Cap.71

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   Depois de muito tempo encarando as duas paradas igual estultas, a Anna se virou com o negócio na mão. Ela olhou para o menor que não tirava os olhos da Flávia.

— Parabéns, menor. Será papai. - A Anna entregou o palitinho ao homem pálido. Mesmo minha irmã feliz por conta do sobrinho, ela estava triste pela a Flávia, que não estava muito animada com a ideia de ser mãe.

A Lilian sentou ao meu lado, abraçando o meu pescoço. Ficamos olhando os dois, que só se encaravam por minutos.

— Vamos gente, digam alguma coisa. - Escutei a voz do Marquinhos, quebrando o silêncio absurdo que ficou ali.

— Bom, eu não sei oque dizer... - O menor começou com uma voz meio falha. Lá dentro, ele sabia que a Flávia estaria grávida. Ele estava com dúvida pois sempre usou camisinha e a mesma nunca deixou de tomar o remédio, mas, nenhum método é cem porcento eficaz.

— Meu Deus, parecem duas crianças. - O Marquinhos resmungou e levou um tapa na cabeça da Anna.

O menor se aproximou da Flávia, com passos pequenos e devagar, chegou até a mesma e tocou seu rosto com as mãos.

— Você é a minha esposa. Mesmo estando feliz pela a ideia de ter um filho, eu vou te apoiar na sua decisão. Eu te amo muito. - Ele passou seus braços envolta do corpo da loira plastificada.

Entendo o lado da Flávia. Ela não teve uma mãe. A mãe da mesma teve depressão pós-parto e teve que ser internada, depois, descobriram que ela tinha alzheimer. Aos seis anos, a Flávia escutou sua própria mãe falar: quem é você?

Isso doeu no coração da coitada. Que trabalhou pra caralho para conseguir dinheiro e tentar achar um tratamento para a mãe. Ela se casou com o menor só para ter ajuda financeira do mesmo. Isso não faz nenhum sentido, mas, o menor é apaixonado pela a Flávia desde de criança. Quando escutou as seguintes palavras saírem da boca da mulher que ama:

"Menor, eu sei que você deve me odiar, mas, me ajude. Se case comigo e me ajude, eu te odeio, mas ficaria tão agradecida."

Não recusou o pedido.

Eu sei como é difícil não ter tido um bom exemplo em casa.

— Eu não vou abortar e nem nada. Vamos ficar com o bebê, vai ser... uma nova experiência para o nosso relacionamento. - Quando menos percebemos, a Flávia estava sendo rodada pelo o menor.

O Marquinhos, como um grande idiota, foi abraçá-lo. Quando a branquela foi colocada no chão, teve uma ânsia de vômito, vomitando toda a comida que tinha comido na camisa branca do Marquinhos.

— Tá de brincadeira? - Ele gritou, apontando para a sua blusa melada.

— Desculpa, Marquinhos. A culpa é do menor.

  — Se você não estive esperando o meu afilhado, eu te mataria, Barbie do Paraguai.

  — Tô longe de ser a Barbie, não sou nenhum um pouco perfeita. - Quando o menor ia protestar, o Marquinhos falou.

  — Por isso mesmo. Eu não falei só Barbie, coloquei o Paraguai depois, anta. - Ele saiu puto.

  — Obrigada, isso ajudou muito a autoestima dessa mãe de primeira viagem.

  — Fuedase? - O Marquinhos gritou.

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