Cap.49

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Thiago

Peguei um taxi o mais rápido possível e fui atrás da Lilian. No começo, achei estranho a Lilian me ligar naquela hora, sendo que era para ela tá na faculdade. Ainda mais, me mandando ir buscá-la naquele horário.

Fui ao seu encontro. Eu estava sendo meio precipitado, estava gostando da Lilian, isso já está um pouco claro. É que... sei lá, eu sei que ela não quer relacionamento nenhum, mas... deixa para lá.

Peguei as minhas muletas antes de sair do táxi que fedia a cigarro. Aliás, saudades do meu cigarro. Saudades do que a gente já viveu.

A Lilian correu na minha direção, abraçando com força a minha cintura. Chorando sobre o meu peito.

Segurei firme as muletas, não queria cair no chão. Acaricie os seus cabelos, sem falar nada.

— Tá tudo bem? - Sussurrei. Beijei a sua testa, ela me abraçou mais forte.

— Eu... eu não sei. Estava apresentando o meu trabalho e... - Parou por um instante.

Ela me soltou. Levei minha mão ao seu rosto, limpando as lágrimas que corriam pela a sua bochecha.

— Fala, Lilian. - Sussurrei, de novo. — Tá tudo bem, pode contar comigo.

— Eu não sei como eles conseguiram aquilo, eu juro que não sei. Quando eu descobri oque o Roberto fazia, fiz questão de quebrar todos os pen-drives.

— Ele tinha cópias em seus computadores, eu acho. Se acalme, vai ficar tudo bem.

— Eles colocaram o vídeo no telão, Thiago. Eu estava nua, na frente de todos os meus colegas de classes. E com certeza, alguns tiraram fotos. Você entende né? Até amanhã, todo o pessoal da faculdade vai saber qual é a cor da minha buceta.

   Por um momento, achei que fosse mentira. Mas, aí me lembrei que é muito difícil achar um ser humano bom hoje em dia.

Quis perguntar mais, queria muito saber o nome da pessoa, ela ou ele sofreriam as consequências. Socar sua face com forçar, deixar um hematoma bem grande.

— Compartilhar nudes, sem consentimento dá cadeia. Eles tinham que saber isso já que estudam direito.

Ela concordou com a cabeça.

A Lilian me abraçou de novo. Dessa vez, a mesma não chorava. Só queria ficar calma, se sentir segura.

Acaricie as suas costas, cheirando o seu cabelo extremamente cheiroso.

Essa mulher é uma droga. Isso não é nada bom...

— Vamos para casa. - Sussurrou a mesma. — Eu preciso de um banho e um remédio para dor de cabeça.

— Quer que eu faça alguma coisa? Me diga o nome da pessoa, quero deferir uns socos na cara de alguém.

— Brigar com quem, Thiago? Olha tua perna. - Riu enquanto limpava as lágrimas.

— Não vejo problema nisso. Uso as minhas delicadas mãos.

— Claro...

   Ficou na ponta dos pés. Achei que fosse me beijar, mas, só deixou seu beijo na minha bochecha.

  — Obrigado por ter vindo me ver. - Sussurrou alisando o meu cabelo.

  — Tudo bem, vamos para casa? - Concordou.

Ela passou seu braço em volta da minha cintura, enquanto caminhávamos até o apartamento.

Nesse breve momento, ficamos calados. Ninguém falou nada. Eu só queria saber quem fez isso para a Letícia.

Essa pessoa acabou de assinar um contrato com o diabo.

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