que eu quero ter um filho agora? Logo da Anna? Eu quero que meu filho seja bonito, não um projeto de aie-aie.

  — Mentira Marquinhos, você fez eu passar nervoso para nada. — a Anna começou a definir tapas fortes no Marquinhos.

  — Ué, o patrão é brincalhão. — segurei o braço da Anna.

  — Calma Anna, não se junte mais com essa gentalha.

  — Sério Lilian? A dona florindo tá diferente né?

  — Hahaha. Muita engraçada você.

  — Ei, Barbie falsificada. — me virei para trás, a menina morena que estava no colo do Thiago andava na minha direção.

— Sim? — perguntei da forma mais calma do mundo.

— Quem mandou você ficar dando em cima do meu macho? — arqueie a sobrancelha.

— Que macho?

— Você é burra ou se faz? Mesmo que dizem, loiras são sempre burras.

— Mas, você era loira semana passada. — a Anna falou.

— Isso não vem ao caso. O caso em questão é que o Thiago vem trocando mensagem com alguma mulher e só pode ser você.

— Meu Deus, nem do Thiago eu gosto. Ele é muito inconveniente, e sempre, em todo o momento, fingi esquecer meu nome.

— Você pensa que me engana? Eu sou palhaça agora? — ela cruzou os braços, batendo o pé no chão.

— Isso é patético. Sério que tem gente que ainda briga por pau? Deus me livre. — saí dali. A Paty ficou me chamando de vários palavrões, fingi ser surda. Não iria brigar com uma criança, parece que não tem entende.

Alisei meus braços, me sentindo desconfortável com os olhares das pessoas em mim. Peguei um caminho diferente da Anna e do Marquinhos. E, por menos provável que seja, eu ainda conseguia escutar a paty me chamando de filha da puta.

Nunca briguei por ninguém por causa de um pau. Não estava desconfortável com a situação, e sim, eu estava desconfortável pela a situação que se colocou sozinha.

Se rebaixar por homem — feio? Não — é uma coisa horrível. Patético.

Me senti mais confortável quando entrei em uma rua que tinha mais gente. Não queria andar com homens ou nem mesmo andar perto deles.

No escritório do meu pai eu não piso mais.

Meu aniversário é daqui a quatro dias, junto com a Isadora. Sempre fazíamos festa juntas, como sempre, eu ficava excluída. Porque, claro, a Isadora tem a família da mãe e vários amigos, e eu? Humm, era só eu.

As amizades que eu tinha me largaram para ficar com a Isadora. Porque ela era mais legal e bonita, podia levar eles para qualquer lugar já que já era maior de idade.

No último lugar que eu fui com a Isadora e seus amigos, eu tinha dez anos. A Isadora levou a gente para assistir um filme de terror.

Eu não tinha percebido, mas ele saíram e não me avisaram. Passei o filme todo chorando e sozinha. Fui encontrada depois por um segurança, eu chorava tanto que chegava a tremer.

Tenho trauma de ficar sozinha, sempre me dar um nervoso.

Caminhei até em casa. A cidade estava menos movimentada e nem tinha muito trânsito, agradeci porque seria mil vezes mais difícil de chegar em casa com milhares de pessoas andando para lá e para cá. Possa ser que seja cedo ou tarde demais, na hora do almoço isso aqui fica um alvoroço.

Joguei minha bolsa no sofá e fui para o meu quarto, o pessoal foi todos trabalhar. Respirei fundo, odiava ficar sozinha.


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